sexta-feira, fevereiro 29

da correcção

afinal encontrei e corrijo a minha entrada anterior;
afinal já aconteceu em Beja e em Portalegre;
falta apenas Évora;
será normal?

do Alentejo

e como está este meu Alentejo;
calmo, sereno na sua pacatez, impávido e...
o que pressuporá esta acalmia?
concordância e serenidade?
panela de pressão em aquecimento?
controlo de riscos?
Porto foi o que foi, Coimbra, Aveiro, Braga, Castelo Branco;
será que estou a falhar no acompanhamento da coisa? o que tenho perdido para não me aperceber de nada nem de coisa nenhuma?
que serenidade é esta?

da regulação

No meio da confusão instalada um aspecto que me parece essencial no estado da educação,.
A escola tem assumido, directa ou indirectamente, de forma clara ou subliminar, um estatuto essencial no contexto da regulação social.
Por intermédio da escola procurou-se a uniformização social (uma sociedade igualitária), a integração pessoal (de acordo com uma dada conformidade institucional), a homogeneização cultural (em face da língua e dos modos de estar social), como uma certa harmonização política (em face de um dado modelo de sociedade). Também por intermédio da escola se construíram e perspectivaram estatutos e papéis sociais, de mobilidade ou de empregabilidade, de ressarcimento económico.
Neste contexto, a acção social da escola sempre se pautou por alguma selectividade social, quando não mesmo darwinismo social (a defesa do mérito, do esforço, do reconhecimento que nem todos podem ou têm competência para ser isto ou aquilo – ideia que quase se naturalizou no nosso imaginário social). Fruto desta visão, as taxas de insucesso, abandono ou absentismo eram consideradas quase que “naturais”. Era “natural” um aluno com dificuldades de aprendizagem (não interessa a causa ou o seu enquadramento) ficar para trás ou mesmo deixar a escola.
Fruto desta visão, ainda muito arreigada a lógicas oriundas do Estado Novo e consolidadas com a democracia de Abril, o trabalho ali desenvolvido era, por assim dizer, natural. Uns ensinavam e quem queria – por interesse, motivação, contexto social, económico e familiar – aprendia e, senão aprendia, a responsabilidade era do aluno, uma vez que o ensino era igual para todos.
Ora é este mecanismo de regulação social que agora sente a passagem de uma escola analógica para uma escola digital que se manifesta como raiz primeira do mau estar educativo nacional, na contestação à política educativa.
Não discuto as medidas de política (algumas, desculpem-me lá qualquer coisinha, perfeitamente compreensíveis no confrontar do modelo de escola que descrevi sumariamente). Discuto o facto de não se ter acautelado a criação de pontes entre a escola analógica e a escola digital, entre a consideração da escola enquanto elemento fundamental de regulação social e a gestão educativa por objectivos. O que contesto é a passagem curta, grossa e algo despropositada de uma escola das competências pessoais e profissionais para a escola neoliberal dos objectivos, dos resultados, dos produtos sem se terem criados mecanismos de transição – formação, tempo, por exemplo.
A substituição de lógicas de regulação tem e deve ser acautelada. E não foi. Nem na 5º de Outubro, em Lisboa, nem na Rua Ferragial do Poço Novo, em Évora, com as consequências por demais conhecidas. E é pena.

terça-feira, fevereiro 26

do claro

o sítio da DGRHE é elucidativo da confusão e das dúvidas que se colocam, mesmo aos produtores, da legislação que por aí paira, plana, vigora...
para aqueles que viveram o início da política educativa dos anos 90, pelo menos pelas bandas deste Alentejo, faz-me lembrar os tempos em que uma circular de esclarecimento valia mais e tinha mais peso que uma qualquer lei - para já não falar em decretos, portarias ou o que fosse;
os tempos não se repetem, mas que se mimetizam...

da alternativa

no meio da confusão que está instalada na escola e à sua volta, ainda não consegui descortinar alternativas - à avaliação de desempenho, ao regime de autonomia, ao estatuto do aluno, à educação especial;
para além dos modos como que está a ser feito e implementadas as medidas de política (com os quais discordo inteiramente) gostava de perceber quais as alternativas colocadas pelos partidos da oposição, alguns que já passaram pela 5 de Outubro;
como é que o PSD e o seu nóvel líder (ou mesmo o seu líder parlamentar) se posicionam, o que contrapõem - ou será que, à semelhança do descontentamento da administração pública vão também atrás constituindo-se como uma corrente sindical e não político-partidária?;
e depois das comemorações e discursos educativos do 5 de Outubro, o senhor presidente ficou sem opiniões e outras retóricas?

do comentário

o que mais apreciei nos comentários aos contras da entrevista foi o seu carácter on-line, imediato;
não há tempo para deglutir a mensagem, para assentar o pó;
é imediato, rápido, instantâneo; de quem escreve é assim, de quem lê também será?;
descaímos para o imediatismo virtual, para o comentário do comentador, para a análise ao lance;
a realidade confunde-se com um apontamento desportivo, daqueles que, depois de vermos o lance, se tecem comentários, se analisam posturas e intervenientes;
hoje, depois de algum pó assentar, voltamos ao mesmo;
dividimo-nos como se do clube se tratasse, são mais as paixões que a razoabilidade das perspectivas;

do mesmo

ontem foi mais do mesmo;
nada de novo se perspectiva no horizonte;
lugares comuns, banalidades e coisas que tais;
uma perfeita divisão de águas políticas e partidárias; uma ausência de ideia de escola e de qual o seu papel na sociedade portuguesa;

segunda-feira, fevereiro 25

da saída

pelas atitudes tomadas, pelas posições assumidas, pelo desenrolar dos acontecimentos e apesar das tentativas de contrariar os discursos, penso que pouco resta à equipa da educação;
já o escrevi, algumas medidas até podiam fazer sentido; os sentidos até podiam ser pertinentes e adequados;
os modos adoptados, a postura colocada no discurso conduziu, em meu entender, a um beco, à ausência de saída do burcado em que os próprios se colocaram;
resta a teimosia (persistência? perseverança?) do lider da equipa;
até quando??

dos jornais

as coisas que se aprendem pelos jornais;
cá pela terra, na passada semana (4ª feira, 20), o jornal da terra trazia uma referência elucidativa dos interesses e seus cruzamentos, dos papéis que se assumem, das atitudes que se tomam;
uma imagem vale mais que mil palavras, não é o que dizem??

quinta-feira, fevereiro 21

da dúvida

entre uma e outra das considerações, entre as margens da lei, fico com a sensação que algumas escolas (espero que não todas, nem a maioria) tenham caído na lógica do desenrasca, do reforço da ilhota, da criação de refúgios e abrigos, do auto-isolamento, do acentuar da distanciação à realidade;
começa a ser o desenrasca a imperar;

da lei

há medidas de política educativa que até podiam fazer sentido e ter alguma pertinência - se fossem pensadas e faseadas, discutidas e informadas;
adoptando uma postura de colocar a carroça à frente dos bois e ver para onde vai, cai-se em lógicas de darwinismo social, onde sobreviverão apenas uns quantos, os que se adaptarem;
é o maior risco que reconheço a esta política educativa, a de colocarem a escola à frente dos leões a ver se se safa (ainda por cima de mãos a abanar);

das margens

a política sempre esteve presente nos corredores e nas salas de uma qualquer escola; ainda que implicitamente, ainda que à boca pequenina, ainda que sub-repticiamente, ainda que circunscrita a alguns defensores assumidos de ideias, atitudes, valores; mas a política sempre marcou presença, pelos modos e lógicas de organização, pela cultura que veicula, pela distribuição de recursos, pelas hierarquias pressupostas;
agora, se há coisas que o legislador conseguiu, foi trazer a política educativa e escolar para a boca de cena;
a política, o conjunto de opções, as ideias e os valores que estão presentes no discurso dos docentes, deixou de estar circunscrito ao rio, galgou as suas margens e visibilizam-se todo um conjunto de fragilidades (conceptuais, valorativas, profissionais) tal qual a natureza das coisas;

quarta-feira, fevereiro 20

da retórica

a partir desta referência, um apontamento que vai atrás dele;
queremos medidas e legislação; processos normativos que permitam enquadrar o que se faz, justicar as intenções e ir ao encontro de gregos e troianos, dos altos e dos baixos, do interior e do litoral, da cidade cosmopolita ao pequeno burgo;
depois, quando temos todas essas coisas, dizemos mal, criticamos, discutimos, justificamos que não é compatível, execuível, operacionável;
e pedimos outras medidas, outra legislação, outras políticas, outro governo, para voltar tudo ao princípio, como se não tivemos passado, não tivessemos deixado rasto do que fizemos ou do que fazemos;
vivemos entre a retórica legitimativa e a justificativa, mas o predicado é mais compensatório do que qualquer outra coisa;

dos saberes

em tempos de discussão de ideias e valores, um apontamento bem interessante que desliza entre os saberes e as competências profissionais;
talvez ajude a pensar sobre que profissional procuramos ser e construir;

do local

tenho dúvidas sobre o que se seguirá na política local;
as arrumações estão aparentemente definidas e as autorizações dadas;
as expectativas são escassas, tal é o panorama mais ou menos definido;
os pormenores poderão fazer alguma diferença, mesmo percentual em dia de voto, mas não conto com elas;

das soluções

para quem não sabe até as soluções são problema;
para quem não quer, remoer soluções pode ser um problema;
ele há coisas que é difícil identificar e mais difícil de perceber - pelo menos para a minha pessoa;

segunda-feira, fevereiro 18

do movimento

ele já era sabido (e conhecido de uns quantos) que as tecnologias tanto servem um como o outro lado, uns como outros interesses, tanto servem para isto como para aquilo;
ora aqui está o movimento de professores (e do que mais?) a arregimentar interesses, a colectivizar situações, a mobilizar opiniões, a organizar acções;
isto está giro, tá...

da chuva

em dias de chuva aumenta a circulação do pessoal, os atritos e sempre alguma confusão pelo amalgamar das gentes;
nada que não se resolva, mas o sol faz bem melhor que a chuva à escola - e não só;

do tempo

ele disse que há 11 anos era o lider e que se dispõe a continuar;
ou faltam as alternativas, ou são mortas antes de nascer ou simplesmente ...
pronto, ficamos assim...

das dificuldades

ele há coisas em que os factos são incontornáveis;
a qualidade de vida alentejana não é compaginável com trovoadas;
sempre que há trovoada lá se vai a luz, as oscilações são constantes e os riscos dos equipamentos se danificarem enormes;
é a qualidade destas bandas

domingo, fevereiro 17

das medidas

na discussão que perpassa pela net, nomeadamente na área da educação, entre o acalorado das opiniões e o fervilhar de alguns argumentos, há duas ideias que não descortino, quase de certeza por inépcia da minha parte;
1, quais as alternativas propostas ao presente modelo de políticas educativas;
2, qual o papel concebido para a escola e para os professores no contexto dos desafios sociais de princípio de século;
posso criticar a avaliação ou a gestão, discutir o estatuto do aluno ou a acção social escolar; mas tudo isto se insere num dado modelo de políticas educativas que ora considera e valoriza a escola pública ora a procura privatizar (cada qual com as suas nuances);
entre as políticas e a discussão, o que não perspectivo, na generalidade dos comentários, é o papel da escola - assegurar que seja o mesmo de sempre (ensinar a ler, escrever e contar), garantir a escolarização de problemas sociais (alcoolismo, drogas, sexualidades, comportamentos), incentivar a autonomia ou promover a fábrica, integrar no espaço europeu ou valorizar o orgulhosamente sós, valorizar as hierarquias ou as redes;

da manutenção

esta indicação, mais parece uma referência do presidente do clube da bola a garantir que o treinador é para manter;
tudo bem, ainda que se possam questionar resultados, exibições, tácticas e opções;
mas, pelo menos, que se reveja o tacto com que as coisas são feitas e tratadas, o tino com que se apresentam medidas, o discurso da justificação das coisas e, já agora, a articulação entre a equipa técnica, treinador principal e adjuntos, é que parece não se entenderem;

do contexto

repito e volto a repetir, somos nós e o nosso contexto, um dos elementos essenciais para a estruturação de um qualquer conhecimento;
há outras relações a considerar (com o conhecimento existente, com o outro, linguagem, poder, entre outros);
mas o contexto, marcado por um espaço e um tempo, determina, em muito, o que se conhece, como se conhece para que se conhece; em mim determina também o que escrevo e como escrevo;
a alteração do contexto caracteriza a minha escrita, permite identificar pontos de alteração;
ainda bem, sinto-me gente;

sexta-feira, fevereiro 15

zangado, azedo, farto

há quem diga que ando zangado, que esteja azedo ou simplesmente farto;
direi que estou tudo isso e nada disso;
estou zangado com os deuses que me fazem andar por estes mares sempre navegados;
azedo com os ares e farto das incompetências...

do namoro

uma colega, directora de turma, anda seriamente preocupada com um casal da sua turma de 9º ano;
ouvia tecer os seus comentários, apresentar uma ou outra situação, dar conta da interferência nos resultados escolares;
passado pouco tempo tive oportunidade de presenciar um momento desse namoro;
não sou propriamente susceptível, mas fiquei impressionado;

falta de escrita

entretido com outras escritas, passo por aqui para admirar a paisagem, descansar o olhar e o espírito, procurar outras ideias, ver como param as modas;
isto, em particular a área da educação, anda mesmo confuso, por vezes mesmo incoerente quando não inconsequente; seja nas ideias políticas (que não se percebem muito bem como se articulam), seja nas justificações apresentadas (mais parecem chorrilhos legitimativos), seja nos blogues onde, entre ideias e concepções de escola se chocalham princípios e valores, sentidos e opções; para depois tudo ser ao contrário;
será fruto dos tempos ou apenas dos interesses?

segunda-feira, fevereiro 11

da confusão

mas a conversa do senhor secretário de estado e a múltiplas interpretações passíveis de existência própria, são também evidência da manifesta confusão em que graça o Ministério da Educação;
não foi alvo de remodelação por razões de todos desconhecidas, mas que há confusão, desculpem lá qualquer coisinha, mas há mesmo;

da conversa

desculpem lá qualquer coisinha, mas a propósito do que o senhor secretário de estado teve oportunidade de dizer e reafirmado no sítio do polvo, referente à avaliação de desempenho, tenho a dizer:
houve um que falou e houve mais de 100 mil interpretações e entendimentos;
ao qual se pode chegar à brilhante conclusão que cada qual ouve o que quer e como quer;

sábado, fevereiro 9

da lógica

era bom que, de quando em vez, a lógica nacional tivesse lógica e a sequência de pensar, conhecer, formar, implementar e avaliar funcionasse;
pessoalmente não conheço nenhum projecto que, seguida a sequência, tivesse chegado ao fim;
esta lógica nacional, de fazer as coisas certinhas e de acordo com lógicas e racionalidades técnicas é a melhor desculpa para não se fazer nada, estar quieto, adiar, deixar andar;

sexta-feira, fevereiro 8

dos arquipélagos

existirão muitas coisas más na legislação da avaliação do desempenho docente (algumas largamente identificadas na blogosfera educativa);
mas também há algumas boas - porventura inesperadas;
aqui por estas bandas (Alentejo Central) algumas das escolas (conselhos executivos, entenda-se) reuniram-se informal e oficiosamente para perceberem como cada uma está a reagir ao processo, como se organizou, o que está a fazer, quais as reacções;
não tem sido este o hábito; geral e genericamente cada qual reage como pode, sabe, quer ou lhe é permitido, constituindo-se este sistema educativo como um conjunto imenso de ilhas e ilhotas;
talvez com este problema se tenha encontrado uma oportunidade das ilhas passarem a arquipélagos; será?

do tempo

está um tempo, por estes lados, maravilhoso;
induz a escrever coisas bonitas, redondinhas, coloridas, soubesse eu escrever tudo isso;
as árvores do carnaval (não sei qual o seu nome) emprestam um colorido forte às bermas das estradas, parece que o Sol se baixou para apreciar o momento e deixou por aqui alguma da sua luz;

ver e rever

diz Manuel Alegre que não se revê neste PS;
mas dá indicações de pormenores onde se revê;
pergunto ao senhor, se me é permitido, onde é que não se revê? na prática política, no ideário socialista, na lógica ideológica, na acção pública da governação; nos princípios e valores sustentados?
em que se revê o senhor? em que partido(s)? noutro espaços, imaginados ou redescobertos?
penso que talvez haja alguma confusão (propositada? deliberada? negocial?) entre uma acção de governação (assumidamente social democrata pelo lado da prática governativa) e um ideário (ideologia) em que a primeira se devia enquadrar;
mas, estou certo, que saberá destrinçar espaços de acção e esferas de intervenção;

quinta-feira, fevereiro 7

da oficina

não tive problemas, nem com o carro, nem comigo, mas, por entre amigos e curiosidades, alarguei o meu espaço de leitura e passei por esta oficina.
gostei, vale a pena;

do eu

para não me perder, para não dizer que me falta o tempo (é meu hábito dizer que só não tenho tempo para aquilo que não me interessa) tive de organizar uma folha de trabalho;
varia entre uma lista de verificação e uma lista de objectivos;
mas vou pela organização, pela seriação de prioridades, pela obtenção de resultados em face do que tenho para fazer uma vez que as solicitações apertam, diversificam-se e as horas permanecem iguais;

do espírito

para o que se diz, para o que se escreve, para o que se insinua sobre a universidade de Évora, aquela que é do Espírito Santo, atente-se nas palavras de quem está por dentro;

dos objectivos

entre a diversidade de critérios, situações, conhecimento, compreensão tenho de reconhecer a minha surpresa pela diversidade do que se encontra e, muito particularmente, do que se houve;
a avaliação de desempenho mais não é e mais não faz do que destacar as diversidades, heterogeneidades, multiplicidades de pessoas, interesses, situações e opções que existem no sistema educativo;
é bom, é sim senhor; mas é revelador da manifesta impossibilidade de uniformizar tudo e de meter todos dentro do mesmo saco;
consequência, divide-se para reinar;

do espaço

casa cheia;
aproximam-se avaliações e o espaço enche de diversidades de interesses, curiosisdades, necessidades e objectivos;
o pessoal flutua, varia de acordo com a época do ano; como variam os interesses e os objectivos que colocam na utilização do espaço;
é engraçado ver a flutuação deste espaço;

quarta-feira, fevereiro 6

do umbigo

efectivamente ando distraído, mas não serei só eu - valha-me isso;
é que não tinha reparado nesta entrada da Prof. Ana Maria e não reparei em comentários ou considerações sobre ela em nenhum dos blogues que frequento;
certamente erro meu; mas fico com a sensação que andamos muito preocupados com o nosso (?) umbigo e andamos a esquecer pequenos pormenores, coisas de nada, mas que fazem toda a diferença, esta da escola não ser democrática é uma delas, p. e.

segunda-feira, fevereiro 4

da acumulação

há quem se preocupe com a acumulação de cargos, em particular entre deputado e advogado;
mas não há preocupações quando os deputados são docentes universitários? ou assessores?
das duas três; ou vai pagar o justo pelo pecador, ou se extremam posições caindo-se no radicalizar de situações que nada rectificam ou, finalmente, depois de grandes mexidas, ficará tudo na mesma;

da selecção

estarei, quase de certeza, senão errado pelo menos equivocado, ao afirmar que não é apenas a escola que, de acordo com notícias passadas, é selectiva;
muito provavelmente a blogosfera (educativa, entenda-se) andaria mais preocupada com a avaliação de desempenho, a definição de objectivos do que propriamente com a selecção de alunos e deixou, sem querer, passar esta notícia;

domingo, fevereiro 3

das coisas

ele há coisas que apenas com alguma distância nos conseguimos perceber e rir;
geralmente os miúdos deliciam-se com carros, motas, sexo e coisa e tal;
contudo, tenho um aluno em que os seus olhinhos brilham, o rosto se ilumina, o sorriso se rasga sempre que começa a falar de... tractores, isso mesmo, tractores;

da dúvida

na passada 6ª feira fui à cidade ouvir conversas que se cruzam com os meus interesses de momento;
para além de perceber que o mundo continua a rodar, serena e pacatamente, também tive oportunidade de rever amigos e amizades e ouvir daquelas coisas que de tão óbvias são difíceis de encarar;
disse T. Popkewitz que o futuro se constrói entre medos e esperanças - esperanças nas tecnologias, num Homem novo, em novas oportunidades, em desafios novos, em curas, e nos medos de crises económicas, de alterações ambientais, de impactos demográficos, de pandemias, etc;
entre dúvidas e angústias não temos outro remédio senão o de ir em frente - com aquilo que conseguimos reunir do nosso passado e que hoje, neste presente, utilizamos - bem ou mal isso já é outra conversa;

sábado, fevereiro 2

do alvo

há falta de melhor atira-se ao boneco;
já que as políticas estão gelatinosas, fugidias, então que o alvo seja outro, mais quieto, mais vulnerável;
será que se inicia por estes lados e deste modo, uma americanização da política nacional?
será que uma parte de gastos são destinados à pessoa do adversário?
haverá quem diga que é normal, correcto e adequado;
eu não...

do melhor

nada melhor para descansar a cabecinha do que cansar o corpo;
andei todo o dia de roda da horta; não percebo nada da coisa, mas cavei, sachei, cultivei e arrumei o que pude e como pude;
se dá alguma coisa? já deu, descanso da cabecita;

sexta-feira, fevereiro 1

dos apontamentos

Há dias tive oportunidade de encontrar um artigo onde se dava conta que a biblioteca britânica tinha encomendado um estudo sobre os cientistas do futuro, os futuros utilizadores dos seus recursos e que designou como geração google.
O estudo visa a adaptação dos meios, recursos e condições da biblioteca àquelas que serão as solicitações, necessidades e interesses de uma geração que nasceu depois de 1995.
Geração esta que cresceu a pensar que a Internet sempre existiu, que a velocidade das ligações só pode é crescer, que o clique num qualquer botão ou link deve ter uma resposta instantânea, que esperar é uma maçada, que as pedras da calçada deveriam ter botões de configuração entre muitas outras coisas. É uma geração que não sentiu a passagem do hipertexto para o youtube e menos se apercebeu da passagem do simples e prolixo html para o dinâmico xtml, dando oportunidade a que blogues, primeiro passivos depois dinâmicos ou os hi5 se afirmassem e se desenvolvessem. Afinal, afirmam, assim é que as coisas deveriam ter sido sempre.
Quem tem filhos dentro desta faixa etária, quem frequenta os locais desta geração, sejam as escolas ou os espaços Internet, tem facilidade de perceber a diferença de modos, os tiques típicos, a linguagem comum, os trejeitos específicos e todo um conjunto de sinais que identificam de modo muito claro esta geração.
Diferentes situações se colocam, quando pensamos e nos confrontamos com esta geração.
Primeiro e de modo mais fácil e directo, a questão em redor do valores, das atitudes e dos comportamentos que caracteriza esta geração, sempre preocupados que estamos com a conformidade social.
Como será licito perguntarmo-nos, à semelhança da biblioteca, se nos estamos a preparar para dar respostas a esta geração. Respostas que decorrerão de outras perguntas, de perguntas que muito provavelmente nós ainda não colocámos ou se o fizemos foram feitas de acordo com outras lógicas e uma outra perspectiva. Se os instrumentos que hoje utilizamos para definir algumas das conformidades necessárias à vivência social, serão efectivamente adequadas a esta geração, se irão ao encontro dos seus interesses e das suas motivações ou se, pelo contrário, estaremos a desperdiçar tempo e energias e a formar longe dos objectivos pretendidos.
Factor determinante e que não nos pode sossegar, é que esta geração depende da escola, mas apenas numa específica e curta porção do seu tempo. Ao contrário do meu tempo, em que a escola me consumia praticamente todo o tempo de aprendizagem e do conhecimento, hoje é apenas uma mera fatia desse tempo. A escola é importante, é sim senhor, como é importante o papel e a acção do professor. Mas não é nem única e muito menos exclusiva.

do estado

ontem, dois periódicos traziam notícias sobre a mesma coisa mas de modos diferentes;
um (Visão) dava conta da debandada (sic) que poderá ocorrer nas escolas com a abertura da aposentação antes do tempo no âmbito da administração pública;
outro (correio da manhã), dava conta do clima vivido em muitas escolas, de desgates, angústias, comportamentos;
há qualquer coisa que falha na procura de equilíbrios entre quem trabalha na escola e quem passa pela escola;
quem trabalha questiona-se, questiona as políticas, discute com os colegas, troca argumentos e opiniões em reuniões, utiliza as reuniões para dissertar sobre isto e sobre aquilo;
quem passa pela escola pergunta-se para quê, com que fim, com que objectivos, com que proveitos;
olhemos para outros países, outras realidades e procuremos perceber o que fazer;
antes que seja tarde demais...

da escola

os miúdos estão eléctricos, eufóricos, nervosos e expectantes;
afinal o Carnaval também é para eles e vão passear pelas ruas, mostrarem-se a quem passa, exibir os sorrisos, os fatos e as fatiotas feitas propositadamente para o dia;
é sempre um dia diferente, uma festa ...

do óptimismo

talvez sem graça, porventura sem coincidência, mas na directa proporção em que os indicadores sociais e económicos teimam em persistir no clima de pessimismo espalham-se as iniciativas em redor do Carnaval, dos corsos, das paródias, das festas;
afinal, tristezas não pagam dívidas e o Carnaval só são três dias;