sexta-feira, agosto 31

Alentejo


não resisto a colocar um apontamento que sairá oportunamente e com mais desenvolvimento; estou certo que irá alimentar muitas coisas; fica um excerto:

Hoje o Alentejo está confinado à actuação de actores menores, secundários na capacidade de afirmarem a região e os seus interesses. Mesmo aqueles que por razões várias adquiriram um estatuto nacional mais não fazem que lutar para a sustentabilidade da sua posição, descurando ou minimizando muitas vezes os interesses colectivos regionais, até podem ter boas razões e melhores intenções, mas a região precisa de vozes presentes, actores insistentes, referências individuais para projectos colectivos. E isso não existe neste momento. E não é exclusivo do PS.
Há lideranças locais incontestáveis e incontornáveis, mas que não conseguem adquirir uma dimensão regional, ao contrário de outras regiões.
Sem estas referência será muito difícil afirmar uma região, as suas necessidades e a apresentação de argumentos que permitam criar uma rede de desenvolvimento sustentado e sustentável que não fique atomizada a uma ou a outra localidade mas olhe a região como um todo, apesar das suas particularidades e especificidades. Não é necessário unanimismo, são necessários elementos capazes de criar pontos de consenso, nós de uma rede regional de interesses, apesar das diferenças regionais, apesar das diferenças políticas e partidárias, pois é nestas diferenças e no seu respeito que somos o que somos, alentejanos.

festarolas


este fim de semana é tempo de festas pela aldeia, em honra de Nª. Shª. da Consolação, o último fim de semana de Agosto ou os primeiros dia de Setembro, são de festa - um sítio para conhecer o programa das festas, e outras coisas da terra;
uma festa aparentemente igual a muitas outras que acontecem, neste período, um pouco por todo o país; tempo de quem regressa à terra poder desfrutar de conhecidos e amigos, de desafogo e retempero, de copos e bebes; mas também com particularidades que a distinguem de todas as outras;
a festa começou à pouco com os foguetes a assinalarem o momento, prolongar-se-á até à noite de segunda;
(imagem retirada daqui)

life itself


este livro (que me custou os olhos da cara e é o mais fiel protótipo da globalização, uma vez que efectuei o pedido na Amazon inglesa, veio de uma livraria das Américas, com selo postal de Zurique) é um maravilhoso apontamento sobre a política da vida como ela é - numa tradução livre - the politics of life itself;
através dele é possível perceber as evoluções (ou involuções) dos sentidos do poder e da subjectividade influenciados que estão pelas artes médicas;
a medicina sempre foi um dos elementos que mais influenciou a nossa percepção da vida, dos sentidos e dos sentimentos; não apenas a medicina, mas todo um conjunto de áreas que com ela se relacionam, caso da biologia (e as metáforas biológicas ainda estão muito presentes) até à área da psicanálise e psiquiatria, tendo em consideração que o entendimento da doença é uma outra forma de entender a saúde e, por seu intermédio, explicar os comportamentos e os mecanismos da sua regulação;
duro de ler, mas um prazer imenso de descobrirmos outros apontamentos de nós mesmos;

em frente

e o passado foi lá atrás...
agora é tempo de ir em frente - mas parece que está (ligeiramente) difícil arranjar quem queira ir para aquele lugar;

quinta-feira, agosto 30

glorioso

no meio dos afazeres e de outras escritas, quase que me ia esquecendo;
à ganda glorioso;

saltos


e depois dos acontecimentos as notícias; e depois de uns e de outros o salto que o contador deu;
tenho andado sempre por entre amigos, uns mais que outros, numa média que raramente ultrapssa os trinta visitantes de média por dia; de repente apercebo-me que ando perto da centena;
grande salto;

e pronto

uns poderão dizer que o tipo está ressabiado;
outros dirão que está magoado, ferido;
outros dirão que até terá alguma parte de razão;
neste momento não procuro racionalizar uma situação individual e menos ainda pessoal;
gostaria de compreender uma situação regional, de actores e interesses regionais que não se conseguem afirmar;
sejam quais forem as razões que me possam ser apontadas - de feitio, de crítica, de ser mais conceptual que operacional - há uma que não conseguirão referenciar, assenta ela nos resultados do trabalho desenvolvido; essa é intocável, na afirmação do movimento associativo, das políticas de juventude, das dinâmicas jovens, na afirmação de uma dinâmica distrital, nos resultados de cada um dos sectores do ipj/évora;
e pronto...

um esclarecimento

todos os delegados do ipj cessaram funções, fruto da entrada em vigor da nova lei orgânica;
mas apenas os alentejanos se apresentam nos seus locais de origem; todos os restantes, das restantes regiões, têm conhecimento de qual o seu futuro e que passa, na mesma pela tutela;
ainda pensei ser o único, mas o envolvimento dos delegados alentejanos deixa espaço de manobra para se poder pensar que as estruturas regionais do PS não souberam (não quiseram? não puderam?) segurar os seus elementos;
porquê? faltará uma liderança que não sendo directiva seja consensual, passível de definir ligações, nós de uma rede, capaz de construir as pontes necessárias para ligar os interesses?
faltará uma liderança que passando pela afirmação do local, seja capaz de afirmar o regional?
faltará uma linha de orientação que seja capaz de ir além do seu umbigo, dos interesses mais imediatos e seja capaz de perspectivar e, mais ainda, antecipar o futuro?
o que falta ao Alentejo para que possa defender aqueles que são são seus interesses perante o Estado Central?

reconhecimento

tenho de me sentir agradecido pelas atenções de que tenho sido alvo; uma espontâneas, outras mais consistentes, uma esperadas outras nem por isso;
os telefonemas foram tais que me conseguiram deitar a bateria abaixo;
apesar de tudo e por tudo, restam-me as amizades e essas são incontornáveis nestes momentos

quarta-feira, agosto 29

por um lado

até me fazem sentir importantes, isto de me dispensarem, numa altura em que os resultados do instituto falam por si, certamente porque alguém me valoriza e atribui intenções e acções que nem eu mesmo perspectivo;
já aqui o escrevi por diversas vezes, não temos a importância nem o valor que julgamos ter, mas o valor e a importância que os outros nos atribuem;
para ser dispensado numa fase em que se apela ao equilíbrio e estabilidade, só me podem estar a atribuir um valor que poderá ser útil no futuro;
saiba eu utilizá-lo...

e por outro

por outro saio com a consciência que procurei fazer o que pude e o que a minha consciência manda, certo da afirmação de políticas e de uma região;
região (partidária entenda-se) que, mais do que a minha pessoa, não fica lá muito bem vista, seja pela incapacidade de prender os seus próprios quadros, seja pela incapacidade de justificar as suas opções; por isso, Lisboa sobrepõe-se e afirma-se superior;
até quando;

e pronto

a vida é como as marés, vão e vêm, umas mais intensas que outras, outras mais frouxas, mas sucedem-se ininterruptamente, umas a seguir às outras;
esta minha maré já passou, chego ao fim de mais um ciclo da minha vida;
a minha (curta) vida política está terminada;
Setembro é tempo de reiniciar na escola, com a mesma determinação, empenho e vontade que sempre coloquei em tudo o que fiz;
só tenho pena do que não fiz, de tudo o resto, consciência tranquilo...
e pronto, chegou ao fim a minha passagem pelo IPJ;

terça-feira, agosto 28

frases

quase perfeitas;
que subscrevo na plena totalidade do prazer de ler um bom... blogue;
e sentir cumplicidades, conivências...

...

costumo dizer, entre o justificativo e o argumentativo, que cada um tem o que merece e o que faz por mercer;
tenho merecido muito, tenho feito para merecer muito, pelo menos de amigos e amizades, porque no resto enfim, enfim...

segunda-feira, agosto 27

gestão da informação

regresso à temática da gestão da informação (ou da sua quantidade e da sua diversidade) em virtude de uma questão que me foi colocada;
se é certo que, nesta fase do projecto, já não me deparo com uma tão grande dispersão de informação, uma vez que estou muito mais centrado e orientado quer em face da temática, quer em face da problemática, já tenho identificadas as principais referências bibliográficas, não deixo de ter algumas dificuldades na sua organização;
nomeadamente, em recolher, guardar, arquivar, catalogar partes que podem ser importantes na lógica argumentativa de uma tese; tenho utilizado o EndNote para sistematizar as referências, mas perco-me no seu seio (mas já ultrapassei a confusão de ter construído a minha própria base de dados; uma estabilizada e própria é mais fácil, mais útil e de maior rentabilidade);
mas continuo a carecer de uma base que me permita identificar as citações, as lógicas argumentativas; aí as dificuldades ainda persistem;
estou certo que há medida que vou desenvolvendo o projecto e concretizando as ideias, algumas das dificuldades serão superadas, mas, até lá...

sábado, agosto 25

e do outro


apontamentos, fotocópias, notas soltas, ideias dispersas;
como o poiso dos óculos, a impressão do que não consigo ler fora do seu manuseamento, do contacto directo e mais íntimo;
dum lado ao outro estou rodeado de coisas que me acompanham e que, neste momento, me definem, condicionam e estruturam;
e o caminho é ainda muito, muito longo... mas há-de chegar ao fim;

dum lado


livros, que percorro, que leio e que sinto pena de não conseguir ler mais;
acompanham-me quotidianamente, entre lugares, uns para puro passeio, outros para que me possa entreter, outros ainda por mera curiosidade

o impossível

de quando em quando pensamos no impossível, num daqueles gostos que mais não são que uma ponta de sonho, desejos expressos objectivamente contrariados pelo quotidiano, pelas possibilidades do possível;
há medida que me embrenho no meu trabalho de projecto, em redor da regulação dos comportamentos educativos no período da democracia portuguesa, mais tenho vontade de não fazer mais nada, dedicar-me por inteiro a cruzar elementos, a procurar informações, a ler textos, a escrever ideias;
como é que se cruzam os comportamentos educativos com o evoluir das ciências - sejam elas da educação, mas também as médicas e sociais, que, à medida que evoluem, concebem um dado ser humano;
quais serão as interferências das políticas educativas na definição de modelos de comportamento educativo;
serão assim tão divergentes os tempos da educação com os tempos sociais;
como se organizam os docentes e se estruturam as escolas em face da escolarização de inúmeras situações sociais?
que recursos são mobilizados pelas escolas para a integração da diferença;
quem foram as primeiras a manifestarem a sua determinação, as práticas sociais ou as orientações normativas;
tanta coisa que gostava de ter tempo para fazer;

sexta-feira, agosto 24

estrangeirices

encontrei um colega que há muito não via, tem andado pelo Oriente e apenas pontualmente regressa à terra para férias ou pequenas pausas pedagógicas;
na conversa que tivemos, entre o social e o coloquial, fiquei surpreendido por dois factores;
por um lado pelo significativo conhecimento que evidencia da realidade nacional, seja ela de política geral, seja a da educação, da qual também faz parte;
inclusivamente tive oportunidade de lhe perguntar como possui tão bons conhecimento quando está tão afastado; resposta simples, internet; por ela tem acesso diário a jornais, blogues, comentários e trocas de informação que lhe permitem estar lá como aqui;
por outro lado, algo surpreendido pela ideia que tem da educação nacional, não apenas a política (que contesta fortemente) mas a própria prática, tendo em conta que lá, diz ele, um docente não falta e quando falta são solicitadas explicações ao docente, ao médico que passa o atestado, ao órgão executivo que justifica...
é, diz, uma forma do justo não pagar pelo pegador, mas por cá somos cumplices da trama que tecemos;

apetites

tenho andado sem grande apetite para a escrita;
entre dizer banalidades e estar ausente, opto pela ausência;
fico consciente que não comprometo nada nem ninguém, nem me estendo por onde não devo;
apetites;

terça-feira, agosto 21

d. sebastião


não gosto de mitos, menos ainda daquele que nos consome, a nós povo português, desde o século XVI, o mito de D. Sebastião, aquele que partiu e que, um dia, regressará para recuperar o brilho, a aura e a glória de outrora;
é um sentimento que nos entorpece, nos bloqueia, nos desculpabiliza sem desculpa;
reconheço (quem sou eu para uma afirmação destas, mas tábem) competência e algum currículo ao novo treinador do glorioso; mas o regresso ao passado corre o risco de se ficar pelos sonhos, pelas expectativas, pelos anseios;
talvez sirva para, uma vez mais, reforçar o contrário que de Espanha...
a ver vamos...

3ª feira


a 3ª feira é um dia típico, tradicional da cidade de Évora;
maravilhosamente descrito por Virgilio Ferreia, n' A Aparição, era (será ainda?) reservado às deslocações dos arredores à cidade; dia de mercado, de gado, que lhe valeu o epiteto de dia de s. porco - um mimo "carinhoso" das gentes da cidade;
o pessoal trocava de local consoante a sombra; de manhã junto ao Arcada, o único grande café de outrora, de tarde deslocavam-se para a outra banda;
ainda persistem muitas remeniscências deste dia; mas a tradição já não será o que era;

segunda-feira, agosto 20

pôr do sol


Pôr do sol na Igrejinha;
eram sensivelmente 20h16 quando se escondeu por detrás dos montes;
é pena a resolução ser fraquita, pois é um espectáculo maravilhoso poder apreciar a silhueta dos montes e das árvores a esconder o astro rei;

perfil



...
...
...
...
...
...
...
...
...
não são apenas as portas alentejanas que me fascinam, também o perfil das cidades me despertam curiosidade, gozo;
parece que os prédios, as casas cresceram encostadas umas às outras, como a ganhar espaço de crescimento, para olhar mais perto o Sol e apenas cresceram por ali por que era por ali que podiam crescer;
é uma das razões pelas quais gosto mais do sul da Europa do que do Norte; no Sul os perfis são sempre diferentes, não há uma geometria idêntica, quanto muito poder-se-á dizer que há uma geometria variável, enquanto no Norte da Europa as silhuetas são, pelo menos, parecidas, comuns;

ligações


progressivamente vou dando conta (e referenciando) espaços de diálogo e conversa sobre a cidade de Évora;
depois de um aparente auge, ocorrido nos primórdios da blogosfera nacional (meados de 2003) onde os blogues sobre Évora proliferaram - e deram oportunidade a uma agradável troca de ideias, seguiu-se-lhe um período de algum (digo eu) desencanto, saturação ou simplesmente alheamento;
permaneceram (entre o nado morto e o sobrevivente moribundo) alguns blogues, mais de cariz adolescente do que de outra coisa; como ainda procuraram algum espaço outros assentes no anonimato, entre o maldicente e o corte e a costura alheia;
dou com o aparecimento de blogues (nem todos são novos) que procuram a notícia, a troca de ideias, a opinião sobre as coisas da cidade;
referencio aqueles que não receiam a sua identificação e não escondem as suas ideias atrás do anonimato fácil;
fazem falta e tardam apenas por tardios na sua afirmação;

de saída


não há expectativas que se aguentem quando os resultados e as exibições são o que são;
depois de terminar uma época de forma penosa e arrastada, o início desta ditou o fim de um ciclo;
será que se adivinhava?
o senhor que se segue...

portas do Alentejo



Dublin, capital irlandesa, tem as suas Dublin Doors, que faz com que cada rua seja um regalo à vista;
o Alentejo não lhe fica atrás;
em tempos eram forma de afirmação e diferenciação, face ao vizinho; algumas resistem e persistem nesta sua diferença;
ficam dois apontamentos; seguir-se-ão mais;

sexta-feira, agosto 17

companhias


quase inseparáveis;

memória II


uma outra memória, a propósito de professoras, aqui, provavelmente aquando da realização da 1ª comunhão, acompanhado pela minha professora "primária", Gertrudes Caeiro;
uma memória que me acompanha para o bom e para o mau, como qualquer memória oriunda desse período; proibiu-me (e a um outro colega) de escrever com a esquerda (outros tempos e outras modas), como me prendou (e a muitos outros) com diferentes conjuntos de reguadas consoante os erros ou as omissões; mas consolidou-me estratégias que me permitiram ir em frente, apesar dos custos;

memória


no meio da pouca vontade de me agarrar ao trabalho, dei com uma pasta onde guardo memórias de mim mesmo;
aqui estou eu, teria talvez 4 ou 5 anos, acompanhado com o meu pai;
memórias que nos servem para nos atirar para o futuro;

quinta-feira, agosto 16

de regresso


O Miguel está de volta, fresco pelo rejuvenescimento da passagem pela catedral;
boas escritas e mais ideias para o que se seguirá;

gostos


gosto de imagens subliminares, metafóricas, que permitam múltiplas leituras;
depois de ter descoberto um modo de trocar imagens entre o pda e o pc, aqui fica um apontamento do mês de Julho, referente ao pé de um candeeiro de Vila Viçosa;
gostos... que se discutem;

quarta-feira, agosto 15

ao passado


de quando em vez passo pelo contador para ver quem por aqui passa;
numa destas visitas tive oportunidade de regressar à minha escrita de outros anos, concretamente de Novembro de 2004;
se é certo que o contexto era substancialmente diferente, que os momentos eram outros, que as vivências também, não deixo de ficar algo surpreendido, seja pelas ideias, seja pela escrita, seja pelos comentários;
mas gosto de lá regressar e perceber o(s) nível(eis) de (in)coerência da minha pessoa e da minha escrita

pois...


para hoje tinha definido um objectivo, o de arrumar alguns dos papeis da minha tese;
já se começam a dispersar e a misturar, não tardará que não saiba onde anda este ou aquele título, este ou aquele apontamento;
pois é, mas entre as arrumações iniciei leituras, algumas delas on-line, e ando sofrego nas leituras, acabei por não arrumar nada;
pois... objectivos...

nabo


há tempos instalei uma impressora multifunções, do tipo 3 (impressora, scanner, fax) em 1 (um só equipamento);
desde há dias que ando de roda da dita cuja por que não me imprimia; dei voltas e mais voltas, vi e revi procedimentos e ele nada;
sabem o que era? simplesmente o cabo de ligação ao PC que estava desligado;
nabo, pois claro;

terça-feira, agosto 14

conversas

tenho de reconhecer que gosto de uma boa conversa, e mais gosto quando o interlocutor demonstra competências naquilo que diz;
surge isto a propósito do que já posso referir como troca de comentários com o meu companheiro;
eu percebi a referência de não se fulanizar nem se pessoalizar uma qualquer organização; corre-se o risco de com esse facto termos mais afazeres que proveitos; como compreendo a necessidade da existência de espaços organizacionais - face à previsibilidade e à estruturação da coisa pública;
como também partilho da mesma crença, que não reside aqui nenhuma verdade, menos ainda absoluta e inamovível, é apenas uma troca de ideias e de opiniões, outros pontos de vista sobre o mesmo objecto social;
de princípio o único elemento que nos pode dividir na análise, e pode não ser uma discordância de facto, decorre do papel das pessoas e das organizações no devir social;
eu direi, na esteira de outros (Crozier, Friedberg, Dubet, p.e.), que as organizações existem por que as pessoas têm interesse e, até, necessidade que elas existam e não, como depreendo da leitura do companheiro Francisco, por que elas pré-existam à acção colectiva;
este é o único ponto de desvio entre as nossas duas opiniões; o entendimento reificado de uma qualquer organização e o entendimento da construção social no seu devir; mas é de tal modo pertinente esta nossa diferença de entendimentos, que é dela que decorre muito do mau estar que muitos de nós, cidadãos individualmente considerados, sentimos na relação com a administração pública ou com qualquer organização; sentimos que ela(s) não nos responde(m) a nós individualmente, mas a um nós colectivo perante o qual e face aos interesses particulares temos dificuldades de reconhecer;
será, em última instância, uma diferença entre uma visão "moderna" e uma visão "pós-modernista" da acção colectiva, isto é, das estruturas às redes, da verticalidade funcional aos fluxos horizontais, da rigidez orgânica à flexibilidade funcional;

segunda-feira, agosto 13

em resumo

acabadinha de escrever uma síntese de duas entradas;
as pessoas não são apenas determinadas pelo seu contexto ou enquadramento, são também determinantes na construção do seu contexto ou enquadramento;

a reificação da escola


antes de mais nada, entendo por este título a imagem congelada e imóvel, algo entre o estagnado e o petrificado, da nossa escola;
ora na sequência da entrada anterior, a escola tem sido um dos principais (senão mesmo o principal) instrumento de construção social - a par da igreja e do exército, ainda que estes com significativas alterações no decorrer do século XX;
é a escola o principal responsável pela socialização das gentes, pela homogeneização das diferenças, pela horizontalização das relações, pela uniformização de procedimentos, normas e atitudes, pela estandardização dos comportamentos, etc, etc;
é na escola que se iniciam as regras do bom comportamento, da assiduidade, do respeito pelas hierarquias, pelo cumprimento de prazos e objectivos; é na escola que se aprendem comportamentos, que se interiorizam atitudes, que se disseminam valores e concepções (racionais e lógicas) do mundo; é na escola que se aprende a distrinçar o formal e o informal, o correcto do incorrecto, a lógica metodológica e o senso comum;
ora é tudo isto que, nos últimos tempos, particularmente nos últimos 25/30 anos do século passado, está a ser colocado em causa; e é colocado em causa por um dos principais elmentos do sistema, a autoridade de que a escola (e por seu intermédio os professore) esteve, até há pouco, imbuida; fosse pela valorização social, pelo destaque institucional ou, mesmo e por parodoxal que possa parecer, pelo seu papel político;
é esta mutação que não tem sido acautelada por políticos e por políticas, dando oportunidade a que da autoridade linear, vertical, formal e institucional se passasse para uma sensação de libertinagem, vulgaridade e informalidade;
situação que faz com que em sala de aula o docente hoje seja mais um negociador de situações (comportamentos, atitudes e inclusivamente de aprendizagens) do que um transmissor de conhecimentos préformatados;
como é que isto se processa? quais os instrumentos de que o docente se socorre para o fazer, que práticas são utilizadas para esta negociação, que recursos são mobilizados, que actores são chamados e a que nível de intervenção?
questões que procuro inquirir por intermédio de um projecto que, simultaneamente, me apaixona e amedronta;
e para o qual M. Foucault é incontornável;

pessoas e organizações


há diferentes modos e maneiras, perspectivas e valorizações de percebermos e vermos a construção social;
há muito, desde a Alta Idade Média, que se cruzam olhares sobre o papel das organizações e dos Homens no devir social;
fruto de uma Revolução industrial que priorizou a organização e a máquina, temos olhado para as organizações como o motor da construção social;
sem organizações não valemos nada ou valemos muito pouco;
ele é a família, desde sempre apontada como a unidade celular da organização, logo a seguir a escola, depois o local de trabalho e há ainda passagens, mais ou menos significativas, pela tropa e pela igreja; tudo modelos institucionais de organização social e das relações sociais; de tão institucionalizados julgamo-los inamoviveis, petrificados, reificados;
ora quero acreditar que não somos apenas determinados pelo contexto, somos também fabricadores do nosso contexto;
tudo isto a propósito de um comentário entre o prático e o tecnocrático feito por um companheiro de lutas e de ideias;
considero que o nosso sistema social se constroi com base na acção das pessoas, dos seus objectivos e interesses, dos seus momentos e circunstâncias, dos constrangimentos e das oportunidades que cada um vê em face de um dado contexto;
reduzir essa construção social à sua estrutura (organizacional ou institucional) é reduzir a acção das pessoas a um determinismo que lhe é exterior e ficar por ele cerciado;

domingo, agosto 12

earth


devagar, devagarinho, quase que insidiosamente, o google preencheu quase todos os nossos espaços na relação com a net;
primeiro pelo motor de busca (que se epecializou - imagens, livros, académico), depois pelo blogger, depois ainda pelo correio electrónico, mais recentemente pelos vídeos e pela imagens exteriores de nós mesmos;
já sucumbi a tudo isto; ainda que, de quando em vez, opte pela concorrência, seja para efectuar pesquisas cruzadas (desde que plataforma de pesquisa não seja do google), seja nas traduções (continuo a preferir o Babel Fish, do AltaVista);
hoje divirto-me com o google earth; um mimo;

imagens


como facilmente é visível neste meu sítio, tenho optado, desde que é fácil e prático, por incluir imagens que, de algum modo, funcionam como metáforas, elementos de continuação ao texto;
e ando com vontade de comprar uma máquina para roubar imagens e as disponibilizar como complemento, criando eu mesmo as metáforas e não de as ir buscar a outras bandas;
falta-me é o precioso tempo para o efeito;

sábado, agosto 11

teste


esta imagem, de da Vinci, foi um dos exames mais proveitosos que fiz aquando do meu curso; aparecia a imagem e o pedido "comente";
ao deparar com ela, lembrei-me desse teste e daquele que enfrento no meu projecto de tese;
se o Homem é a medida de todas as coisas, qual é a medida do Homem; quais são as coisas que o Homem mede, para quê?
isto porque a criação de instrumentos disciplinares de regulação dos comportamentos educativos não leva o Homem como medida, mas, em contrapartida, uma dada ideia de sociedade, um conjunto de valores e de (pré)conceitos que se modificam, que se transformam (não sei se evoluirão);
instrumentos hoje dados como incontornáveis eram em tempos impensáveis e, muito provavelmente amanhã poderão ser considerados obsoletos quando não mesmo desnecessários;
o que faz com que se (re)criem instrumentos pedagógicos de regulação dos comportamentos educativos? o que faz com que sejam abandonados? um mesmo docente pode utilizar vários, valorizar diferentemente as suas acções;
preciso urgentemente de ir para o terreno procurar algumas dúvidas sobre as questões que se me colocam nesta altura, essencialmente para evitar que se misturem ideias, dúvidas e questões e se sobreponham umas sobre as outras tornando (ainda mais) difícil discernir o necessário do supérfluo;

vicio


esta escrita, a que descrevo no blogue, torna-se viciante;
é como uma oportunidade de libertar energias, de racionalizar quotidianos, de pensar publicamente coisas mais individuais - quase que como procurar uma legitimidade exterior ao que interiormente passa por mim;
pelos blogues é possível ver o que por aqui passa e aquilo que aqui fica; pelas escritas é possível perspectivar estados de espírito, personalidades e feitios;
de quando em vez penso em parar, contrariar o vício, descansar da (por vezes excessiva) exposição;
mas acabo por regressar, por querer escrever mais, por estar mais presente;
sinto saudades antes de partir;
é um vício...

sexta-feira, agosto 10

leituras


a partir de uma editora que penso ser algo recente, adquiri e devorei o título "Foucault e educação";
pelos título será relativamrnte fácil perceber a sua posição e o seu sentido editorial;
mas também pelos títulos ali disponíveis ficamos com acesso a um conjunto de ideias que têm andado algo afastadas das bancas e das discussões pedagógicas, é uma outra perspectiva que se acrescenta a um mercado (o editorial) sempre escasso e restrito no panorama nacional, condicionado que está a alguns dinaussauros da publicação;
é um livro que nos permite, de modo sintético e resumido, perceber melhor o pensamento de um dos maiores pensadores do século XX, Michel Foucault;
conheci o autor nos idos 80, por causa da história das mentalidades e da cultura e, essencialmente, por causa de um professor que teimava em apresentar coisas contra corrente;
contra-corrente por que é difícil, senão mesmo impossível, catalogar M. Foucault; tanto é da área da psicanálise como da história, da sociologia como da pedagogia, da política ou da cultura, como é referenciado como marxista, estruturalista, mas também fenomenologista, linguista, entre muitos outros adjectivos; M. Foucault é assumidamente gelatinoso e adorável;
procuro perceber M. Foucault essencialmente pelo seu objecto de investigação de uma vida, a relação entre poder e conhecimento;
é algo admirável nas suas análises, quase que incompreensível na sua metodologia, de tão vanguardista anda a ser recuperado em múltiplas áreas, uma das quais aquela que adoro trabalhar, a história das ideias;
relacionar os instrumentos de regulação dos comportamentos implica, obrigatoriamente, relacionar as estruturas do poder e do conhecimento com as estruturas de acção e de construção social;
leituras...

quinta-feira, agosto 9

km

uma curiosidade, neste período, dois anos de presença no IPJ, já percorri mais de 100 mil km, qualquer coisa como 50 mil por ano;
não imagino quantas voltas ao distrito sejam, mas serão certamente muitas;

desafios


apesar de sempre me assumir como professor dos ensinos básico e secundário, tenho tido o privilégio (e é assim que o assumo) de passar por diferentes sectores da administração pública nacional, para além de conhecer os diferentes patamares do ministério que enquadro (o tal polvo) desde 1989;
neste período e decorrente da minha passagem por diferentes sectores, tenho tido a oportunidade de conhecer modos de organização, maneiras de proceder, formas de agir, tipos de relacionamento num adquirir de competências e conhecimentos que, de outro modo, me estariam distantes e claramente difíceis de alcançar;
de quando em vez pergunto-me e para quê? apesar das reconhecidas mais valias que me conferem, mesmo no relacionamento e no trato pedagógico, são competências individuais, pessoais mas que me permitem e me facultam uma história rica de aspectos;
têm sido desafios de poder participar não apenas na construção de uma hstória pessoal mas simultaneamente, de procurar acrescentar algo meu e pessoal;
uma coisa de que me orgulho, das múltiplas amizades que já fiz, de regressar aos sítios e ter sempre gente com o qual sinto um prazer especial em me relacionar, em reencontrar;
uma coisa de que não me orgulho tanto, a de dexar as amizades para trás, porque são fruto de momentos e circunstâncias sempre muito específicas e algo politizadas;

de passagem


fez ontem dois anos que cheguei à delegação de évora do ipj;
dois anos de um trabalho diferente para a minha pessoa, um conhecimento de outras realidades e a tomada de consciência de outras dimensões da juventude alentejana e das suas dinâmicas;
face aos resultados já alcançados até parece que foi um longo período; pelas dinâmicas conseguidas até parece que foi ontem que aqui entrei, receoso face às minhas próprias expectativas e capacidades para gerir um novo desafio;
do confronto com a novidade (de parte a parte) superaram-se receios, ultrapassaram dúvidas e ganharam-se outras amizades;
nem tudo está feito, nem tudo está em conformidade, nem tudo é plano num terreno de (re)construção organzacional, nem tudo assenta na amizade e na boa relação;
quanto ao futuro? logo se verá...

terça-feira, agosto 7

juventude


as políticas de juventude têm sido na democracia, no nosso país, o parente pobre da administração pública - por razões várias que aqui não me interessa dissecar;
o certo é que assento num triunvirato difícil de desfazer e mais difícil de gerir;
por um lado, todas as dinâmicas de jovens ou são rotuladas com a copofonia, libertinagem, vadiagem ou, em alternativa, como instrumentos partidários, fantoches manietados por algo ou por alguém;
por outro lado, se não for esta a questão é apenas gaiatagem, garotada, miudagem (para ir ao encontro de algumas das expresões nacionais), de pouco relevo e sem destaque, mais de folclore do que de conteúdo, mais de opiniões do que de coerências;
finalmente, assenta numa clarissima necessidade de tempo, que em juventude é difícil de gerir; tempo para que se possam afirmar, tempo para que se possam acreditar, tempo para que se possam desmarcar de pré-conceitos, ideias feitas ou opiniões fáceis;
estar a gerir políticas de juventude, enforma de tudo isto; com uma grande vantagem, a de poder perceber que há muitas juventudes, que há muitas dinâmicas, que há muitas diferenças entre jovens e juventudes e que colocar tudo dentro do mesmo saco pode ser, no mínimo, extemporâneo, precipitado, errado;
tenho andado de um lado para o outro, a aproveitar o calor e a bonomia do Agosto, para (re)conhecer pessoas, gentes, dinâmicas, projectos e ideias; e é sempre um privilégio poder sentir que, apesar de jovens, há ideias e opiniões, argumentos e coerências que vão muito além das ideias feitas, dos juizo pré-concebidos, das precipitações políticas;
pena é que as políticas de juventude não ganhem um outro destaque, seja nas políticas centrais, seja nas autárquicas, que se mimetizam como se de clones se tratassem;
e é pena que assim seja;
[é por estas e por outras que sou chato, inconveniente...]

bcp


tenho de reconhecer uma coisa, nunca me apercebi tanto das reuniões de um conselho de administração de um banco como aquela que se passa com o bcp;
pode ser por distracção minha, pode ser por não ligar a essas coisas de quem gere muito e muito dinheiro, pode ser por não ter sido moda, mas estou convencido que uma reunião de conselho de administração não era para ser badalada aos sete ventos; se o é pergunto por quê? porque é que as reuniões do bcp e a guerra entre jardins e pintos está nas primeiras páginas?
"expiliquem-me" pois sou alentejano e não estou habituado a estas coisas;

ausência de ruído


esta semana os filhotes estão de férias dos pais (o vice-versa é mais delicado/complicado);
fui ontem deixá-los a um campo de férias para, durante uma semana, descobrirem outros olhares (é uma grande designação), outras amizades, outros pontos de vista e descobrirem, eventualmente, que este país é um moisaco de oportunidades;
pois é, mas os pais, quais galinhas, cá ficam, sem saberem onde pôr as mãos;
não se estranha o silência da casa, estranho a ausência de ruídos, daqueles sons tipicos da pequenada, de embirrar com o irmão(irmã), de gritarem por isto ou por aquilo, do som alto da tv,...
enfim, coisas necessárias (pensamos nós) para que possam crescer no meio das dúvidas e nelas se construirem;
mas que estamos desejosos que passe a semana, lá isso estamos;

frente-a-frente

sem imagens, por que uma palavra vale mais que muitas imagens juntas, para apenas dizer que aquela vitória, no passado Domingo, me deixou reconfortado, pleno quase de satisfação;
só não foi uma plena satisfação porque nem nem outro jogaram coisas que se vissem para esta altura do campeonato - o SCP tem um tira teimas no fim-de-semana com o FCP e o glorioso uma primeira prova de fogo na terça seguinte;
mas que foi bom lá isso foi - até fumei um cigarrito logo depois :)

domingo, agosto 5

frente-a-frente


logo mais decorre o primeiro derby nacional;
vale o que vale se é que vale alguma coisa;
para mim, se o glorioso vencer vale tudo, vale quase por uma época; obviamente que se perder, pelo contrário, é um jogo a feijões, daqueles em que os primeiros grãos são para os pardais;
a ver vamos como se encaixam uns e outros, como se confrontam expectativas e rivalidades;
curioso q.b. para perceber se ainda falta muito para que o SLB tenha uma equipa capaz de rivalizar internacionalmente ou se ficamos, uma vez mais, à espera;
logo se vê...

geito


tenho de reconhecer que, apesar de simpatizar, nunca tive muito geito para as questões do bricolage;
eu bem que insisto e desde há uns tempos, comprei ferramentas, montei uma bancada e persisto na tentativa; quase sempre frustrada;
ondem, de roda da máquina de lavar roupa que persistia em não trabalhr, apanhei um choque que me terá posto o coração a trabalhar mais ritmadamente;
é para aprender que, aquilo que não se sabe, é preferível não fazer;

lá estive


em passeio pelas ruas, no meio das gentes, admirando e conhecendo;
um espectáculo engraçado, apesarde cansativo, pois deambula-se por quase toda a vila;
fiquei particularmente admirado por dois factores;
por ver tanta gente, um mar de gente que prenchia não apenas a praça central mas que se espraiava pelas ruas;
de nunca me ter apercebido que o Redondo tem tantas e tantas taquistas, lugares de comes e bebes, esplanadas;
gostei, vale a pena;

sábado, agosto 4

tradição


hoje vou passear por ruas floridas, na vila de Redondo;
não sei onde enraiza esta tradição comum a algumas localidades alentejanas, a de ornamentar ruas e construir estórias com flores de papel;
não sei se é criação recente se enraiza nalgum gosto particular de algo ou alguém; o certo é que atraem gentes, eu incluido;
lá rumo para conhecer uma tradição;

re-encontros


ontem tive a oportunidade de re-encontrar um colega de curso;
afastado para a sua terra, passou por estas bandas para matar saudades e mostrar aos filhotes por onde andou em tempos;
curiosidade, o dito é colega do Miguel, na mesma escola - o mundo é pequeno e Portugal ainda mais;
no meio da conversa, referência para aqueles pontos que nos unem, Évora, a Universidade e a História;
de Évora diz que que fica com a sensação que se aburguesou, que cresceu sem rei nem roque, que afirmou uma identidade que ele, no tempo em que por aqui esteve, não reconhece; nada de melhor para (re)conhecermos a nossa terra do que ouvirmos outros pontos de vista, outras ideias;
da Universidade fala do que ouve falar, que ocupou a cidade, que se encontra sem rumo, que se perde no meio das angustias do ensino superior;
da História, a paixão de reconhecer o gosto e o estudo que lhe devotamos - ele mais que eu;
um re-encontro que tenho pena que não aconteça mais vezes e que não sejam ocasionais;
não sei por onde andam grande parte daqueles que, comigo, partilharam alegrias e tudo o mais durante um período que nos foi comum; de tão intenso que foi uns cansaram-se das companhias, outros debandaram e outros talvez se tenham esquecido das cumplicidades;

ufa

lá fora hoje a temperatura andou perto dos 45 (de)graus;
um ar quase irrespirável, que se sentia a descer pelos pulmões;
um tempo quase que insurportável que tem de bonito trazer o riso das crianças na piscina, o chaminhar na água, o desgostar uma sombra;
os cães e o gato, todos pretos, não sabem por onde andar, onde estar, lingua de fora a lamber o ar o quente;
cá dentro do mal o menos, continuo a não necessitar de ar condicionado, se bem que a temperatura não desça dos 20 (de)graus;
é Alentejo, é Verão;

quarta-feira, agosto 1

Agosto

trabalhar em Agosto é assim qualquer coisa como ver passar quem não está, sentir a presença do que não se faz, ir por caminhos desertos, percorrer vazios e esperar que se chegue lá mais à frente;
sempre que estou fora da escola, opto por parar (qual pausa pedagógica) em Junho ou Julho e trabalhar o mês de Agosto;
é certo que há menos gente, menos confusão, opções várias para estacionar, escolha livre do sítio para beber uma cervejita ou degostar um gelado;
mas também se sentem as ausências, aquela monotonia de que o trabalho já está feito, que não se pode adiantar mais;
resta esperar que o tempo passe e se aproxime um outro mês;

TV Évora


há já algum tempo que tinha ouvido falar da TV Évora, só agora dei com ela;
duas notas;
uma boa ideia que peca por se restringir à denominação de Évora, que faz logo com que se criem alguns anticorpos por outras bandas; há quem me diga que defendo a região por que sou de Évora, mas esta seria uma abrangência mais adequada e com maiores possibilidades de afirmação;
a clara afirmação que a Net poderá ser um veículo de afirmações globais face a particularidades individuais; é, assumidamente na sua apresentação, um projecto sem fronteiras, as elas são fundamentais para percebermos em que campos nos movemos;
já agora, que esteja actualizada, apontamentos de Maio estão algo desajustados, não apenas face ao tempo, mas também às pretensões apresentadas quando referem que optam por mostrar o que há de bom, e há muita coisa;