quinta-feira, janeiro 31

dos momentos

afinal até há bons momentos numa sala de professores;
numa pausa pedagógica entre um bebericar de café e dois dedos de conversa, perpassam estórias de cada um de nós, momentos de uns e de outros, situações mais ou menos caricatas;
soltam-se risotas e constroem-se amizades;
no final alguém ousa dizer - atenção, se a ministra sabe que estamos bem dispostos ainda publica mais dois ou três normativos para nos ocuparmos ainda mais;
mais um sorriso e um encolher de ombros, tipo, paciência se assim for, e seguimos, cada qual para seu lado;

da consciência

quando escrevo faço para mim mesmo, primeiro porque gosto, mas também para dizer que estou por aqui; depois para, por intermédio da escrita, reflectir sobre as minhas ideias e as minhas coisas;
tenho alguma consciência dos impactos e influências que a minha escrita não tem por essa blogosfera fora;
mas fico sempre muito distante parante alguns comentários, a surpresa daqueles que me leêm;
isto a propósito de uma das minhas entradas estar escarrapachada no espelho de um salão de cabeleireira;
surpresa e consciência que quando escrevemos, por muito que o façamos para nós próprios, vamos muito, mas muito mais além...

do virar

para manter a escrita e a presença, tenho diferentes hipóteses;
manter uma escita interventiva e participante;
definir um sentido mais sócio-profissional;
criar um campo mais diarístico;
fujo a todo eles e vou à procura de sentido que esteja mais perto da crónica do quotidiano;
do meu quotidiano; de mim mesmo;
não sei se será um virar de página, mas é um questionar a minha escrita e, por seu intermédio, reflectir-me e pensar-me, sempre;

terça-feira, janeiro 29

de pausa

uma pausa;
uma interrupção pedagógica, para poder pensar noutros modos e ter aquilo que sinto falta, paciência;

sábado, janeiro 26

da crise

ele não há momentos ou situações ideais para largar vícios;
mas há uns momentos mais chatos que outros, mais incomodativos;
reconheço e assumo que me está a ser mais difícil largar o vício que antes, que já tive descaídas;
mas resisto, considero que é apenas uma situação de crise e que, como tal, terá de ser vencida;

sexta-feira, janeiro 25

do adiar

adoramos adiar, protelar, esperar, protestar;
as recomendações do conselho de escolas, face à avaliação do desempenho docente, são reflexo disso mesmo, de adiar, de atirar para a frente as responsabilidades presentes;
estes comentários, reflectem cabalmente aquilo que é a escola, a vida dos professores e os sentimentos da profissão; um misto de crítica sindical com perspectivas anarquistas e/ou independentistas; uma irreverencia militante de cariz político com argumentos de distanciamento partidário; uma visão da profissão entalada entre os deveres profissionais e os sentimentos sociais; âncoras postas em nenhures de uma ilusão de antigamente é que era bom;
está sempre tudo mal, tudo errado - ora era por culpa do PSD, ora é por culpa do PS, ora é por culpa deste ou daquele ministro, desta ou daquela medida, desta ou daquela iniciativa, mas está sempre tudo mal, tudo errado;
serão eles que nos governam que estarão errados ou seremos nós, os governados que estaremos do lado errado da vida;
assumam-se as posições, não se protelem as responsabilidades; cada vez estamos mais entalados e é bem feita - talvez sirva para separar o trigo do joio e eu fique preso no limbo que me atira ao ar;

da morte

cresci com velhos;
velhos que vi partir, um depois do outro, um após outro; amigos, familiares, conhecidos, parentes...
sempre que um partia sentia-me atirado para frente, nesta fila incondicional que conduz à partida;
esta semana foi o meu tio chico, marceneiro de profissão, carpinteiro por ocupação, amante da vida por opção;
ficou junto daquela que amou durante toda a vida, desde que tinha memória de gostar de alguém;
partiu descansado, por que queria partir, apenas porque tinha saudades...

do azedo

sempre fui transparente nos meus sentimentos, no modo de estar, ser e sentir;
é fácil olhar para mim e perceber como estou, como me sinto;
não sabia é que essa transparência também se fazia sentir na escrita;
há dias alguém me questionava afirmando que a minha escrita anda "muito azeda";
talvez sim, talvez não... antes pelo contrário...

terça-feira, janeiro 22

da atenção

tenho de assumir uma certa quebra de produtividade no desenvolvimento da minha tese;
seja pelo envolvimento em que me sinto, em processos que decorrem na escola, seja por alguma dificuldade de digerir as leituras, de momento há um marcar passo;
talvez avance um destes dias e me solte o pensamento e a escrita;

da tensão

ou da atenção que não se tem a um processo de avaliação de desempenho que corre sérios riscos de descambar em animosidades e conflitos;
caso não haja lideranças que assumam os processos e, pelo menos, bom senso não tenho dúvidas que se correrá o risco de animosidades, de quezílias e coisas que tais;

segunda-feira, janeiro 21

das escolhas

foi engraçado ouvir e perceber um pouco melhor das escolhas de Marcelo;
tratou de opinar sobre este e aquele ministro, esta e a outra acção governamental;
mas palavras ou ideias sobre a entrevista e as posições de Santana Lopes, dada na passada 3ª feira à Sic Notícias, nada, zero, népias, niet;
elucidativo, esclarecedor;

da referência

tenho consciência que, pelas posições que assumo e defendo, pelo feitio e modos que tenho, não estou referenciado em muitos sítios;
quando dou com um onde estou referenciado, seja pela questões que aqui discuto e opino, seja por uma qualquer outra, fico contente e retribuo;
descobri que estou referenciado num blogue sobre patrimónios, certamente porque faço parte de um qualquer património;
aqui fica a referência e a indicação lateral, pois parece que é cá do burgo e merecerá ser identificado pelo facto de ser uma cabeça da terra;

dos instrumentos

seria interessante perceber como as escolas estão a reagir (porque não há outra forma) ao decreto regulamentar da avaliação de desempenho;
como é que cada escola se organizou para dar cumprimento ao ali preceituado, dentro dos prazos definidos e de acordo com as indicações dadas, criar instrumentos de registo de avaliação - sem indicações gerais nem enquadramento genérico;
na minha escola chegou-se à brilhante conclusão que teríamos de ir um pouco mais atrás, pois não temos um projecto educativo quantificado e quantificável, nem metas e objectivos passíveis de desdobramento;
resultado, um conselho pedagógico extraordinário (já aqui referi que quem não sabe o que fazer faz reuniões) onde se procurou a definição de objectivos de escola (quantificáveis e mensuráveis) e remeter para os agrupamento a necessidade de desdobramento dessas referências e, a partir daí, a indicação de quais os descritores a adoptar para, posteriormente se pensar na sua harmonização e uniformização;
e nos outros lados, como se tem feito? como se tem dado resposta a esta exigência legislativa?

do esgotamento

a produtividade do Ministério da Educação anda que não se pode;
ainda não acabámos as leituras de um dos normativos e já lá surge mais um e mais outro e outro ainda;
desde o final do ano transacto e esta 3ª semana deste ano ele já não cabem numa mão os normativos, portarias, decretos, decretos regulamentares que saíram daquela avenida;
claramente se terá que assumir que existem sintomas de alguma incontinência normativa e que objectivamente querem ganhar os professores mais pelo esgotamento do que pelo envolvimento;

domingo, janeiro 20

da fartura

de quando em vez sinto uma enorme fartura da escrita, da minha escrita, uma vontade terrível de acabar com isto, de pôr ponto final, de acabar com aquilo que não é um compromisso;
mas tornou-se como que um substituto de outras coisas, uma compensação para aquilo que não obtenho noutros espaços ou noutros terrenos; uma forma de me auto-compensar pelo que não digo ou não faço;
uma obrigação que o meu inconsciente determinou e implicou a mim mesmo;
apetece-me parar mas fico de consciência pesada, como se fosse uma qualquer obrigação; não é, mas assim a sinto, hoje e agora, mais do que nunca, quando me apetece escrever coisas que não devo;

do possível

quase nunca estou de acordo com a lógica, os princípios e os argumentos utilizados pelo meu compadre Palma Rita; há muita coisa a separar-nos mas um dos seus últimos apontamentos, apesar da diferença significativa que nos separa, há um traço que pode ser identificado como comum às nossas preocupações, a do papel que Évora, em particular, e o Alentejo genericamente estarão disposto a assumir a propósito da opção Alcochete em detrimento da Ota;
vai daí e repesco um apontamento publicado noutro espaço no passado dia 14 de Janeiro:

A decisão do governo de optar pela construção de um novo aeroporto internacional aproveitando o campo de tiro de Alcochete, em detrimento da Ota, vem colocar (ou realçar) um conjunto significativo de desafios à região Alentejo.
(...) a circunstância da zona mais afastada do Alentejo (provavelmente Vila Verde de Ficalho) ficar a pouco mais de 120 minutos de um aeroporto internacional é deveras significativa e elucidativa das oportunidades que se colocam.
Global e genericamente, escassos serão os locais deste Alentejo que ficarão a pouco mais de 90 minutos do aeroporto. Se considerarmos a disponibilização de novas acessibilidades, caso de rodovias, mas também de ferróvias, então temos o cenário montado para que esta região se torne alvo apetitoso de especuladores imobiliários, coutadas de caça, de turismo de circunstância ou, simplesmente, de apreciadores do exotismo alentejano. Será isso que queremos?
Estou certo que fazem falta coutadas, novos empreendimentos turísticos (...), como urge manter algum do exotismo alentejano. Mas só isso será escasso e algo contraproducente quanto ao futuro que ambicionamos para esta região e que passa por garantir estabilidade de vida, trabalho para as novas gerações, como garantir alguma da qualidade de vida que ainda temos.
O que está aqui em causa (...) é a de assegurar coerência regional, sustentabilidade das decisões, articulação de interesses, coesão regional e acima de tudo liderança regional face às opções de futuro.
Há futuros imaginados e há futuros possíveis. Entre uns e outros a diferença reside na capacidade de conduzir os nossos próprios destinos ou sermos conduzidos por ele ou pelos interesses que uns quantos nele poderão colocar.
Face ao que esses futuros podem implicar é essencial que haja protagonistas capazes de representar condignamente a região e os interesses alentejanos. Estaremos nós preparados?
O futuro o dirá…

do simples

as coisas simples nem sempre são fáceis; as coisas fáceis nem sempre são simples;
lugares comuns que permitem pensar que entre um e outro existe o eterno dilema do espaço que nós ocupamos, ou aquele que queremos ocupar ou aquele que pensamos que poderíamos ou pensamos que deveríamos ocupar;
pois o espaço que ocupamos pode ser apenas transitório, circunstancial ou momentâneo;
uma coisa é certa, simples não é e nós ainda por cima o complicamos;

quinta-feira, janeiro 17

da partilha

o Miguel destaca no seu espaço, uma vez mais, a necessidade de uma cultura de partilha, do desenvolvimento das bases de um trabalho colaborativo entre docentes, tão habituados que estamos ao espaço individual de sala de aula, a pensar isoladamente estratégias e metodologias de trabalho, à acção solitária de avaliar e planificar;
concordo em absoluto com o Miguel quando se destaca essa necessidade imperiosa, fundamental da partilha;
destaca-se esta necessidade decorrente do facto que a legislação que se nos apresenta, independentemente das suas (des)virtudes, impele a esse trabalho colaborativo, implica essa partilha, impõe essa cooperação;
mas continuamos a agir como se tudo se mantivesse como dantes, inalterado;
caminhamos apressadamente para o abismo que cavámos e nem nos apercebemos disso?????

do desconhecimento

quando, numa organização, não se sabe o que se há-de fazer ou como agir, faz-se uma reunião;
na minha escola as reuniões sucedem-se em catadupas, reflexo não apenas do que não se sabe, mas também consequência da sua própria e total ineficácia - sua das reuniões, pois claro;

da falta de presença

um blogue cá do burgo deixou-me um comentário, que servia de indicação para o seu aparecimento;
denomina-se Templo do Giraldo e, mais do que um blogue, aparentemente quer divulgar notícias da terra e da região;
venha bem quem vem por bem, mas...
facto engraçado, deixou-me um comentário, circunstância que indicia que conhece este meu espaço e que o utiliza para seu proveito e divulgação, mas nos links que tem disponíveis, este meu espaço não está referenciado - talvez por não ser um blogue regional, será?;

quarta-feira, janeiro 16

das conversas

são horas de conversa, alguma discussão e muitas e diferentes ideias;
um ou outro argumento no meio de muitas opiniões, um ou outro apontamento pertinente no meio de muito ruído dispersivo;
faz-se de menos para o muito que se fala e conversa;

terça-feira, janeiro 15

do poder

o carácter relacional do poder;
o poder nunca é uma propriedade, não é uma potência, o poder nunca passa de uma relação que só podemos e devemos estudar em função dos termos entre os quais se joga essa relação
;

dos dias

há uns dias mais difíceis que outros, uns mais cinzentos que outros;
hoje é um desses dias;
casa cheia, confusão generalizável, troca de piropos e argumentos, conversas cruzadas, puxa daqui e dali, prá'qui e prá'li, num quero-te mais que o outro;
e ainda falta um bom bocado para o final do dia;

das posições

em conversa de professores pode-se perspectivar que se não existirem normativos que imponham uma qualquer ideia ou situação, dificilmente alguma coisa se fará em algumas escolas;
não é generalizável nem é a prática comum na imensa maioria das escolas, mas, convenhamos, também há muitas onde sem uma indicação (mesmo que nebulosa) da tutela não se daria um passo para o que fosse - a não ser na conformidade pedagógica;

do nada

convenhamos que se ouvirmos algumas das estórias, dos pequenos apontamentos de que são feitos os quotidianos nas escolas, podemos chegar à conclusão que algumas delas dariam azo a muita risota para quem não conhecesse os contextos e as circunstâncias educativas;
foi assim que me senti ao longo de boa parte do dia de ontem, entre o sorriso amarelo e a estupefacção da risota geral;

segunda-feira, janeiro 14

do parecer

via JMA, no seu Terrear, chega-se ao parecer do Prof. J. Barroso relativamente à proposta em discussão do novo regime de autonomia, gestão e administração;
mais palavras para quê? está tudo lá, preto no branco, curto e grosso como é hábito na pessoa do Pr. J. Barroso;
duas grandes ideias sínteses:
1. se o 115-A/98 ainda não foi plenamente implementado, para quê criar um outro?
2. faltam ideias de política educativa onde sobram posições individuais sobre a escola e os professores;

domingo, janeiro 13

da ignorância

é maravilhosos sermos ignorantes;
é admirável sabermos que não sabemos de nada e que nada se passa;
é óptimo e prazenteiro irmos em frente como se este pedaço de terra fosse único e exemplar para tudo o resto;
mas não é assim;
6º e sábado estive com colegas de outras regiões do país, oriundos de diferentes sectores da administração pública, uns desempenham papéis político-institucionais nesses sectores, outros são apenas funcionários;
são inevitáveis as comparações, sejam entre serviços, como entre regiões;
áh o teu serviço é isso, então imagina o meu...
áh o teu está assim, então escuta como está o meu...
na tua região fazem assim, então escuta como fizeram lá pelo meu lado...
por mim, fico mudo, quedo e calado quando me apercebo como as coisas correm pelas outras regiões e as comparo com a minha região; não sou propriamente um desconhecedor da realidade administrativa regional, mas fico sem palavras quando se comparam realidades político-administrativas;
há algo que me ultrapassa, me transcende; estou certo que o Alentejo estará muito à frente da realidade nacional, que será por estes lados que as coisas estão certas, correctas e no modo adequado;
mas que somos, estamos e agimos de modo muito diferente do resto do país disso não há dúvidas; talvez estejamos à frente e os outros não se apercebam...

quinta-feira, janeiro 10

da confusão

o decreto regulamentar hoje publicado é, para quem conhece, uma autêntica cópia do SIADAP (sistema integrado de avaliação de desempenho da administração pública);
poucos foram os serviços onde este sistema não deu bronca e se levantaram processos, se instaurou a confusão e foi pródigo em desacatos;
estou certo e firmemente convencido que irá dar bronca da grossa na educação, onde as coisas acontecem, na generalidade das ocasiões, de modo bastante diferente do habitual funcionamento administrativo;
tenho sérias dúvidas que as lógicas existentes nas escolas dificultarão, e muito, a implementação deste sistema e de uma lógica quantitativa, numérica, de resultados;
como tudo se irá equilibrar? estou certo que mal, e depois de muita faísca;

da disponibilidade


está disponível, para quem assim entender, um conjunto de artigos sobre a temática que integro, conhecimento, decisão política e acção pública em educação;
acreditem que vale a pena - mesmo para a discussão que presentemente se encontra na ordem do dia;
não estou porquê? por que na altura andava às voltas com o saneamento do meu anterior local de trabalho e não tinha cabeça para escrever uma linha, quanto mais um artigo;

do referendo

Já fui um acérrimo defensor do referendo às questões europeias.
Os argumentos invocados para a sua não realização, reforçavam a minha convicção quanto à sua necessidade.
hoje, concordo com a decisão do primeiro-ministro, mas discordo dos argumentos apresentados;
Por muito que se queira discutir a Europa, os seus sentidos e o seu modelo social, o referendo não é um dos momentos para o efeito;
Como foi possível observar em França e na Holanda, quando ambos os países recusaram a constituição europeia, o não foi interno e não a recusa à Europa ou a um modelo social europeu.
Tenho pena que se tenham perdido oportunidades sucessivas de se discutir a Europa e de qual o papel que nós, portugueses, pensamos poder ter neste processo,
neste momento a grande preocupação sobre a Europa é que funcione e o tratado de Lisboa, por muito que muitos procurem dizer o contrário, mais não é que uma proposta organizacional para que a Europa funcione com 27 membros, o que implica um conjunto substancialmente diferente de condições de funcionamento quando era constituída por 6, passou para 9, depois 12 e assim sucessivamente e que não irá parar;
o tratado constitucional até podia não ter grandes diferenças com este tratado de Lisboa, mas há um elemento que faz toda a diferença; o primeiro visava objectivamente um estado federal, o tratado é apenas uma recomposição organizacional - com implicações no peso e nas possibilidades dos diferentes países, é certo, mas não deixa de ser uma reconfiguração da organização dos serviços;

do porquê

na sequência das leituras que tenho feito (para ver se percebo) a proposta em redor do novo regime jurídico de autonomia, administração e gestão, há uma ideia que desde o primeiro momento me assola as ideias;
se o governo (não apenas este) defende o reforço da "participação das famílias e comunidades na direcção estratégica dos estabelecimentos de ensino" (...) "mas também a efectiva capacidade de intervenção de todos os que mantêm um interesse legítimo na actividade e na vida de cada escola", porque é que este mesmo princípio não é alargado para os centros de saúde (não terei eu interesses legítimos nessa actividade?) ou nas estruturas dos centros de emprego ou formação profissional (pelas mesmas razões?);

ou seja, há aqui uma retórica que é mais persuasiva do que justificativa; persuasiva pois procura, uma vez mais, isolar os maus (os professores) dos bons (a população), e falta a justificação, uma vez que os interesses das famílias e da comunidade já estão, há muito representados nas estruturas das escolas (conselho pedagógico, assembleia de escola) e em noutros locais (conselho municipal de educação); se a justificação é alterar a relação percentual, essa é uma outra questão;

discutir é preciso

como profissional da coisa educativa, como defensor da escola e do interesse público na educação, como socialista e cidadão digo, afirmo e subsrescrevo, discutir é preciso;

é fundamental que a sociedade e, em particular, os mais directamente envolvidos na definição, construção e implementação de políticas públicas, participem, debatam, contribuam, opinem, se troquem argumentos;
mas é também essencial perceber que o debate não deverá servir para virar do avesso uma qualquer proposta, alterar-lhe sentidos ou perverter princípios, mas contribuir para que as propostas possam ser melhoradas ou reforçadas de acordo com as lógicas de construção de uma política pública;

reafirmo, participar é preciso;

quarta-feira, janeiro 9

da surpresa

trabalhar com grupos/turma de 4º ano, neste minha escola tem trazido com ele duas surpresas;
uma assente na característica de queixinhas que a generalidade dos alunos gosta de evidenciar; fazer queixas disto ou daquilo, deste ou daquela, é uma quase constante e permanente referência nestes grupos; considero eu, e é um juízo pessoal, que esta atitude terá de se incentivada, apoiada e legitimada por adultos com que as crianças de relacionam, seja a família ou o/a docente oficial da turma; era coisa à qual não estava habituado e que desincentivo;
uma outra, mais comparativa com modelos de trabalho pedagógico, diz respeito ao facto de não saberem trabalhar em grupo, isto é, criarem factores de respeito entre os elementos de um mesmo grupo, saberem partilhar objectivos, dividir tarefas, puxar para o mesmo lado; esta uma clarissima surpresa, quando todos temos de trabalhar em grupos, com elementos com quem simpatizamos pouco ou simplesmente não simpatizamos e a escola não habituar aos factores de respeito, tolerância e cooperação;
viver e aprender, mesmo que seja à base da surpresa;

terça-feira, janeiro 8

das arrumações

por questões de facilidade de análise e compreensão, gosto de arrumar as coisas em gavetas e perceber que sentido lhes posso atribuir;
penso não ser um pormenor meu, mas faço meu o exemplo, não vá eu cair em excessos sempre perniciosos à escrita e alguém dizer que estarei a exagerar;
seja pela política, de modo mais simplista, entre a esquerda e a direita (afinal o meu PS anda muito ao centro, e bem, digo eu), seja Norte/Sul, seja o que for, há para quase tudo o que me passa pela cabeça uma gaveta onde possa arrumar as ideias e perceber os sentimentos e os sentidos de cada coisa;
isto porque uma vez mais reforço a minha convicção que a blogosfera à minha direita marca pontos claros por estes lados;
se levar em consideração algumas análises que são feitas, aparecem propostas que vão da direita liberal ao ultra radicalismo extremista do PNR (sem medo das palavras);
certamente por falha minha, desconhecimento meu, mas não vejo blogues alinhados neste meu centro a aparecerem, certamente, repito, porque ainda não os referenciei, mas também será certo por falta de oportunidade de escrita e não de argumentos;
mas a direita arruma-se e espalha-se na blogosfera, ganha espaço e protagonismo e aquela que foi a maioria sociológica de esquerda corre o sério risco de se tornar a imensa minoria;

do mesmo

e talvez mais;
é daquelas coisas que soam a lugar comum, banalidade, mas que é verdade e acontece com mais frequência do que seria de esperar;
não se circunscreve à escola, penso ser algo transversal à sociedade portuguesa, à lógica que alguém já carimbou de tuga, mas na escola é uma evidência de tal modo quotidiana que ainda hoje a ouvi - e de quem não esperava;
quase sempre que se apresentam outras ideias, diferentes daquelas com que sempre se cozinharam os dias e se desfizeram os quotidianos, há quem pergunte se é permitido, se está de acordo com a lei, ou simplesmente afirme, com plena convicção das suas certezas inquestionáveis, que isso não é possível, que não há condições para que isso, ou isto, ou aquilo possa ser feito como está a ser apresentado, proposto, exposto;
acabam-se, em face de outras ideias, a valorizar os problemas em detrimento das possibilidades (já nem sequer digo das soluções) e esperamos pacífica e ordeiramente que alguém (geralmente os governantes) nos digam como fazer, como proceder;
sem ordens externas, vindas de um qualquer chefe ou ente iluminado pela distância hierárquica, somos pouco, valemos pouco e temos receio de avançar, de assumir as nossas ideias, posições ou convicções; e sempre que o fazemos há logo alguém que rotula essas ousadias de impertinência, mau feitio, quezilências pessoais, interesses políticos ou partidários ou apenas e simplesmente de mau feitio;
está difícil, muito mais difícil do que alguma vez imaginei, ultrapassar o circunstancialismo que o Estado Novo nos impôs e determinou assente na anomia pessoal, na subserviência, ou, como J. Gil disse, este "Medo de Existir";

mais

do mesmo;
mas não é o sítio do nosso amigo Nelson, nada disso;
agora, à falta de melhor ou apenas de diferente, resolvem-se as questiúnculas entre professores e alunos com mais um processo disciplinar;
como se outros conseguíssem resolver os problemas que uns não conseguem; como se fosse possível que elementos exteriores (e por vezes estranhos) aos processos, pudessem conferir autoridade a quem não assume os seus poderes;
é mais do mesmo, para que tudo fique na mesma...

segunda-feira, janeiro 7

da discussão

agora sou eu que digo, nem mais e puxo para a primeira linha a resposta que o Paulo Guinote me deu numa das suas postas;

as escolas precisam da reforma que lhes dê a possibilidade de escolherem se querem ou não autonomia, se querem aderir às “modas” da gestão ou não, se querem ter um Director ou um Conselho Executivo.
Precisam de uma reforma que flexibilize a gestão e aligeira os procedimentos, mas que não obrigue a isso necessariamente.
.

quando se começa a entrar na questão do que se deve recomendar ou contrapor gostaria de ter escrito isto mesmo; é esta a questão essencial e central neste ou em qualquer processo de autonomia, deixar a escola (os seus elementos, o seu corpo) decidir o que quer, como quer; mais do que equacionar se é um modelo de gestão ou de administração é deixar à consideração as escolas quais os espaços de autonomia que pretende e em função de que resultados ou objectivos;
era uma forma de assumir a diferença das escolas e garantir, pelo respeito por essa diferença, as possibilidade de sermos mais iguais;
e para que isto assim possa acontecer, afinal não seria necessário reequacionar tudo de novo e de princípio, mas apenas regulamentar (mais e melhor) o 115A/98;

da lógica

ou da falta dela;
desde os finais dos anos 70 e um pouco ao longo de toda a década de 80 se pensou que existia uma forma adequada e correcta de implementar a mudança, mobilizar os intervenientes, ultrapassar os obstáculos;
foi o caso, paradigmático, da revisão curricular implementada em 1989 cá pela terra; experimentou-se primeiro num pequeno número de escolas, definiram-se estratégias, metodologias, objectivos e, depois de bem sacudir o tubo de ensaio, generalizou-se a coisa;
são modelos assentes em racionalidades técnicas, com pouca (ou nenhuma) consideração pelas perspectivas sociais, dos interesses dos envolvidos nessa mudança - por isso se diz que quem não quer a mudança lhe resiste, entre outros mimos;
considerar que a mudança social (e a escola é da dimensão social) tem uma forma de ser implementada é esquecer a multiplicidade de interesses, objectivos, motivações e outras coisas que tais que marcam a nossa escola;

da neura

há uma semana sem fumo, antecipei-me à lei e procuro largar o vício;
mas ando cá com uma neura...

domingo, janeiro 6

do comentário

o Paulo Guinote, um colega que não tenho o privilégio de conhecer (com a mesma profissão, da mesma área, História, e com raízes regionais) publicou um comentário interessante em redor desta pretensa discussão pública sobre o novo regime jurídico de etc, etc,;
não resisti e deixei-lhe o meu comentário, que trago para aqui por considerar que há pertinência em se alargar a discussão, e por considerar impertinente o meu comentário;

mas qual será a “reforma (…) que as escolas precisam para melhorar a sua perfomance”;
como dizes e bem, todas as anteriores caíram pela base fruto de inúmeras e diferentes vicissitudes, sejam quais forem as propostas (ou reformas) agradam apenas àqueles que as “inventaram” e a um ou outro elemento;
com R. Carneiro foi o que foi, entre ele e M. Grilo algum deserto e com estes, ficámo-nos pelo quê? daqui a D. Durão outro deserto, e o que é que aconteceu? mexeu-se, remexeu-se e acabou tudo na mesma, isto é, pior;
Será que andamos à espera de um qualquer Sebastião? de algo que agrade a gregos, troianos, a Deus e ao diabo, ao cão e ao gato?
o que temos feito, enquanto docentes, para dizer que esta prática, esta experiência (uma, identificada, nomeada, fulanizada) é correcta, adequada, útil, pertinente? quais os resultados e quais as práticas de uma escola (de uma qualquer) para o combate ao insucesso, ao abandono, ao absentismo?

do público

se há serviço público de educação este é um exemplo;
conseguem ser muito mais que a simples soma aritmética dos elementos envolvidos;
e, a propósito da discussão que aí circula, duas notas para a conversa:

podemos não gostar do modelo, podemos não concordar com a proposta, até podemos arranjar todos os pontos de crítica e recusa, mas a responsabilidade primeira pelo estado a que a coisa chegou é nossa, dos professores; é certo que manietados (em parte por imposição, outra por omissão) pelos governos e pelas políticas; mas não fomos capazes de dar mostra que com outras alternativas é possível fazer mais e melhor; tivemos o decr. lei 43/89 (famoso pela designação, da autonomia), depois modelos que eram novos na gestão e depois novos novos modelos (não é repetição nem gaguez, foram assim designados), depois o 115-A/98 e como ficaram as escolas, que espaços foram criados, que envolvimentos foram definidos, que estruturas foram implementadas, que experiências foram iniciadas, que ousadias foram tomadas? existiram, é verdade, como existem boas propostas, ideias, práticas, mas são, o mais das vezes, avulsas, individuais, fruto da carolice e da perseverança de um ou outro docente, da curiosidade ou da recusa de uma certa conformidade de um ou de outro; mas como se integram estes processos diferentes, inovadores, pontuais na estrutura e na globalidade do funcionamento da escola; como se articulam estes outros modos de fazer com a conformidade instalada em muitos dos conselhos pedagógicos;
como as escolas não fazem, como as escolas não promovem, como as escolas não mostram que é possível fazer de outro modo, há sempre um governante à espreita para dizer como é que se deve fazer; e então perdemos outra oportunidade de mostrar como realmente se faz, como há diferenças boas entre nós (professores, concelhos, alunos, contextos, sítios) e que nos enriquecem e não nos limitam e uniformizam (talvez já tenha faltado mais para o uniforme - que tantos defendem);

depois, concordo que no documento em discussão não estará em causa a escola pública, quer pelo alargamento que é considerado de elementos da comunidade, quer pela perspectiva de resultados que se irão colocar à escola e ao director; também tenho algumas dúvidas quanto a lógicas economicistas, sejam elas decorrentes da eficiência do sistema ou da eficácia de resultados; mas já não tenho grandes dúvidas quanto à assumida confusão entre os conceitos de gestão e administração e como, entre eles, se conjugará a autonomia; talvez possa ser lido que ao director competirá a gestão e ao conselho geral a administração, se assim for duas questões, uma teórica outra prática, a teórica, onde se encaixará a autonomia do fazer, do construir, do ousar ou está-se a pensar que o director muitíssimo dependente de resultados irá arriscar na inovação e na diferença? uma questão mais prática, se a administração fica cingida ao conselho geral imaginem a transposição das lutas, dos conflitos e dos interesses que se têm revelado no BCP para um conselho geral de uma qualquer escola e não é nem ficção, nem querer exagerar;

das procurar

no âmbito do trabalho de sensibilização com grupos do 1º ciclo no âmbito da informática vou procurar dar uma volta aos grupos;
pelas dimensões e pelas características das turmas e também pelas máquinas disponíveis, vou criar novas estratégias e uma outra metodologia de trabalho;
talvez pela criação de pequenos grupos de trabalho (onde se acentuarão lideranças e comportamentos), mediante uma pesquisa orientada (de acordo com temas curriculares e do interesse ou curiosidade dos alunos) possa obter mais resultados, ou pelo menos diferentes;
opto por consolidar competências (pesquisar, organizar as pesquisas, produzir documentos como resultado das pesquisas) mais do que criar novas (e talvez mais frágeis) competências ou conhecimentos;
é de procurar, é de tentar, talvez descubra;

das voltas

isto de andar à procura de uma escrita tem muito que se lhe diga;
o tema a partir do qual procuro escrever chama-se a regulação dos quotidianos, praticamente desde o princípio; e tenho andado empacado com a coisa, as ideias não me fluem como gostaria e ambiciono;
de repente até parece que se fez luz, talvez o problema decorra da relação que procuro criar entre os quotidianos e a (in)disciplina; os primeiros são muito mais abrangentes, implicam a norma, é certo, mas vão muito para além do quotidiano mediante a criação de elementos de subjectivação e de definição das próprias condutas; os segundos (de in-disciplina) ficam-se pelo momento, pela circunstância, pela ocasião, são mais normativos e funcionalistas e morrem quando nascem (na generalidade das situações);
ora procurar analisar os quotidianos educativos ao longo dos últimos trinta anos quase que me obriga a analisar as situações disciplinares, mas não me cingir a elas, procurar perceber como se relacionam conceitos, mas ir além deles;
isto devagarinho vai lá, ou não fosse eu alentejano;

sexta-feira, janeiro 4

do choco

tenho a leve sensação que estou a chocar uma gripe para eclodir em fim-de-semana;

da discussão

sugere-se, em determinados blogues, que se discuta a proposta para o novo regime jurídico da autonomia;
como se assume, em muitos sítios dentro e fora da blogosfera, que a maior parte dos docentes não leu, não está interessada no caso;
pela minha escola houve quem me dissesse que tal coisa não lhe diz respeito, não está interessado em concorrer a director;
e pronto, iniciou-se, uma vez mais, uma discussão entre surdos e mudos;

de si e do seu contrário

na análise ao novo regime jurídico da autonomia há quem parta de um dado conhecimento organizacional para questionar, inquirir o normativo, o documento em discussão pública;
parte-se, aparentemente, de um conjunto de pressupostos e procura-se neste documento em discussão até que ponto ele corresponde a esses pressupostos, ao conhecimento que se exigiria como estrutura do documento;
provavelmente se partirmos do documento em si e o questionarmos quanto às suas referências, ao modelo que se encontra subjacente, às ideias e valores que se poderão identificar, explícita como implícitamente, chegaremos a conclusões diferentes daquelas que obteremos se partirmos apenas e simplesmente do seu confronto com o conhecimento organizacional;
o documento é um documento político, como tal terá subjacente um conhecimento técnico (organizacional, gestionário, etc), mas reflectirá acima de tudo uma opção;
e uma das que sobressai do documento é o peso (que considero algo excessivo) do director;
é sabido que há escolas e locais onde existem, para escolha, lideranças e conhecimentos capazes de personificar esta figura tutelar agora criada; mas quando ela falha tudo o mais cai por terra, qual castelo de cartas e a escola acabará por ser auto-gerida - como hoje já acontece, de resto;
mais, o peso excessivo do director pode fazer com que a escola, enquanto construção social e harmonização de interesses, possa reflectir um sentido e não os diferentes sentidos que coexistem na escola; situação que será sempre empobrocedora da realidade educativa;

da opinião

e mais um blogue que surge na atmosfera eborense - com a particularidade de algumas, muitas, costelas, bejenses;
o compadre florival Pinto, com quem troco galhardetes e ideias nas tarde da Antena Sul, rssolveu vir agora para a blogosfera;
faço votos para que consiga conciliar os inúmeros afazeres com a escrita, como faço votos de muitas e boas postas;
o lado direito eborense anda claramente mais activo - e eu que nunca acreditei em coincidências;

quinta-feira, janeiro 3

dos comentários

há dias atrás um dos ilustres cronistas nacionais e da blogosfera, publicou um texto que, à primeira vista, merecerá toda a nossa atenção e alguma concordância;
a ideia ali defendida é, genericamente, que a blogosfera não é um fórum de participação pois não reúne as condições de razoabilidade, crítica e argumentação necessárias, que está polvilhada de egos assoberbados de emoção;
se, por um lado, é razoável o comentário a esta nova cultura do blogue, por outro revela algum receio de uma concorrência emotiva e egocêntrica; isto é, a blogosfera é tudo e não é nada; é um registo diário de ideias e emoções, sensações e opiniões; mas é também crítica e argumentação, razão e perspectiva de crítica social;
certamente que poucos serão aqueles blogues que conseguirão sobreviver à espuma dos dias, ao efémero dos nossos quotidianos, mas, ainda assim, revelam vontades, outras perspectivas e, aparentemente, até provocam análises de semiótica entabuadas com filosofia e crítica literária;

do regresso

e, para todos os efeitos, hoje é dia de regresso à rotina da escola, do retorno ao quotidiano da normalidade; levantar cedo, levar filhos à escola, ir também eu para a escolinha, prepapar mais um período, este excepcionalmente curto;
é o mundo que regressa à sua normalidade;

dos modelos

aproveitei a pausa pedagógica do Natal e entre filhozes e bolo rei, dei uma vista de olhos ao novo regime jurídico de autonomia, gestão e administração dos estabelecimentos públicos de educação, só o título já cansa;
três ideias, soltas, no meio de outras que possam aparecer por aí:
a) não me assusta, nem considero que seja um papão que venha colocar em causa a democraticidade da escola ou dos seus mecanismos de funcionamento; é certo que faz depender excessivamente a dinâmica organizacional da figura do director, mas enfim, não é já assim?!;
b) colocam-se-me algumas dúvidas quanto ao funcionamento e à operacionalidade do conselho geral; não estamos, professores e técnicos, habituados a uma politização das estruturas e esta implica uma assumida politização (nada de confusões com partidos, política implica a discussão das ideias e das opções, dos sentidos e dos modelos, implica discussão, coisa com a qual os professores, fora do seu circulo, lidam com dificuldade); o anterior modelo (115-A/98) privilegiava uma distribuição tripartida que agora se esbate em dois órgãos;
c) para já a última nota, designar o director sem conhecimento de quem serão os seus assessores é votar no escuro, ainda que tenha de apresentar um plano de trabalho o desconhecimento de quem o implementa, os seus modos e as suas valorizações, pode condicionar a escolha;

em rodapé, achei curiosa a referência que um dos objectivos é assegurar a disciplina; curiosa porque é a primeira vez que se assume que compete à escola determinar os seus instrumentos e mecanismos de disciplinação colectiva (antes eram da quase que exclusiva responsabilidade do Estado Central que apenas deixava franjas à escola para este seu exercício); curiosa também porque é a assunção de um dos ramos da autonomia decretada;

quarta-feira, janeiro 2

da colaboração

dei início, no dia de hoje, a uma colaboração entre a minha pessoa, mais rigorosamente, a minha escrita, e o jornal on-line Notícias Alentejo;
faço-o numa fase de reconfiguração e de redefinição (a ver vamos se também de opções) que o jornal adopta; saem uns, entram outros, o importante é a perseverança e a tenacidade de se procurarem caminhos para uma imprensa local e regional seriamente condicionada;
condicionada pelo mercado comercial, claramente exíguo; mas também pelos poderes instituídos, mesmo os da comunicação social, que nunca vêm com bons olhos o aparecimento de novas apostas; ou mesmo dos profissionais, quase sempre certos de si e senhores da sua ciência e sapiência que rapidamente se minam uns aos outros...
mas também condicionada pelas capacidades críticas, pela capacidade de escrita, pelos comentários e pelos comentadores;
em face desta minha colaboração a política neste espaço vem depois da publicação, como reservo para aqui assuntos mais educativos, escolares;
é uma divisão do espaço e da escrita;
a ver vamos como corre;

do tentar

e assim, devagar devagarinho, lá vão quase 60h sem fumo;
não precisei da lei proibicionista para tentar deixar de fumar; um dia antes optei por, uma vez mais, tentar deixar de fumar; estive quase 5 anos sem fumar, entre Agosto de 2002 e Março de 2007; por razões sempre idiotas voltei ao fumo e aos cigarros; volto a tentar abandonar;
a ver vamos, minuto-a-minuto, hora atrás de hora, um dia de cada vez; é certo que estou (eu assim me sinto) mais irascível, impaciente, irritadiço; mas terei de passar por todos estes degraus;
é de tentar...

dos dias

e pronto, lá demos a volta a mais uma folha do calendário;
passámos dia, mês e ano, o três em um que nos faz sentir alegres por aqui termos chegado e esperançosos de irmos mais além;
um BOM ANO;