segunda-feira, junho 23

mudanças

por muito incrível que possa parecer a alguns, tudo muda na educação - não apenas os instrumentos da tecnologia (telemóveis, portáteis, quadros interactivos...), mas também os interesses, alguns valores, algumas ideias, públicos, perspectivas sociais e económicas;
contudo, permanece o mesmo modos organizacional de juntar, por níveis (etários, escolares) ou de interesse os grupos e dotar um grupo por um docente, separando processos de produção (no caso, de conhecimento compartimentado) e configurando estratégias para muitos como se de um só se tratasse; além do mais o que interessa para muitos é o conhecimento formal, aquele tipo pronto-a-vestir, já feito e validado e não aquele que o aluno possa trazer, o contexto possa exigir, ou os futuros implicar...
os instrumentos de regulação da acção pedagógica estão desajustados e desenquadrados dos meios, interesses e objectivos ao dispor de alunos e professores, de pais e da comunidade;
felizmente que ninguém nota...

profusão

este ano lectivo ficou marcado (entre muitos episódios) pelo acontecimento da disputa de um telemóvel numa sala de aula numa escola pública;
a crer nas notícias, o próximo ano certamente que virá a ficar marcado pela disputa do portátil, por aquilo que os meninos estão a ver ou a fazer no decurso de uma sala de aula;
qual química ou matemática, qual história qual carapuça, o youtube é que tá a dar, ou um simples bate papo, via msn ou google talk;

das escritas

os blogues da educação, pelo menos alguns, não deixaram escapar a ausência de medidas ou de propostas (ou apenas de ideias) face à escola, à educação ou ao mal estar educativo que durante todo o ano se fez sentir;
será de esperar para ver; mas, pessoalmente, não perspectivo melhorias nem uma alternativa na qual eu possa acreditar;

opções

pode apenas ser impressão minha, mas as opções que Manuela Ferreira Leite destacou no seu discurso de encerramento de entronamento, pouco ou nada se relacionam com aquilo que diz serem as suas preocupações;
a bota parece não bater com a perdigota, revela preocupações sociais e destaca a dimensão fiscal e judicial (sempre presas às obras públicas);
só me faltou ouvir que para Alcochete nem mais um cêntimo;

quarta-feira, junho 18

caminhos

um projecto de investigação, na área do doutoramento, é um percursos solitário, individual;
torna-se essencial, de quando em vez, perceber onde estamos, por onde vamos, se estamos próximos do princípio ou do fim, em nenhures ou algures;
estou neste processo; a orientação orienta-me, mas não diz se estou perto ou distante - isso é da minha responsabilidade;
as conversas, com colegas em idêntica situação, servem para aferir de mais dúvidas e de outras questões;
há que descobrir onde estou e como estou;
são caminhos a descobrir...

avaliações

foram hoje publicadas as avaliações das provas de aferição de 4º e 6º ano;
de acordo com os dados houve uma clara melhoria; ainda não fiz o tratamento da minha escola, mas, de acordo com comentários, também aqui se fizeram sentir melhores resultados;
pergunto, foi por melhoria na relação pedagógica ou por abaixamento dos níveis de exigência?
no Reino Unido, no princípio deste século, muito se discutiu sobre esta variável; por cá, não tenho dúvidas que os argumentos e as opiniões serão trocadas entre uma e outra das considerações;
será importante que, a nível de cada escola, se consiga perceber e analisar o que se passou - de bom e de menos bom;

local

oiço o presidente da minha câmara (José Ernesto) numa das rádios locais;
sempre gostei de o ouvir, particularmente de conversar com ele; é um excelente conversador, um compadre tipicamente alentejano, com estórias para quase tudo, com uma experiência de vida riquíssima; com argumentos e com uma ideia de cidade;
tens os seus quês, como qualquer um;
ao ouvi-lo tenho pena que vá atrás das perguntas e acabe por ter um discurso mais justificativo do que argumentativo; digo justificativo porque procura legitimar opções, argumentativo se estivesse mais voltado para o futuro;

terça-feira, junho 17

dúvidas

desculpem lá qualquer coisinha, mas a encenação tecnológica da André de Gouveia, não terá sido apenas uma afirmação dos amigos e das amizades, das relações e dos conhecimentos? Uma afirmação de poderes, proximidades e protagonismos mais locais/regionais do que propriamente existirem interesses na área da educação?
Dúvidas, apenas…

Não

a Irlanda disse não ao tratado de Lisboa;
uma das propostas para ultrapassar a situação é repetir o referendo;
nem mais, pode ser que pela exaustão sejam vencidos e digam que sim;

quinta-feira, junho 12

acreditar

não queremos acreditar;
porque nos falta formação, porque não temos organização;
mas a reportagem de ontem, sobre a mudança de comportamentos, atitudes, organização e relação numa escola problemática mostra que é possível;
e é possível;

final


afinal não sou só eu que me apresto para o final;
Luís Borges dizia que tudo o que era biológico tinha um princípio, meio e um fim; durasse uma hora, um dia, um mês, um ano ou uma vida;
chega ao fim o período Scolari, onde se provou (como nos anos 60 do século passado) que santos da casa não fazem milagres - foi Scolari no futebol, foi Melnychuk no basquete, entre outros);
e não é apenas no desporto que assim é - ou gostamos que seja;

sobre esteriótipos

gostamos de encaixotar ideias, pensamentos, pessoas, situações;
torna-se-nos mais fácil criar compartimentos onde arrumamos as coisas;
se é deste partido é assim; se é deste clube será assim; se tem esta profissão será cozido; se tem este aspecto será isto ou aquilo;
o engraçado é que cada vez mais nos surpreendemos com aquilo que engavetamos num dado compartimento e não encaixa, não cabe ou simplesmente nos surpreende;
isto a propósito de uma coisa tão simples quanto os casamentos de Stº. António; ele quase rasta, ela negra; aparentemente e como se diz por estes meus lados, "ajuntavam-se", mas não, vão casar e pela igreja;

quarta-feira, junho 11

identidade

na visão desta semana um surpreendente ensaio do Prof. José Gil sobre a identidade;
explicaria muita coisa;
mas, atrevo-me, o essencial da crise identitária reside na Europa, por um lado, e na reconfiguração do papel do Estado, por outro, considerando que não foi acautelado na sua missão de criação de uma identidade colectiva;

ausência

pela primeira vez desde que faço a estrada nacional 4/Europa 90 (Lisboa-Elvas) não encontrei um único (repito, um único) camião;
é obra...

entretanto


e entretanto, no meio de crises e constrangimentos, de agruras e dificuldades, distraímo-nos com o Europeu, com a bola;
a contestação será inversamente proporcional aos resultados, quanto melhor o desempenho da selecção, mais fraca será a contestação; andaremos ocupados nos festejos;
e não é apenas por cá...

nas teias


a crise dos combustíveis destaca não apenas a ausência de um Estado europeu, como revela a ineficácia de políticas transnacionais;
se, quando tudo corre bem, ninguém sente a falta de uma União Europeia, quando os tempos de crise apertam nota-se que não existe um Estado, mas interessados, não existe União mas revolta;
e para o ano há eleições europeias... como se reflectirá a coisa...

terça-feira, junho 10

xadrez

a política faz-se e desenvolve-se como um jogo de xadrez; pensa-se antecipadamente na futura jogada, nas oportunidades do adversário, nas possibilidades a criar;
existirem surpresas porque as campanhas já começaram é pensar que as coisas acontecem porque sim ou porque sopas;
nada disso; há muito que nas águas profundas se fazem sentir as movimentações daqueles que têm interesses a preservar;
por estas e por outras preparo-me para sair de cena; saia de cena quem não é da cena...

livros


inevitavelmente sempre que faço uma busca um pouco mais refinada, um pouco mais fina, encontro coisas que me interessam, das quais gosto e de que preciso para a minha escrita;
encontrar um livro já deste ano de N. Rose é uma oportunidade há qual não resisti;

sábado, junho 7

escrita

escrever apontamentos, mesmo que do nada, diariamente é obra;
de quando em vez procuro e não encontro um tema sobre o qual me apeteça escrever;
espero, sentado, a ver se aparece alguma coisa;

finalmente

enfim o Sol e o primeiro dia de jogos;
prevê-se casa cheia e, pelo menos de princípio, sorrisos rasgados, ânimo e vontade para o banho turco;
no final logo se verá se as expectativas são fundadas ou se, pelo contrário, puxamos da calculadora e começamos a fazer contas...

visitas

quase no fim, descubro novas visitas, passantes que partilham gostos e preocupações;

quinta-feira, junho 5

auto-avaliação

a Inspecção Geral de Educação comunicou às escolas que, a bem ou mal, irá efectuar avaliações;
a bem é por auto-proposta das escolas, a mal é se não se auto-propuserem ou não forem em número pretendido;
pronto, a minha disponibilizou-se a bem, para a avaliação;
o engraçado é que a IGE lhe chama auto-avaliação;

apesar

apesar das moções de censura ainda me atrevo a perguntar: e quais as alternativas?
à direita imagino que o código do trabalho fosse (ainda) mais liberal e facilitador da mobilidade; à esquerda imagino que o papel do Estado cresceria como alternativa ao neoliberalismo;
o meio termo, este meio termo, pode não significar bom senso, mas significa isso mesmo, meio termo; o problema é que os actores políticos estão ou cansados ou são escassos para poderem fazer política;
significa apenas que a excessiva concentração de poderes e funcionalidades na pessoa de José Sócrates e em Lisboa não resulta e não temos (alternativas de) banco para poderem compensar a unipessoalidade do nosso primeiro;

posição

moção de censura comum e conjunta, no Parlamento e nas ruas de Lisboa;
não acredito e não quero acreditar que os dirigentes do PS continuem a olhar para o lado como se nada fosse e nada se estivesse a passar;

rendição

rendo-me ao mundo do (ou da) google e tenho quase tudo no Igoogle;
interessante para perceber que cada vez mais este é um mundo ligado e de ligações, um mundo on-line;
e ainda me impressiona perceber que há colegas que estão afastados (não sei se é feliz ou se infelizmente);

quarta-feira, junho 4

listas

apesar de algumas orientações no sentido de não existirem listas para o conselho geral transitório, na minha escola acertam-se ideias, limam-se arestas e muito provavelmente será uma excepção;
muito provavelmente até eu integrarei uma lista;
para onde vamos, como vamos e de que modo iremos são questões pertinentes na véspera de um novo ano lectivo que se avizinha complicado e complexo;

dúvidas

porque é que o Alentejo não tem director regional no desporto há praticamente um ano?
não há elementos? não se arranja um perfil? não se entendem? não há necessidade? não é necessário?

terça-feira, junho 3

contrastes

infelizmente não é apenas por cá que se cavam fossos e acentuam distâncias entre ricos e pobres;
o mundo, fruto de muitas coisas, é cada vez mais um lugar de contrastes, de famintos e obesos, de pobres e ricos, dos que quase tudo têm e daqueles que quase nada têm;

perto


perto do final de mais um ano lectivo, há quase sempre balanços para fazer;
regressado que estive, apercebo-me do caos, próprio e alheio do sistema, sinto o descontentamento de não sabermos por onde andamos, para onde vamos, os sorrisos tristes de estarmos sozinhos numa sala de aula, de nos debatermos contra as incapacidades, nossas e dos outros; a agrura de começar sempre como se nada tivesse existido...

do tgv

parece que por estas bandas ninguém se importa de ficar a pouco mais de meia hora de Lisboa;
o comboio rápido não irá ser a salvação do interior, mas pode ser um prejuízo para o litoral;
por mim, já começo a sentir arrepios de me sentir tão próximo de Lisboa;

segunda-feira, junho 2

recta

muito provavelmente entro em recta final de escrita;
a escrita, esta escrita, já se prolonga há tempo demais;
há que chegar ao fim; há que saber construir o fim;

agudo

apesar do aparente silêncio sobre a avaliação de desempenho, tive hoje conhecimento sobre as fichas (grelhas e instrumentos) de avaliação do trabalho de uma biblioteca escolar;
é obra a sua dimensão; para além das implicações que pressupõe, quer sobre o ponto de vista organizacional quer das relações que sustenta;