sexta-feira, julho 8

aniversário final

há precisamente dois anos iniciava a minha aventura na blogosfera com dois claros propósitos.
Por um lado, dar escoamento a toda uma verborreia opinativa que (quase) sempre caracterizou a minha pessoa e que sempre fez com que não ficasse indiferente às coisas ou situações.
Por outro lado, num claro manifesto de participação despudorada, de pensar que tinha algo para dizer, fossem ideias, opiniões, sentimentos ou meras impressões.
Em dois anos quase tudo mudou, inclusivamente a minha pessoa e a minha participação neste espaço. Nem sequer faço um balanço, deixo-o à consideração de todos/todas quantos se deram à pachorra de me ler e de vascuçhar o meu pensamento.
É um aniversário algo triste, pois coincide com o final deste projecto. Não é um final por falta de ideias ou de opiniões. Nem de falta de oportunidade temática. Há muito para dizer, para escrever, inúmeras razões para trocarmos olhares.
O final deste espaço - desconheço por agora se temporário se definitivo - deve-se exclusivamente à minha inacessibilidade à net em condições que me permitam acompanhar o desenrolar dos tempos, dos dias e das ideias e de deixar as minhas impressões, o meu pensamento, o meu olhar, como diria um sério amigo que por aqui fiz e construí.
Mas é assim mesmo. Ponto final. Talvez regresse. Talvez não. Quem sabe.

terça-feira, julho 5

do aniversário

o Ademar faz, por estas bandas, um ano, com um texto que subscrevo integralmente.
Um ano em que, de modo claro e indelével, marcou a blogosfera, a escrita que se produz em torno de duas temáticas que, no meu entender, são as suas imagens centrais, a escola (e o que elas transporta em si - professores, alunos, políticas, idiotices) e o amor à escrita, à palavra, às ideias e aos sentimentos.
Que por cá continues, com o mesmo espírito e com as mesmas palavras.

da diferença

hoje foi dia de matrículas, um dia aparentemente diferente onde destaco dois aspectos.
A incomodidade de quem não transitou e que vê os colegas ir em frente e que sente alguma (?) ângustia, e, por outro lado, uma aparente saudade da escola.
Passadas pouco mais de duas semanas, ou nem tanto, os olhares e, particularmente, as conversas, os adizeres destacam a saudade da escola, do espaço de amizade e confraternização que é a escola.
Obviamente que não sentem saudades das aulas, não é.
Quando cá estiverem, prontos (ou nem tanto) para mais um ano, aí as saudades serão do dulce fare niente.

das novidades

todos os dias há, nesta blogosfera, coisas novas, novidades, umas pequenas outras nem tanto. Esta é uma das razões que me leva à necessidade de reconfigurar este espaço.
Uma das novidades, ou nem tanto, é esta.
Deveras interessante, pertinente e onde estou referenciado e daqui agradeço a amabilidade, prometendo para breve a retribuição.
E depois há muitos outros que merecem atenção, destaque, referência e que apenas por manifesta falta de oportunidade (não é de tempo) não tenho ainda disponibilizado ou retribuído.
Em breve.

segunda-feira, julho 4

balanço

em quase final de ano lectivo um balanço que nesta mudança de casa, dei conta.
- gastei 7 cargas de esferográfica e 4 recargas de tinta permanente;
- três pastas de arquivo;
- 3 resmas de folhas A4;
- perto de 1000 folhas de notas A5;
- um caderno de capa dura de 100 folhas;
- percorri mais de 8000 km (prescindo de pensar nos custos, para não me assustar);
- fiz mais de mil fotocópias - de fichas, trabalhos, etc;
- escrevi perto de mil postas este ano;
... é demais.

em transição

há tempos, não sei precisar em rigor, duas crónicas quase simultâneas, uma de Eduardo Lourenço outra de José Gil, ambas na visão, dissertavam sobre o que um e outro autor considera ser este momento de transição.
situação perante a qual reconheço pertinência e em que é perceptível a identificação de um ou outro contorno, claramente em traços muitos largos e imprecisos.
Por um lado com a clara noção colectiva que vivemos um período de mudança e que com mais ou menos consciência, maior ou menor impacto, todos percepcionamos.
Por outro lado, com a não menos clara sensação que, na generalidade dos casos e das situações, também se nota uma certa dificuldade de identificar essa mudança, particularmente quando não percebemos os contornos, quando as situações são difusas e as cores esbatidas e o fim é impreciso.
Entre um e outro ponto, o aparente impasse que vivemos, com directos reflexos em dois aspectos aparentemente distintos mas com ligações e(a)fectivas, os caminhos desta União Europeia e os caminhos deste país.
tudo isto para destacar o debate que as medidas deste governo realçou no conjunto da administração pública, de um modo geral, e nos professores, de modo particular. Bem visível no frente-a-frente entre a ministra, sindicatos e confederação de pais.
um frente-a-frente esquisito, para ser simpático, quando não se sabe quem defende o quê, com que argumentos, assente em quê, com que consistência.
Para onde caminha este nosso sistema educativo? que escola é proposta nos discursos políticos, nas práticas docentes, nas reivindicações sindicais? Qual o papel de cada interveniente, de cada actor educativo na configuração de um qualquer final de todos (?) ainda desconhecido?
Mesmo aqui, na blogosfera, mesmo em militantes ou simpatizantes do PS ou deste governo há alguma confusão, algum desnorteamento quanto ao rumo, quanto aos sentidos?
E, já agora, qual o papel que cada um reinvindica para si, procura implementar ou seguir? Ou está à espera que lhe digam como é?

sexta-feira, julho 1

reconfiguração

terminado o ano lectivo perspectivo sérias alterações a este espaço. Uma reconfiguração que tenderá a passar por criar relações não apenas com os amigo(a)s que por aqui passam mas também com alunos e respectivas famílias e colegas da escola, numa perspectica de multidireccionalidade e participação.
A reconfiguração está a ser amadurecida, mas quero re-definir os contornos desta utilização, dos objectivos que tenho até hoje desenhado para este espaço.
Vai daí e juntando-se a impossibilidade de acesso à net, a grande características dos proximos tempos vai ser a ausência (mais forçada que apetecida, ainda que tenha grande vontade de descansar).
Mas não deixem de dar notícias.

ora pois

Ora pois, quase ausente, em parte incerta, num claro retrocesso tecnológico.
O final de ano foi marcado por diferentes circunstância, qual delas a mais marcante.
Por um lado a confirmação de algumas amizades (umas reais outras que teimam no virtual) que não deixaram passar em branco a minha ausência.
Outras que passaram pela constatação que vale sempre a pena ser professor do básico e secundário. Que vale a pena discutir, trocar ideias, debater opiniões. Quando menos esperamos damos connosco a partilhar ideias comuns, a discutir sentidos colectivos, a acertar pontos de vista de uns e de outros.
E ainda a mudança de casa que fez com que me afastasse da Internet, num claro retorno à idade de um acesso a 58kbps, este mesmo, da junta de freguesia, pelo qual acedo e dou conta a quem de direito das razões do meu afastamento.
Tenho saudades dos amigos, das ideias, de espereitar o mundo, o meu e o dos outros. Tenho pena de não ter oportunidade de crescer e de me encontrar quando vejo os outros e nos outros percebo mais razões de se ser e de se estar.
Contigências.