segunda-feira, dezembro 31

da arrumação

entre as últimas há sempre uma ideia ou outra que desperta alguma curiosidade;
no contexto da cartografia do conceito de disciplina na escola pública e em face de tantos e tão dispersas referências, resolvi arrumá-los em 4 cantos, 4 gavetas que me permitem perceber que conceitos se cruzam, que ideias e valores se veiculam, que modelos pedagógico-sociais se perspectivam;
foi um final de ano até algo produtivo, apesar das intermitências de escrita;

das útlimas

damos as últimas neste último dia de 2007;
por mim mudo de caderno, fecho o deste ano, resumo ideias e alguns apontamentos e avanço para um novo, de 2008;
já assumi posições radicais, não deixei nada para a última badalada e desde ontem que volto a tentar deixar de fumar;
já lá vão pouco mais de 12h sem cigarros, alguma ansiedade e algum desconforto; a ver vamos como me porto;
nada melhor que acabar 2007; está esgotado, venha um novo dia, um novo ano e com ele outros desafios;
BOM ANO DE 2008, mais que estarmos feito num 8, que seja um ano assim mesmo, redondinho;

domingo, dezembro 30

do balanço

esta altura é propícia a balanços;
o que ficou por fazer, o que foi feito, o que se perspectiva fazer etc., etc,
nesta altura e neste local, apenas duas referências;
o que passou passou e saudades apenas do futuro, como diria o poeta e um valente amigo;
para a frente apenas os desejos de saúde, paciência e aquilo que dá força ao entendimento do quotidiano, do nosso dia-a-dia;
pessoalmente e até daqui a um ano, vou tentar terminar três dos capítulos que me consomem (um sobre a genealogia do conceito, outro sobre os instrumentos e outro sobre a regulação social), isto é todos aqueles que não se relacionam de perto (nem de longe) com o trabalho de campo da minha tese; como irei procurar concluir todo o trabalho de campo;
tudo o mais, logo se verá;

dos anos

um amigo - nesta mesma consideração - que por aqui fiz faz agora anos de por aqui andar;
somos diferentes, é verdade, pelas experiências, pelos contextos, até mesmo pelas ideologias escolares, educativas e políticas que nos separam;
mas não são suficientes para separar uma amizade que se construiu e firmou com base nessa mesma diferença;
votos de muitos e bons, a começar já por este que se aproxima, o de 2008, com tudo de bom para ti, meu amigo, e para as senhoras que te acompanham;

sexta-feira, dezembro 28

dos livros

é sabido que o mercado editoral nacional anda a mexer como, muito provavelmente, nunca o tinha sentido antes;
aquele grupo que já possuiu a TVI dedica-se agora à compra de editoras - já lá vão 5, gaialivro, caminho, d. quixote, texto e asa, se não estiver a cometer enganos;
e, segundo rezam as crónicas do circuito, após a consolidação do novo grupo já se fala em nova venda a grupo desta feita internacional;
e o problema é que esta concentração e a acção se faz sentir no mercado;
as pequenas editoras, que tinham a vantagem da independência editorial e que criavam nichos de mercado ou fecham ou se esgotam; mesmo as maiores, caso da livraria leitura onde fiquei deveras surpreendido pelo downsizing sofrido, sentem os reflexos das mexidas editoriais e empresariais;
a ver vamos onde esta actividade nos leva e quais as consequências para o consumidor - onde cada vez mais se acentua a vantagem de utilizar a Net para a compra de livros - onde ficará o mercado de proximidade, a possibilidade de manusear o livro antes o comprar?

do andante

e hoje estreei o andante, de um lado para o outro, o prazer e o privilégio de ver o Porto com a despreocupação de outros me conduzirem e não ter que me irritar pelo estacionamento;
um andamento a repetir mais vezes,

quinta-feira, dezembro 27

do meio

Évora estava a meio gás, ou nem tanto, perdida entre a consoada de Natal e os preparativos da passagem de ano;
as ruas quasi desertas de gentes, cheia dos enfeites que marcam a quadra; queixas disto e daquilo, comentários assim e de outro modo;
agora é um tempo em que descanço da escola e do meu trabalho, quando não mesmo de mim;

do rumo

rumei a norte para estar e ver amigos e amizades;
como as coisas são diferentes; a paisagem, a arquitectura, a organização dos espaços;
como as coisas são semelhantes, as gentes, os modos, as decorações de Natal;
no meio de uns e de outros valorizamos aquilo que queremos ou que pudemos;
gosto de valorizar as pessoas, de sentir os seus modos e os seus hábitos, mais do que procurar as diferenças;
é nestas diferenças que conseguimos perceber as semelhanças e perceber como somos, de que massa somos feitos;

domingo, dezembro 23

das festas


cá em casa há quem esteja a contar os dias, as horas, os minutos para que possa rasgar o papel e matar a curiosidade daquilo que ali estará embrulhado;
nestes tempos de festas e desejos, aqui ficam os meus para todo(a)s aquele(a) que por aqui passam e têm o privilégio de me fazer sentir mais vivo;
votos sinceros de Festas Felizes, tudo de bom...

sexta-feira, dezembro 21

do café

apesar da blgosfera eborense se querer manifestar há quem denuncie o travo azedo de um café frio que custa a engolir;
persisto no que já aqui escrevi, faço votos para que não se rendam às pequenas evidências de uma mundanice local que apenas alvitra bitates, mais por um qualquer saudosismo decrépito e mofo, do que por querer construir seja o que for;

da (des)organização

uma das características do nosso sistema educativo é, reconheça-se, a sua imensa desorganização;
estruturado anarquicamente à medida que crescia, nunca chegou a consolidar uma dada lógica de funcionamento e, menos ainda, de relacionamento entre as suas diferentes partes;
unidade de coerência, o sistema apenas manteve duas das suas mais duras características e ambas oriundas do antes de 74, a centralização e a burocratização das acções;
não é necessário falar da estrutura do polvo, que se ramificou e diversificou por milhentas unidades, pequenas divisões, gabinetes e tudo o que se possa imaginar a ver se conseguia manter o controlo (ainda que remoto) do sistema e os seus súbditos sob o seu domínio;
mesmo ao nível da escola, e já aqui o escrevi por inúmeras vezes, o sistema alargou a sua base de recrutamento de alunos, integrou novos e diferentes públicos, procura um outro conhecimento e novas conformidades (para além da pedagógica e social, desde a integração europeia que é manifesta a conformidade política); mas o seu funcionamento tem permanecido imutável, se salvaguardarmos pequenas intervenções de lifting, mais para disfarçar as rugas do que outra qualquer coisa;
o(s) famoso(s) decretos da autonomia, primeiro o 43/89, depois o 115-A/98, acabaram por ter reflexos mínimos na organização e na estrutura do sistema;
tenho sérias dúvidas quanto àquele que por aí vem e que foi ontem aprovado em conselho de ministros;
percebo a tentativa de (re)organização do sistema com base na escola, é perceptível a integração de outras lógicas na gestão, como é entendível o forçar a integração de outras realidades na administração da escola;
desde logo por duas razões, a primeira porque persiste e insiste na designação de administração e gestão, criando-se, a partir daqui, contradições e inoperacionalidades conceptuais que certamente condicionarão o seu andamento, a sua implementação; depois por aquele Conselho Geral, muito decalcado da realidade norte americana carecer de elementos de operacionalização e monitorização;
a ver vamos como será o texto do documento, como procura articular as suas diferentes partes e concepções e como integra contributos de parceiros e de fazedores de opinião;

quinta-feira, dezembro 20

da química

por mera cusquíce, de quando em vez consulto os perfis dos utilizadores ou criadores dos espaços da blogosfera;
gostei deste perfil;
é um perfil que, apesar das muitas contrariedades, se alastra qual química da mancha de azeite que insinuosamente se propaga, se alastra e teima em deixar a sua presença, a sua marca;
ao ver as características deste meu ZeP sinto que a indústria química tem futuro na região; já são tantos os operários que, daqui a pouco, se poderá formar senão um sindicato, pelo menos uma tertúlia reivindicativa;
pode não ser tóxico, mas que perturba, lá isso perturba;

da orientação

ontem foi dia de conversa com o orientador;
troca de ideias e esclarecimento de algumas dúvidas foram o pretexto para uma amena cavaqueira onde a grande, mesmo grande preocupação é não me sentir desorientado no meio de um projecto de trabalho que me consome energias;
do outro lado, da conversa do orientador, a clara percepção quanto ao entendimento dos meus ritmos de trabalho, e dos receios que com ele se podem colocar;
disperso-me com alguma facilidade, divirjo com relativa frequência, como consigo, como ultimamente, apresentar períodos onde a focalização me permite rendimentos inquestionáveis;
há que procurar garantir a continuidade de um trabalho e a focalização necessária e suficiente para que me sinta preso aos trilhos e não descarrile;
gostei da conversa, para além de ter ficado algo esclarecido quanto às dúvidas que levava, também gostei do afloramento de outras que o tempo - e as leituras - procurarão esbater;

do café

e, por muito que possa não parecer, a blogosfera eborense até se move, faz-se sentir;
recebi a notícia natalícia que existe mais um blog sobre a cidade, Café Portugal, feito por um conjunto de elementos "históricos" da terra;
a designação, de café Portugal, remete para diferentes ideias (um imaginário colectivo) do que foi a cidade;
por um lado, um local de convívio, onde, entre tacadas de bilhar e comentários do momento, uma geração aprendeu a falar da PIDE, da censura, da vida alentejana; nesta fase o café Portugal era um contrapeso, o outro lado da verdade, ao outro café, o café Arcada, onde se reuniam outros, com outras ideias; estou a falar dos anos 50 e 60 de onde os jovens de então, a partir das janelas do 1º andar, galanteavam as raparigas passantes e espreitavam quem esperava pelo autocarro - é verdade, aquele local já foi ponto de paragem de autocarros;
por outro lado, e penso que será para esta fase que remete a designação, foi um espaço de confrontos, entre os que tinham chegado de África e estavam habituados aos cafés e aos espaços de convívio, com outros regressados dos muitos lados da Europa que agora nos consome e que traziam uma outra aragem, outras ideias, outros olhares, outras leituras, e aqueles que, por pouco ou muito que nunca daqui tenham saído, ali encontravam um espaço de diferenças;
foi, assumidamente, um espaço de fórum, de ideias, de ideais, de sonhos, de futuros possíveis e imaginados;
mas faliu, fechou, sucumbiu ao peso dos tempos, eventualmente da sua própria história, como sucumbiu pelo facto de quem por ali passava se ter apropriado de outros espaços, deslocalizado, também eles, para outros pontos, talvez com outros sonhos, com outras vontades;
como bloguista e como eborense dou as boas vindas a um novo espaço de debate e faço votos para que seja isso mesmo, um espaço crítico, reflexivo, de discussão e de ideias e não se renda aos apontamentos mais fáceis de corte e da costura, à insinuação brejeira; o Café Portugal também foi vítima disso mesmo;

terça-feira, dezembro 18

das nuvens

há já algum tempo que não via nuvens;
hoje, ao sair de casa e olhar o céu, revi-me naquela frase, estou nas nuvens;

segunda-feira, dezembro 17

da remodelação

há muita gente, gente demais a falar em remodelação governamental, em mexidas na estrutura do governo e da acção política;
sinceramente, sinceramente, considero que a haver mexidas políticas elas serão assumidamente circunstanciais, mais decorrentes de outros interesses (pessoais, profissionais, sociais) que políticos;
mais, dizer que a senhora ministra da educação, ou a sua equipa é remodelável é não perceber como funciona o governo e como actua a pessoa do primeiro-ministro;
não creio, sinceramente, como sinceramente espero estar enganado, que vá existir uma remodelação nos próximos meses na área educativa;
primeiro porque José Sócrates (como já afirmou Pacheco Pereira) não funciona em função das sondagens de opinião; segundo por que mesmo que funcionasse, muito gostaria ele de contrariar as sondagens, dar o dito por não dito, e mostrar quem manda na coisa; terceiro, porque não se faz uma remodelação para agradar a sondagens ou à oposição; faz-se uma remodelação ou simples mexida no governo por inépcia, incapacidade ou falta de tacto; e apesar de alguns senhore(a)s ministros serem pródigos em gaffes ou diatribes políticas, não é o suficiente para mexer na estrutura político-governativa;
a haver mexida ela será pontual, casuística e de sombras chinesas, daquelas que mais iludem do que revelam;
mesmo que haja secretários de estado que muito gostam de olhar para o seu úmbico e mais não sejam que autênticas sanguessugas políticas, mesmo aí, o primeiro-ministro mostrará as garantias de quem governa;
e nós que cá vamos, com diatribes, incompetências e inoquidades várias, nos arranjemos pois quem cá está por baixo, estas estruturas regionais, ou não querem ou simplesmente não podem interferir; é o pacto da conformidade, mais do que o silência, que vigora;
até quando...

não, não sou o único

certamente que se lembrarão desta canção dos Xutos;
perfeitamente adaptável a outras circunstâncias e situações, que fazem com que não me sinta o único saneado (politicamente, entenda-se) da Administração Pública;
sem apelo nem agravo, outros foram também inapelavelmente saneados, postos de lados, excluídos, deitados fora;
afinidades com a minha pessoa apenas a circunstância de estar associado à educação, mas pronto, tem outra experiência, um outro modo e forma de estar; não terá sido, certamente, por questões de feitio, apenas pela incapacidade, impotência e inoperância das estruturas locais e regionais do meu PS saberem ou poderem gerir os seus próprios interesses;
ou seria que estariam, também aqui, a gerir os seus interesses?

sábado, dezembro 15

das leituras

não apenas mas particularmente em época de Natal, chegam a Évora inúmeros títulos que, noutras épocas, levam tempo e tempo, como se estivéssemos longe dos centros, como se por cá não se justificasse o investimento na distribuição, não fôssemos consumidores como os outros;
sinto-me tentado a comprar este e aquele, e mais este e o outro, mas não posso; estou condicionado por leituras em redor da disciplina na escola, a regulação social, os instrumentos e acção pública e a governação;
compro-os antes a pensar na esposa; talvez depois os possa ler;
para já tenho de me ficar pelas leituras "obrigatórias";

da conversa

dois professores, de duas escolas diferentes, mas conhecidos de há muito conversam;
diz um, sabes lá tu como anda a minha escola; até parece que o presidente, sempre que vai à casa de banho, traz uma ideia nova;
diz o outro, e então a minha, não te passa pela cabeça como aquilo anda;
diz o primeiro, se fossem ideias de jeito ainda vá que não vá, agora parece que são ideias só para chatear o pessoal;
replica o outro, bem que tento conversar com o pessoal, mas cada vez as coisas estão piores, e não é para simplificar nem facilitar a vida aos colegas, até parece que fazem de propósito;
então e na minha, agora alteraram a ordem de trabalhos das reuniões de avaliação e criaram um enredo que ninguém se entende;
na minha não está nada melhor, até parece que a Maria enviou uma cassete para eles ouvirem sempre que vão para a escola, complicam a vida a tudo e a todos;
mas nós sempre fizemos aquilo que agora nos andam a exigir, mas se o exigissem com termos;
na minha vai de mal a pior, ninguém se entende, sentem-se os nervos à flor da pele;

podia continuar por aqui fora, mas o discurso, as conversas de docentes caíram na explanação das amarguras, no carpir das mágoas, na comparação de quem está pior;
assim, dificilmente se encontra um caminho alternativo; mas há quem goste de nos ver assim...

do agradecido

pois...
e pronto, segui a indicação preciosa do Miguel e cá estou a tentar escrever neste espaço;
as máquinas e o software de quando em vez têm destas coisas;
vá lá saber-se do porquê.
agradecido, uma vez mais; passei-me para o FireFox e já cá estou;
vamos a isso...

sexta-feira, dezembro 14

da ajuda

a ausência - forçada - dos últimos dias não decorre de tarefas nem falta de tempo;
decorre de um problema para o qual peço ajuda, caso alguém já o tenha enfrentado;
quando acedo às mensagens do blogger ou quando procuro efectuar um reencaminhamento de correio pura e simplesmente aparece-me uma mensagem de erro e a janela do explorer é desligada isto só acontece no meu computador - o que, presumo, seja derivado de filtros, restrições ou...;
como consequência, não consigo colocar mensagens em casa o que limita significativamente a produção de ideias;
se isto já aconteceu a alguém e que saiba resolver, agradeço, desde já a ajuda;

quarta-feira, dezembro 12

da educação

O primeiro-ministro referiu ontem, com alguma pompa, mas sem circunstância, algumas ideias (que não são propriamente novas) referentes à organização do sistema educativo;
Sem fazer qualquer comentário ou juízo avaliativo, uma vez que ainda estamos pelos discursos e não há forma de aceder aos documentos que serão apresentados para discussão pública, apenas algumas notas;
Quanto ao alargamento da participação nos destinos da escola, sim senhor, como? Mediante a reconfiguração da assembleia de escola? Mediante o alargamento de “sítios” de participação e presença de pais/encarregados de educação e de elementos municipais? A minha preocupação não vai no sentido de sentir qualquer tipo de receio de quem vem de fora (e que muitos dizem não serem conhecedores das lógicas e dos funcionamentos das escolas, entre muitas outras barbaridades), vai no sentido de perceber como e como esse alargamento permitirá melhores desempenhos (organizacionais) à escola;
Segundo, a figura do director, sim senhor, é uma profunda e significativa diferença face ao que, ao tempo, o outro governo apresentou; não é irrelevante, por muito que o queiram fazer parecer, mas a questão coloca-se quanto à formação (muitas vezes inexistente, outras feita à medida, outras ainda por encomenda); a(s liderança(s) é(são) elemento charneira na escola, mas não são individuais, qual cargo dirigente da AP onde o poder é exercido em face de exclusivas responsabilidades individuais; depois, como avaliar, como comprometer, como responsabilizar? Se é uninominal o director que se dane, pois claro, é ele o responsável;
Terceiro, alargar a autonomia, duvido que alguém negue esta necessidade mais que evidente; mas como, em face de projecto, de contrato, de protocolo, de objectivos (qual SIADAP transposto para a escola), qual o comprometimento do ME, quais os limites e os âmbitos de exercício dessa autonomia – a visar o quê, com que resultados e em face de que circunstâncias;
Dúvidas que se procurarão esclarecer aquando da discussão pública, assim espero;

do Dez

Há quem se diga Dezorientado, Dezmotivado, e outras coisas mais;
Pois bem, devagar, devagarinho ao fim de pouco mais de um ano de ter criado um novo espaço (pela designação e pelo endereço), chego aos dez mil passantes;
Nada comparável a muitos outros espaços/blogues que rapidamente atingem cifras significativas, de meter inveja a estes meus números agora alcançados; mas não quero fazer esse tipo de comparação; quero-me regozijar pelos pacientes, pelos persistentes, pelas amizades que aqui fiz, construí e consolidei; amizades algumas vezes feitas na diferença de ideias, opiniões e sentidos de encararmos a coisa pública; mas pela persistência que denotam em resistir à minha escrita (com erros, ortográficos ou gramaticais, às ideias e opiniões) só tenho a agradecer;
Obrigado; voltem sempre, cá estarei, até quando não sei, mas por cá estarei.

terça-feira, dezembro 11

do índice

na construção de um projecto de investigação é básica a necessidade de se criar um índice que permita canalizar os esforços (leituras, escritas, pensamentos e ideias);
há já algum tempo que tinha o meu, pela qual, melhor ou pior, me orientava;
reformulei-o agora de alto abaixo;
descobri que o anterior estava inconsequente e com manifesta falta de coerência;
o que recreei apresenta-se-me mais claro, com melhores condições de canalizar os esforços;
tem sido um processo feito por aproximações, muitos recuos, algumas hesitações, como algumas convicções;
teria de ser assim, muito provavelmente;

da diferença

uma das ideias que sobressai da reestruturação de um projecto educativo é a diversidade de ideias, posições, valores e modelos com que uma qualquer escola se debate;
a minha escola não é diferente das demais - apesar da diferença das pessoas; numa grelha de análise de conteúdos chega-se à conclusão do óbvio, que existem concepções e opiniões que cruzam os docentes e vão para além do espaço delimitado da escola que integram;
há quem considere um contratempo esta diversidade; por mim considero-a uma vantagem;
a pluralidade de ideias e concepções só pode enriquecer as práticas e as concepções; desde que alguém queira aprender;

da insinuação

a política local (senão mesmo a regional) é feita mais pela insinuação, pelo não dito, pelo omisso do que pela discussão de ideias e projectos;
nos últimos tempos (anos) a política não se discute, insinua-se; a política não se argumenta, lançam-se boatos;
mesmo no seio das próprias estruturas político-partidárias há quem sinta manifestas dificuldades em argumentar ideias, defender opções optando mais pela insinuação, pelo jogo debaixo da mesa;
talvez seja fruto dos actores que temos, talvez aprendizagens desajustadas; talvez por ausência de espaços de debate de ideias, mesmo partidários;
como não há espaços (nem grandes argumentos, diga-se) os comentários fazem-se valer por si, como se tivessem vida própria, e não têm;

sábado, dezembro 8

da árvore


foi dia de, com a família, se montar a árvore de Natal, trazer cá para dentro este espírito natalício que se encontra embrulhado em prendas, laçarotes e luzes que piscam, bolas coloridas e tudo o que se lhe possa associar;
apesar da crescente descristianização social e de alguma assumida paganização dos rituais, à momentos que perduram, eventualmente com outras leituras ou outros significados; mas queremos, lá no fundo, assumir todo um tempo imaginado, circunstâncias de sonhos ou, simplesmente, um manter presente todas as memórias de uma infância;

do tempo


do tempo que passa, agora é o Natal que se insuna, com toda a sua proliferação de embrulhos coloridos, lojas assumidamente mais chamativas, um frio que se intromete por entre as gentes que passeiam, olhando as montras, procurando uma prenda aqui ou ali, para este ou para aquele;
a brincar a brincar, estamos no último mês do ano, em tempos, antes da adopção deste nosso calendário Gregoriano, o dez hoje o doze em que marca o virar de página;
mais uma...

quinta-feira, dezembro 6

da posição

as recentes posições dos diferentes partidos políticos, na votação do orçamento municipal e do PDM cá da terra, são reveladoras de diferentes situações e circunstâncias;
destaco duas - uma da cada lado do PS;
o PCP encontra-se à procura de rumo, de uma estratégia que lhe permita uma reafirmação (local) que dificilmente voltará a ter; debate-se nos interesses internos e nas incapacidades de, sem referir o passado, voltar a ele, qual memória de saudosismos (que em dias de nevoeiro até calha bem como metáfora) e de apresentar outras (e preferencialmente novas) ideias; a renovação a que procura proceder mais não é que um lifting, um botox político, onde se procuram reconfigurar algumas partes mantendo toda a sua estrutura e lógica interna; os tempos são outros, como os desafios e as propostas e o PCP está enclausurado nas suas próprias limitações;
do outro lado, o PSD procura afirmar um discurso de promoção da cidade, por um lado, e de alternativa à discussão dicotómica da sua esquerda, sem ser capaz de se afirmar, primeiro, longe das estruturas (e lógicas) nacionais que são mais auto-fágicas que outra coisa (veja-se o exemplo da CM de Lisboa), segundo, mediante um projecto local que seja aglutinador e não diferenciador e dispersor do comum interesse da cidadania local - muito enleado que tem estado em espaços delimitados de acção;
a capacidade de gerir estes equilíbrios e sensibilidades, claramente entalado que está o PS, tem sido uma das virtudes e capacidades do presidente da autarquia - não isento de referências ou de apontamentos, nomeadamente ao nível da estratégia adoptada;
resta perguntar, até onde..., até quando... como se poderá afirmar o PS local onde persistem lógicas mais circunstanciais que estruturais, mais fulanizadas que politizadas;

da falta

ontem estive sem net em casa;
é, simultaneamente, um sensação de vazio, de abandono, de isolamento que me constrange, como é um descanso em que aproveito a oportunidade (dada pelo isolamento) para produzir sem me dispersar, sem vaguear;
os equilíbrios esses, é que são mais difíceis de estabelecer, pois é um instrumento fundamental para o que quer que seja;

dos "factus"

o Paulo deixou-me um comentário sobre os factus que gira(ra)m em redor da escola do bº da comenda; esclareço, em face da dúvida e da impressão que terei deixado;
não responsabilizo os pais pela criação deste factu político local; fazem o seu trabalho, defendem os seus interesses, pugnam pelo que consideram mais adequado para os seus filhos; como pai não posso deixar de o afirmar;
agora o que houve e o que há circunstancialmente nesta cidade é o aproveitamento de situações (umas mais concretas que outras, uma menos razoáveis que outras, umas mais pertinentes que outras) por parte de diferentes correntes de pretensos fazedores de opinião que mais não visam que moer e desmoer situações e querer apresentar aquilo que consideram mais útil para os seus pretensos objectivos;
entre o interesse de uns (os pais) e de outros (os fazedores locais de opinião) há todo um espaço de debate e de afirmação de ideias que não é possível fazer com a mediação da comunicação social ou com a radicalização de posições;
e isto não é exclusivo das situações em redor da escola da comenda;

terça-feira, dezembro 4

da regulação

numa análise de conteúdos aos comentários inerentes à revisão do projecto educativo da minha escola, constata-se o óbvio; os docentes não encaram o seu trabalho, a sua função como elementos de regulação - seja pedagógica, social ou, mais dificilmente, política;
a principal dimensão que surge associada aos comentários ainda se encontra muito ligada às dimensões funcionais e instrumentais da escola; o que pode decorrer de várias situações, destaco duas, os discursos educativos predominantes (os políticos ou os académicos) que visam a estruturação da escola em face dos desafios da modernidade, da preparação e adequação para a vida, da preparação de profissionais qualificados e, por outro lado, de modos passados de entender a escola e a relação pedagógica, tempos em que a escola preparava para a vida, que a escolarização era garante de trabalho, de uma profissão;
aparentemente não á contrdição entre um e outro, mas os modelos subjacentes às práticas são diferentes uns dos outros, como diferentes são os papéis concebidos aos professores e aos alunos num e noutro contexto;
não julgo a situação, limito-me a constatá-la;

da escrita

quando me reencontro com a minha escrita, aquela que decorre mais por dever e obrigação, que por prazer e impulso, fico com menos tempo, menor disponibilidade para este meu cantinho;
entretenho-me no coligir os instrumentos (elementos que estruturam as relações de poder entre governo e governados e que são imbuídos de valores, ideias e modelos subjacentes a essa relação) e na sua organização em face das dimensões que perspectivam e daquilo que, pretensamente, pretendem regular;
fica-me pouca vontade para escrever por aqui;

segunda-feira, dezembro 3

dos projectos

entretenho-me, juntamente com outros colegas, com a estruturação de um projecto educativo de escola, ao qual acrescerá o projecto curricular e o regulamento interno;
no processo adoptado, onde se partiu da unidade básica de agrupamento da escola, o grupo pedagógico, é interessante perceber como os professores utilizam diferentes conceitos e ideias, para se referirem à mesma coisa;
a clara assunção que apesar do mesmo contexto, de uma formação mais ou menos comum falamos de coisas diferentes quando falamos da escola, da avaliação, dos resultados, das práticas pedagógicas e sociais;
neste contexto é enriquecedor perceber como lá no fundo existem diferentes modelos de escola e de educação, onde se perspectivam diferentes ideias de professor e, acima de tudo, como se equacionam os modos, as práticas e os instrumentos de uma regulação social;
equacionar e considerar as diferenças para que se possa construir um documento único, senão aceite, pelo menos tolerado pela maioria, é o desafio;

da falta

o Miguel colocou-me um comentário deveras pertinente na minha entrada sobre a greve;
comentário a apelar à conversa, à troca de ideias, a fazer lembrar os primeiros tempos de uma boa discussão - ainda por cima pública;
não receio os penduras, receio a incapacidade de, por intermédio da greve, não se perspectivar saída, de se radicalizarem posições e situações a que pouco ou nada conduzem - a não ser à afirmação de um ou outro interesse;
como alguém escreveu os tempos são pós-modernos (?) enquanto as formas de luta, a estruturação do confronto social se mantém numa lógica moderna;
sinceramente, sinceramente, não consigo perspectivar outros modos onde o trabalhador possa fazer valer as suas posições e, acima de tudo, as suas reivindicações;
mas a greve não é uma delas, pelo impasse que cria;
não considero justas nem a posição do governo nem as dos sindicatos, que entram para as negociações com valores perfeitamente descabidos, desencontrados e impossíveis de uma qualquer negociação;
é isto que critico, mais do que a acção em si;
mas sou defensor da politização dos processos, nãos os receios, enquanto afirmadores de posições, ideias, ideais e valores; os partidos políticos no nosso contexto é que são mais coorporativistas que políticos; não sei se será uma consequência dos tempos, mas será certamente pela intervenção das pessoas;

domingo, dezembro 2

do triste


ontem, em dia de amenas cavaqueiras cá por casa, de confraternização e amizades, ao princípio da noite fiquei assim;
tristonho e macambúzio com aquele resultado;
enfim, contrariedades...