sexta-feira, maio 30

respostas

como andas tu?
como os outros todos, diferente dos outros outros;

domingo, maio 25

avanços

e recuos...
é assim que é feito o meu trabalho de investigação;
praticamente ao fim de três anos de trabalho, de leituras e de alguma escrita, consigo criar um texto com "pernas para andar";
a porra é que me altera o campo de estudo e agora me sinto (novamente) não será emperrado, mas enleado;
falta de conversa com o orientador e falta de trabalho na área documental;

do tempo

o tempo está razoável para a horta; razoável porque me poupa trabalho, mas também porque não deixa os frutos (tomates, pimentão, melão, melancia, pepino) rebentar, tão encarquilhados que se sentem pela falta de calor;
em contrapartida, as árvores de fruto estão cheias, carregadinhas...
o tempo não agrada a todos, nem em todo o lado;
se fosse só o tempo...

das dúvidas


ouvir a discussão entre candidatos no PPD/PSD faz crer que a luta é feita ao centro esquerda;
será que os candidatos a líder do maior partido da oposição, apesar da sua posição (neo)liberal são defensores do Estado? descobriam agora, depois de terem passado pelo governo da nação, as preocupações sociais? as alternativas de política são feitas à esquerda?
há aqui qualquer coisa que não consigo perceber... ou talvez não...

sexta-feira, maio 23

escrita


em altura em que cada vez mais me apetece escrever cada vez menos, dou por uma promoção no campeonato da escrita;
passei - corrijo, passaram-me - para um jornal a sério, com cheiro a tinta e tudo, que se pode manusear, amachucar ou guardar;
para mais informações clicar e ler a edição impressa;

da distância

para quem observa a acção à distância, qual treinador de bancada que aprecia o espectáculo no conforto do sofá, fico com a sensação que alguém joga com jogadores a menos...
ou é pela dinâmica e empenho da equipa adversária ou simplesmente pela defesa do resultado - o que é sempre preocupante, senão mesmo desconcertante ...
custa-me perceber qual a opção da minha equipa, qual o papel dos jogadores que defendo em campo; ou simplesmente se existe treinador para comandar as hostes...
caramba nem as cheerleaders me conformam ou sequer entusiasmam ...

do pedido

peço um bocadinho de sol, uma nesga de calor e não é que aparece chuva e mais chuva...
a horta dá-me descanso, mas os produtos ressentem-se do frio, da ausência de calor...
em contrapartida as árvores de fruto estão carregadinhas...

quinta-feira, maio 22

preto e branco

cada vez mais, nos diferentes sítios e sectores da sociedade, as discussões são a preto e branco; ou sim ou sopas;
não há meio termos, não se sente bom senso;
as acusações são mutuas, repetitivas, monótonas e monocórdicas;
e o cidadão a vê-los;
será que não se apercebem da figura...

dos tempos

é engraçado ver que aqueles que antes faziam reuniões à porta fechada, decidiam longe dos interesses comuns hoje criticam as reuniões de tupperware;
pelo menos são abertas, públicas...

quarta-feira, maio 21

surpresa

pela primeira vez abri o correio e nem um spam;
surpresa, estupefacção, incrédulo;
até fui confirmar se era verdade, e era mesmo, não tinha spam;
aleluia...

no parado

pouco (ou nada) tenho feito sobre o meu projecto de trabalho;
entre desculpas e justificações possíveis (cansaço, impaciência, disponibilidade...) tudo serve para que me falte aquilo que deve, a cabeça para mergulhar nas ideias...

transitório

na minha escola foi aprovado um projecto educativo que irá ser transitório;
no meio das diferenças (algumas profundas) no modo de entender a escola e a relação pedagógica, apraz-me perceber que há caminhos que não são becos, mesmo que sejam transitórios...

do sol

neste mês de Maio, não ficaria mal uma pinguinha de sol;
tenho saudades do sol, do calor, da luz...
estou certo que os dias ficariam melhores e passariam mais serenamente...

segunda-feira, maio 19

página


finalmente...
já não era sem tempo...
até que enfim...
que dirão agora...
de que se lembrarão agora...
mas a página virtual da terra que me viu nascer (Évora, para os que não sabem) mudou;
já não é aquele lençol desdobrado e infindável onde tudo estava e nada se encontrava;
a ver vamos das funcionalidades e da navegabilidade;

das coisas

isto de passear de blogue em blogue será curiosidade? interesse? ou simples voyerismo virtual?

da escrita

cada vez mais me apetece escrever cada vez menos...

terça-feira, maio 13

californication

não consigo ver isto sem me lembrar do detective Mulder, de extraterrestres e afins;
ou de me lembrar dos poetas malditos dos anos 30 e 40 do século passado;
não deixa de ser uma revisitação que varia entre o erótico e o subliminar;
(interessante o de ontem, na referência aos novos suportes de escrita, blogues incluídos);

registo

apareceu um novo Registo nas bancas regionais;
um jornal semanal que dá conta do que por cá se passa;
terá pernas para andar? ou ficar-se-á pelo Registo...

trabalho autónomo

isto de realizar um projecto de investigação a residir na província e ter um orientador na capital do império (e viajado) não é fácil;
acentua o trabalho autónomo, é certo, mas é leeeennnnnttttooooo...

segunda-feira, maio 12

sobre o fim

terminou o campeonato da amargura (dos benfiquistas, pois claro);
um quarto lugar sem apelo nem agravo, fruto da qualidade e da desorientação;
resta-nos agora esperar pelos nervos do europeu para podermos gritar e sofrer;
e entretanto tudo o mais segue, serenamente, o seu caminho;
circula pela Net, à semelhança de outros exemplos tão ou mais caricatos do que este, um apontamento reflexo de tantas coisas do que não se passa na escola:

A obra dramática de Gil Vicente, vista por um a aluno do ensino secundário

«Eu não tenho dúvidas que o Gil Vicente é muito importante, apesar de nunca ter ganhado o campionato de futebol. É importante porque ás vezes ganha ao Benfica, otras ao Sporting e otras ao Porto, tirando a eles o primeiro logar. E também por isto é que a sua obra é dramática porque é um drama para os benfiquistas, os sportinguistas e os portistas quando ganha.»

Esta foi a a resposta de um aluno do secundário a uma pergunta sobre a obra dramática de Gil Vicente.

quinta-feira, maio 8

início do fim

o que me custa na escola é o princípio do fim ser o início de quase tudo;
as ditas cujas actividades de enriquecimento curricular (AEC), na minha escola, decorrem, consideração minha e pessoal, de modo impecável e pertinente; seja pela oferta que, por acasos, foi criada, pela cooperação e articulação que tem existido entre os responsáveis das AEC's, pelas lógicas que lhe estão instituídas de assegurar ligações futuras;
há coisas menos boas e algumas mesmos más, obviamente, mas globalmente considero positiva a experiência;
sem avaliação nem ponderação já se pensa alterar o figurino e mudar as ofertas; contingências, dizem, limitações, afirmam;
o certo é que o início do próximo ano lectivo será, uma vez mais, o princípio de tudo, como se não existisse história na escola, como se o feito fosse arrumado em arquivo morto; como se as situações fossem descartáveis;
é pena...

divisões

na parte final de um ano lectivo que foi declaradamente conturbado, o bom senso custa a prevalecer em algumas escolas;
na minha, de roda de um projecto educativo transitório, o conselho pedagógico divide-se a meio, aparentemente sem possibilidades de desempate;
as discussões tornam-se redondas e as saídas inoportunas;
convenço-me das dimensões que o director pode vir a assumir, definindo objectivos, indicando coordenadores, assumindo controlo, centralizando unipessoalmente a decisão;
não sei como irá ser na generalidade, mas na minha escola vai ser giro, áh vai, vai;

quarta-feira, maio 7

sobre chumbos

Quem lê estas linhas saberá, quase de certeza, o que é um chumbo. Se não chumbou terá alguém, nas suas relações de amizade escolar, que tenha passado pela situação.
Chumbo, retenção, raposa, reprovação são conceitos diferentes que procuram explicar uma mesma coisa, a não transição de ano de um aluno. Os conceitos, como é facilmente perceptível, modificaram-se com os tempos, respondendo a modas pedagógico-educativas ou a simples opções de política educativa ou tão só aos modos de olhar a situação de retenção, reprovação, chumbo ou que se diga a seu respeito.
Há quem defenda a retenção (reprovação) de um aluno em face de critérios de rigor, exigência e excelência académica. Como há quem defenda que chumbar (reprovar) um aluno é elucidativo das situações de facilitismo, de remeter para uma única responsabilização (do aluno) algo que é partilhável pela própria lógica de um processo educativo que é relacional (professor-aluno-família). Foi o caso de uma entrevista (análise) na passada semana feita pela própria ministra da educação.
Não há muito tempo atrás, penso que em 1998, caiu o Carmo e Trindade educativos quando se decidiu que nenhum aluno ficaria retido na transição do 1º para o 2º ano (da primeira para a segunda classe, a persistência desta terminologia é também ela elucidativa do modus de ver a escola). Hoje é dado adquirido, pacífico mas trabalhoso para quem enfrenta a situação e a considera até normal.
Entre defensores da retenção, mais assumidos e públicos, e os defensores da não retenção do aluno, mais resguardados e insinuantes que os primeiros, há todo um conjunto de elementos que se cruzam, seja por intermédio da análise educativa e pedagógica, seja na esfera política e partidária ou simplesmente na consideração social desta opção.
Para que não restem dúvidas quanto à minha posição, digo desde já que não sou apologista da retenção, chumbo, reprovação do aluno. Não é por ficar retido num mesmo ano, que o aluno melhora os seus níveis de desempenho escolar, aprofunda os seus interesses ou melhora o seu comportamento. A escola está cheia de provas disso mesmo, de elementos que retidos assentuam o seu desinteresse, desligam de todo o processo escolar, acentuam o seu absentismo quando não caiem em situações de abandono. Para já não falar nos reflexos familiares, nas diferentes considerações que são tecidas aos pais pela comunidade, seja por palavras, seja por olhares.
Sou assumido defensor que o aluno, mesmo não adquirindo os conhecimentos inerentes a um ano de escolaridade, os poderá obter posteriormente e, ainda que de modo desfasado, possa cumprir, como os outros, os objectivos de ciclo.
Agora justificar uma opção em face de critérios eminentemente financeiros, decorrente do custo de um aluno, é perverter não apenas uma discussão que deve ser pedagógica e de política educativa, como é questionar o próprio papel da escola pública. E esta situação é abrir frentes de batalha na qual ninguém, nem ministério, nem professores ou alunos ou comunidade, podem sair ganhadores.

terça-feira, maio 6

sobre as cartas na mesa (III)

para concluir a partida de cartas, apenas uma referência mais;
se o discurso (redondinho e politicamente correcto) da senhora ministra vai no sentido de se encontrarem e implementarem diferentes respostas e propostas de trabalho (de sucesso do aluno, de trabalho do professor, de organização da escola, de opção educativa) então porque é que toda a regulamentação vai no sentido de cingir o trabalho do professor à sala de aula?
quem assegura a organização de outros modos diferenciados do trabalho? quem é responsável pela organização dos trabalhos na escola? quem assume outras respostas educativas que não as tradicionais?
com muita pena minha (enquanto socialista) noto alguma incoerência entre uma retórica discursiva para eleitor ouvir e uma prática legislativa cerceadora das autonomias profissionais;
mas poderá ser problema meu;

sobre as cartas na mesa (II)

dos naipes que a senhora ministra mandou para a mesa, nada de novo no horizonte;
não sei se é trunfo, mas fico com espírito santo de orelha com os exames de 9º ano, uma vez que, como dito, se realizam em quase todos os países da Europa;
como insinuado pela parceira da bisca, afinal os exames não deixam de ser instrumentos de avaliação dos professores - opto pelo conceito de instrumentos de regulação, uma vez que permitem aferir não apenas das qualidades do processo de ensino-aprendizagem, como destacam as particularidades que lhe são inerentes (contextos sociais e familiares, organização educativa, entre outros);

sobre as cartas na mesa

na falta de um programa de entrevista directa a TVI pôs as cartas na mesa e vá de começar pelo lado mais óbvio das audiências, a educação;
como cartas na mesa que são, fizeram-me lembrar as partidas da bisca ali na taberna do lado, onde uns gritam com outros, onde se trocam comentários e piropos e onde há mais fumo que fogo;
os tablóides, sejam eles em papel ou em vídeo, mandam nos esquemas e impõem regras de funcionamento;
querer discutir os problemas da educação, com cartas na mesa, em pouco mais de 30' é querer meter o Rossio na Betesga;
fico com a sensação que faltaram os trunfos, de um e de outro lado;

segunda-feira, maio 5

sobre textos

na distância deste espaço consegui organizar e produzir um esboço de texto sobre aquilo que ando a fazer, em redor de comportamentos, da regulação social da escola ou dos instrumentos disciplinares;
a resposta do orientador, sempre pertinente e oportuna, vai no sentido que "uma tese ganha-se com contenção teórica e metodológica";
isto porque persisto em misturar conceitos, uns oriundos das políticas públicas (onde me devo centrar), outros oriundos da análise organizacional;
contenção, precisa-se; como preciso de organização do meu espaço mental para que possa ter contenção metodológica;
e já lá vão quase três anos de trabalho; sinceramente, sinceramente, apenas um ano e qualquer coisa...
é que há males que vêm por bem...

sobre os dias

o fim-de-semana foi passado entre o dia das mães e os anos do sogro;
entre uns e outros deu-me para afiar facas, de modo a que pudessem escorregar melhor pelos cortes finos dos pratos e tachos que se preparavam;
foram bem afiadas, o jeitinho deu-me para cortar a mão e um dedo;
felizmente sem consequências no assado;

no silêncio

apetece-me criar distâncias;
distância deste espaço onde careço de ideias e de uma vontade de escrita;
distância do borbulhar quotidiano, dos afazeres de todos os dias;
distância do mediatismo que me empurra para cenas diárias de troca de conversa e de opiniões;
apenas se impõe o silêncio;