domingo, setembro 30

quase


dias imperfeitos, pela chuva, pelo desconforto que a mudança de estação sempre nos confere e que, quase de repente, se torna quase, quase perfeito;
aqui dentro, entretenho-me nas coisas que gosto, ler, navegar, escrever e ouvir música que dá o toque surpreendente da perfeição;
oiço Hendel, sonata para cravo e piano;
dias imperfeitos que são quase perfeitos;

insisto

e persisto na afirmação
são estas ideias, expressas num jornal regional, defendidas por diferentes actores político-partidários, argumentadas pelas populações e suportadas pelas acções que o Alentejo, algum Alentejo e alguns alentejanos, não conseguem, não querem não podem fazer;
começo-me a convencer que a história política e social desta região, sempre subserviente, persiste e insiste nos modos e nas acções, ainda que com outros modos e outros protagonistas;
a sério?

sábado, setembro 29

metodologias


Na Aragem fresca do Norte, trocam-se ideias em redor da formas e dos modos de se aprender;
dou, à distância, o meu contributo, numa peça que ontem referenciei;

Considerando que a metodologia actual se afasta dos esquemas livrescos tradicionais;
considerando que os compêndios devem ser utilizados sem prejuízo das técnicas modernas da didáctica, viradas para a aprendizagem e não para a memorização;
considerando que ainda que o espírito científico é, por definição, o espírito de pesquisa e não o da facilidade do "já aprendido", determino:
1. que os docentes procurem utilizar apenas compêndios de tipo tradicional quando haja manifesta impossibilidade de recorrer a outro tipo de apoios;
2. que continue a utilizar-se a documentação distribuída por este Ministério a qual supõe a metodologia activa que importa desenvolver;
o Secretário de Estado da Orientação Pedagógica, Romero de Magalhães;


não conhecem o senhor, não é? pensam que troquei o nome da secretaria de estado?
não senhor, nada disso; o texto refere-se ao despacho n.º 103/76 de 4 de Novembro de 1976;

surpresa


tenho que reconhecer alguma surpresa na vitória eleitoral de Filipe Menezes, pensava que o estabelecido poderia sair vencedor, ainda que as críticas, durante a campanha interna, tenham sido certeiras e cáusticas para a liderança;
depois desta vitória, algumas questões, de sublinhado socialista;
como reagirá o PS (e o governo) a uma crítica que se perspectiva aguda e intensa?
como se recolocarão as hostes, fruto dos receios, das ansiedades e dos realinhamentos da oposição?
quando as comadres se zangarem, que verdades se descobrirão?
apesar de Marques Mendes ser (também) um homem do norte, mas excessivamente lisboeta, como se poderá perspectivar o arrumar de ideias entre o Norte e Lisboa nas disputas do PSD (e do país)?
em termos locais/regionais como se (re)organizará o PSD (e como sairá desta re-organização) uma vez que os lideres locais assumiram uma posição, hoje perdedora?
qual ou quais poderão ser as implicações locais/regionais deste realinhamento de forças e de equilíbrios de posição?
a estas, e a outras questões, o tempo se encarregará de responder;
mas perspectivo uma, assente no receio e em alguma sobranceria, a de que alguns lideres do PS até tenham ficado contentes e se regozijem com esta vitória e façam parecer que tudo está bem; será????

quinta-feira, setembro 27

distâncias

nos tempos que correm as distâncias acentuam-se entre o que pensamos e queremos fazer e o que podemos ou nos deixam fazer;
talvez tenha sido sempre assim, mas, nos últimos anos, no último quartel do século XX, acentuou-se a ideia (e a expectativa) que podíamos influir na mudança, na alteração das coisas, que nós, cidadãos, pessoas, tínhamos voto na matéria, que éramos capazes de influir e intervir na sociedade; nomeadamente naquilo que considerávamos (bem ou mal) desajustamentos, injustiças, precariedades;
a democracia participativa parecia ganhar terreno; sucederam-se os fóruns, as assembleias, a participação (cívica, de cidadania), as tertúlias, os botequins;
já não recuo aos anos 60 onde se pensava, para além de mudar a sociedade, (re)criar o mundo; fico-me pelos anos 80/90, mais próximos, dos quais (quase) todos temos memória viva;
não era contra nada nem contra ninguém, apenas pela vontade de corrigir as injustiças, de nos sentirmos a participar na estonteante mudança dos tempos;
pelo contrário, recentemente parece que nos ficamos pelas intenções, que somos tolhidos pela inércia, que ficamos condicionados, por outros, por algo ou por alguém, na capacidade de intervir e agir, que somos coartados pela insinuação;
será que se confirma a oligarquia democrática?
será que estamos em tempos de uns que se sentem esvair mas que teimam e persistem em condicionar os outros?
será que temos, efectivamente, fantasmas que nos corrompem os movimentos e cerceiam os pensamentos?
será que os tempos, afinal, não mudaram que uns (poucos) continuam a mandar nos outros (nos muitos)?
qual a nossa capacidade individual de participação?
qual o espaço reservado aos fóruns de cidadania?

modernidade, burocracia e pdagogia

um excerto (abre em pdf) excelente para uma outra visão/compreensão dos tempos educativos;
aguarda-se a publicação;

entre o inferno e o céu

ele há coisas ...
quando nos pensam fazer mal e nos corre bem; quando nos querem prejudicar e ficamos melhor, quando nos procuram fazer mal e nos fazem bem...
ele há coisas que mais parece uma volta ao contrário;

quarta-feira, setembro 26

desafios


hoje deverei iniciar um novo desafio educativo, uma oportunidade que, provavelmente, tão depressa não repetirei;
irei, em princípio, iniciar os apoios ao 1º ciclo do ensino básico;
na falta de outro recurso, foi-me solicitada esta colaboração; respondi afirmativamente com todos os receios inerentes a um outro desafio, ao relacionamento e conhecimento de uma realidade que me está algo afastada;
tenho preparado materiais, pesquisado informação que possa ser útil, tentado pensar em desafios para os alunos;
é um desafio, vamos ver como me saio;

à janela


está aqui ao lado uma ligação que se me tornou passagem obrigatória, o diário de um professor catedrático cá da terra, "diário de uma cátedra à janela";
à partida podia - e assim está exposto no editorial - ser mais um apontamento de registo diário, entre a acção pessoal e o pensamento público;
mas, considero que vai além disso e é uma óptima base para percebermos um outro ponto de vista sobre este nosso contexto, a cidade, a região e as políticas educativas;
não tive oportunidade de ser aluno do professor, mas fui aluno da esposa, com quem mantenho uma relação cordial e simpática;
agora é a possibilidade de (re)descobrir outros olhares sobre a coisa educativa, nomeadamente a universidade, e o seu papel no contexto regional - é pena ser dos poucos a assumir, publicamente, esta faceta;
ao contrário de outros não faz uma autocentração exagerada e abusiva; parte dessa centralidade pessoal para pensar (e colaborar no pensamento) regional e educativo;
passagem obrigatória diariamente;

subidas e descidas


neste meu espaço tenho consciência, de entre várias coisas, de duas situações;
por um lado, que sempre que escrevo sobre política lá sobem os acessos e as páginas vistas;
por outro, que escrevo em face dos meus contextos;
já aqui o escrevi por várias vezes, que sou eu e o meu contexto; não me consigo desmarcar, desligar daquilo que me rodeia, do meu mundo ou, como alguns diriam, do meu umbigo;
é esta relação umbilical que determina muito do que escrevo, seja sobre a escola, a política ou a região, os meus mundos;
agora gosto mais de escrever sobre a escola, a minha escola, sobre aquilo que me rodeia e enleia, onde me sinto envolvido e activo;
tudo o resto aparece quase por mero acaso, resultados fortuitos dos dias que passam;
mas sentem-se os seus reflexos nas subidas e descidas do contador;

terça-feira, setembro 25

deixem-nos trabalhar

às páginas tantas sinto-me confrontado entre o desejo de se fazer e de se construir localmente a escola e os desejos do ministério de tudo controlar, emanar, regular, regulamentar;
as orientações do ministério mais não são que considerações que fogem a contextos, que procuram a uniformização estereotipada e desarticulada de uma realidade que há muito é diversa, heterogénea, multiforme;
entre as orientações e as políticas fazem-se sentir contradições e expectativas; contradição porque se definiu uma escola a tempo inteiro, expectativas de não sobrecarregar o aluno, menor de idade, frágil na acção, delicado na consideração;
em que ficamos?

horários

se é certo que existem acertos e construções acordadas, também é certo que existem opções que valorizam o aluno e os interesses da comunidade;
as notícias dão conta dos horários dos professores feitos a pensar nos professores, apontando a excessiva carga horária dos alunos;
será que se esquecem que a carga horária, decorrente de uma estrutura curricular nacional, homogénea e uniforme, é definida pelo ME?
será que se esquecem que existe uma política designada de "escola a tempo inteiro" que mais não é que ocupar todo o tempo do aluno em jornada continua?
será que se esquecem que os números crescem, como a senhora ministra teve oportunidade de referir, e os espaços se mantém?
será que se esquecem que existem políticas de integração escolar, de agrupamentos de escolas, de diversificação de ofertas e que têm de ser integradas no horário do aluno?
talvez sejam esquecimentos a mais para serem apenas casuais, mas é importante dar conta de outras racionalidades inerentes ao trabalho docente e à organização da escola;

segunda-feira, setembro 24

agir ou reagir

eis a questão que se coloca, na generalidade dos casos, aos diferentes partidos políticos, àqueles que assumem processos de liderança e de orientação partidária;
os próximos tempos, que se estenderão, grosso modo, deste Outono à próxima Primavera, irão ser determinantes na (re)configuração de forças, no arregimentar de espingardas, no contar dos parceiros e na identificação dos adversários;
mais que projectos, mais que ideias, mais que propostas serão fundamentais, nos próximos tempos, perceber os modos de organização da acção política que irá conduzir a 2009 e às eleições que aí decorrerão - legislativas e autárquicas;
será este processo, conduzido de forma clara ou por intermédio de insinuações encapotadas, que determinarão muito do sentido de voto e das opções que se apresentarão;
tudo isto para destacar o artigo de hoje de Manuel Maria Carrilho; tal como outros pode estar comprometido politicamente, mas tem uma capacidade de análise e de prospectiva política que poucos se atrevem a considerar, pelo menos publicamente;
e a situação exposta não tem apenas contornos nacionais; é perfeitamente extensível ao contexto regional e local onde o PS se terá de assumir - ou por aquilo que localmente sempre foi ou por aquilo que pública e politicamente é reconhecido;
agir ou reagir, eis a questão;

conhecimento


para quem gosta da escola e de perceber como as coisas se organizam e combinam, deixo, para apreciação, duas ligações que podem ser interessantes;
o know and pol tem a particularidade de cruzar conhecimento e decisão política e de nele me enquadrar no projecto de investigação que procuro desenvolver;
o new modes of governance a particularidade de cruzar instrumentos e formas/modelos de governação;
se o primeiro está directamente relacionado com a educação, o segundo já necessita de contextualização, considerando que tem como fóco as áreas da saúde e da economia;
um e outro têm como contexto a União Europeia, elemento determinante nos arranjos que os sistemas vão tendo, fruto de orientações, umas reguladoras outras mais regulamentadoras da acção pública;

domingo, setembro 23

portefólio


O Miguel pergunta, a propósito da ideia do portefólio como instrumento de avaliação docente, "E quem avalia esse documento? O delegado de grupo (titular ou não)? O PC Executivo? A Inspecção? Quem tem competência e que competência deve ter para avaliar?";

apesar de considerar que santos da casa não fazem milagres, considero que deveria ser o conselho pedagógico a definir a equipa de avaliação, procurando respeitar três vértices essenciais ao sistema, os pares de docentes (da área ou de fora dela, mas pares docentes), a comunidade (por intermédio da associação de pais, dos conselhos municipais de educação ou pela simples e pura participação comunitária) e as estruturas do conhecimento, nomeadamente instituições da formação contínua (centros de formação, universidades, politécnicos);
concordo com o pressuposto que a avaliação dos docentes deverá levar em consideração o projecto educativo de escola, ora será por intermédio deste que se configurarão as competências a avaliar e, acima de tudo, as legitimidades de avaliação;

chamo a atenção para o facto de esta minha reflexão não decorrer de um pensamento profundo sobre a temática; pelo contrário, apenas pretendo apresentar outras alternativas ao modelo instituído (apresentado) pelo ministério, na tentativa de não me ficar pela crítica, procurando contrapor alternativas;

políptico avaliativo

seria, no meu entender, muito mais lógico que se assumisse o políptico discursivo, de práticas e de concepções que se confrontam na escola;
como? por intermédio de uma reflexão crítica que permitisse respeitar especificidades e contextos, lógicas e racionalidades;
reflexão crítica assente, por exemplo, num portefólio do professor, onde pudessem ser perspectivadas as opções, os objectivos, os contextos, os meios e as soluções;
seria de maior dificuldade de uniformização, é verdade, mas respeitar-se-iam contextos, percursos, pensamentos, modelos e concepções que prevalecem nas escolas;

compreender a avaliação


decorrente de algumas arrumações do meu espaço tive oportunidade de reencontrar um livro de meados de 2006 deveras interessante e pertinente para a discussão em torno das questões da avaliação - sejam elas dos professores, dos alunos ou da escola;
num capítulo do livro, L. Lima defende a tese que "toda e qualquer acção de avaliar em contexto escolar baseia-se numa concepção organizacional da escola, implícita ou explícita, que ao instituir um determinado quadro de racionalidades permite definir a natureza dos objectivos e das tecnologias, estabelecer relações entre meios e fins e entre estrutura e agência, legitimar determinados processos de planeamento e de decisão, bem como a inclusão/exclusão de certos actores nesses processos (...)";
ora o que considero que está em causa na proposta apresentada de avaliação do corpo docente, é uma clara mistura entre meios e fins, relegando para plano meramente secundário quem é alvo da avaliação, quantificando situações de duvidosa classificação e olhando a função docente como se "educação contábil" (define a educação que conta em função do carácter contável, mensurável e comparável dos resultados educativos produzidos) se tratasse;

sábado, setembro 22

alfazema


depois de algum do spam, este espaço ficou a carecer de alguma flor de algum melhor cheiro;
deixo a imagem da alfazema do jardim; a oportunidade de iluminar o espaço e torná-lo mais apetitoso e cheiroso;

engulhos

isto de andar a querer investigar, tal como é exigido num processo de doutoramento, e trabalhar tem as suas coisas e os seus engulhos;
ontem tive a oportunidade de me cruzar com duas colegas que, como eu, andam neste processo;
uma equaciona desistir, fruto das assumidas dificuldades de conjugar o processo de investigação com a profissão e a família; outra, ao fim de praticamente dois anos de trabalho e de ter apresentado um projecto que se encontrava claramente estruturado e orientado ter optado por refazer tudo e regressar à estaca zero, ao ponto de partida;
não é fácil a gestão destes processos fora dos meios académicos e do seu enquadramento universitário;
requer organização e concentração, focalização e rigor;
ao contrário das colegas agora sou eu que tenho espaço e tempo, oportunidade e benefícios para me dedicar a este enredo;
lá para finais de 2009 se dirá de sua justiça;

avaliação e uniformidade

ora cá está uma das razões pelas quais a blogosfera é um espaço interessante e pertinente.
a partir de uma entrada de Paulo Guinote, a oportunidade de conhecer as famosas grelhas de avaliação do pessoal docente - espero que em versão de discussão (?);
nada tenho contra a avaliação; pelo contrário, considero que pode ser um instrumento interessante na regulação das práticas educativas na relação da escola com a comunidade;
mas o que nos é apresentado está longe desse figurino e dessa pretensão; o Ministério persiste em trocar e baralhar meios e fins, sejam os da educação e do trabalho docente, sejam os da própria avaliação; a divisão ali apresentada não deixa dúvidas para a mistela que é produzida com a agravante de ali se quererem colocar todas e mais alguma situação, as de Lisboa com as de Barrancos, as de Coimbra com as de Beja, as de Évora com as de Tordosendo, etc; não tem sentido, é quer uniformizar, por via do processo de avaliação, as práticas e os procedimentos educativos e pretender que todos, independentemente dos contextos e das circunstâncias (da escola, dos alunos, das comunidades) procedam do mesmo modo e da mesma maneira;
é tão estúpido quanto considerar que o sistema é igual de uma ponta à outra;

quinta-feira, setembro 20

instrumentos

tenho andado a trabalhar um conceito, o de instrumentos de acção pública, originários da economia e das ciências do ambiente;
o objectivo é transpo-los para a área da educação, mediante a sua recontextualização em termos de caracterização e dimensionalidades;
referenciei recentemente um sítio na net que dá conta de um trabalho, dirigido por um sociólogo francês, que aborda o mesmo conceito mas na área da saúde;
tirei-me de poeiras e vá de lhe enviar um mail para trocar ideias, leituras, referências, oportunidades;
atão não é que já respondeu?
interessante as analogias que se podem perspectivar e a riqueza da partilha de contributos;

de início

o ano lectivo começou com todas as coisas que lhe conferem uma chamada normalidade;
em virtude do projecto a que me dedico, tenho possibilidades de recordar outros inícios, daqueles em que não havia professores (em alguns casos ao longo de todo o ano), em que as manifestações (de professores, alunos, pais/encarregados de educação) aconteciam por todo o lado e a propósito de tudo e de nada;
a escola mudou; permaneceu o atrito entre professores e ministério, numa clara aceitação de relações tensas que se cruzam entre uma estrutura funcionalizada e uma acção que se pretende pedagógica;
este é um início, como todos os outros, de princípio...

quarta-feira, setembro 19

da chuva

na minha primeira posta, já lá vão uns tempos, dizia que pretendia sair do anonimato e entrar na imensa minoria da blogosfera;
desde essa vez, este espaço ganhou dimensões, protagonistas e oportunidades;
desde a simples crónica ao diário ritualista, a blogosfera tornou-se ponto de passagem obrigatório, até para se poderem perspectivar determinadas situações ou acontecimentos (factuais ou não) e uma visibilidade que pode variar entre o fórum participativo e cosmopolita e a simples arruaça insinuadora e mordaz;
cada um faz deste espaço o que quer e o que pretende, o que pode e o que consegue; como retira as ilações que consegue e que quer; mas é um espaço individual que se colectivizou pela participação; por isso nunca retirei os comentários, reconhecedor que quem anda à chuva se pode molhar;
mas não comungo de arruaças e de arruaceiros, como não gosto de brincar ao toca e foge; desde sempre assumi e assumo as minhas ideias e os meus argumentos, sabendo que valem pouco ou nada;
mas não abdico de falar daquilo que gosto, da minha cidade, da minha região da minha profissão, da minha vida;
tenham outros os argumentos para poderem, abertamente, falar; ou têm vergonha de quê?

spam

tenho de reconhecer que tenho um conjunto de comentários que mais se parecem com spam do que com comentários;
irritadiços, reveladores de alguma dor de cotovelo, cheios daquela inveja mesquinha, do feitiozinho recambulesco do bota abaixo, incapazes de discernir entre a opinião e o argumento;
é certo que alguns gostariam que eu desaparecesse, não apenas da blogosfera mas da face da terra, deixasse de incomodar, de irritar quem julga tudo poder e mandar;
continuem-se a irritar, a sentir mesquinhos e pequenininhos pois por aqui irei andar, a largar postas de pescada, como digo, de cabeça, comigo em fundo por tudo e para nada;
talvez se ultrapassarem essa fase freudiana do toque e foge, do anonimato envergonhado possamos trocar ideias e argumentos e chegar à brilhante conclusão que afinal, é muita parra e nenhuma uva;

terça-feira, setembro 18

prós e contras

o de ontem, na rtp1, foi, uma vez mais, sobre a educação, o que muda e o que não muda;
do debate, que considero ter sido dos melhorzitos, algumas ideias soltas:
a educação é um tema que mediaticamente vende, é rentável, dá audiências; não quero exagerar, mas terá sido o terceiro programa este ano sobre a educação, diferentes facetas é verdade, mas sobre a educação; nenhum outro tema consegue suplantar o mediatismo televisivo da educação;
foi um claro sinal de como estão as coisas, entrincheirados em cada um dos lados, ninguém parece mostrar bom senso, agarrar uma das pontas que permita ir até ao lado; mais se parece com um ataque ao castelo onde, não interessa vindo de onde nem quais os seus objectivos, o importante é deitar abaixo, de um lado e do outro, e os lados em educação são muitos;
a escola tem assente a sua estrutura na acção (e funcionalização) dos professores; tem sido excessivo, como tem sido excessivo centrar as políticas educativas no papel dos professores, como pretendem os sindicatos; mas não se pode passar do 88 ao 8; não há política educativa que sirva ou que perdure se for contra os professores, não se pode fazer política educativa sem os professores (de resto como não se pode fazer política de saúde sem os médicos, de justiça sem os advogados, etc) e, aparentemente, a senhora sinistra isolou o que pretensamente considera um dos focos do problema - erradamente direi eu;
sobre o tema, o que muda em educação, uma banalidade, tudo muda para que tudo fique na mesma; as mudanças, ou a sua sensação, é de tudo se alterar de governo para governo, de governante para governante; contudo, na essência, a estrutura (organizacional, funcional, política, social) da educação tem permanecido estável, perdura na longa duração;
um conclusão, pessoal, enquanto as escolas (e os professores) não se conseguirem afirmar enquanto elementos de mudança, de afirmação contextual (localizada dirá um amigo), de organização diferenciada, da assunção de outras lógicas de trabalho, o ministério prevalecerá porque os operários, cedo ou tarde, feliz ou infelizmente, perdem quase sempre;

segunda-feira, setembro 17

primeiro dia

o primeiro dia de aulas é quase uma festa;
é o matar saudades dos amigos, é a recepção um novo espaço, como se de um processo de iniciação se tratasse, é o confrontar com novas e diferentes realidades, são os ruídos diferentes, os ambientes;
é o primeiro dia do resto das nossas vidas;
na minha escola, apesar dos planos tecnológicos, dos choques electrónicos, os professores continuam a disputar os computadores como se de matéria rara se tratasse, e trata efectivamente;
os ambientes na sala de professores são ainda entre o circunstancial e o coloquial, fruto das caras novas, das novidades, das diferenças;
mas os ruídos são os mesmos de sempre, as correrias, as brincadeiras, as descobertas;
são coisas que, apesar das modas e das vicissitudes, não passam de moda e de serem um eterno princípio;

erros

a propósito das diversas referências que são feitas (todas lógicas e correctas) aos meus erros, ortográficos ou gramaticais, deixo dois comentários;
um pessoal, continua-se a olhar a escola e os seus professores de baixo de uma lógica instrumental, isto é, depois de passar pela escola, ou de dela nunca (ou quase) ter saído, os erros são imperdoáveis, censuráveis, limitadores da função e do exercício; mas é com o erro que se aprende, ou não?
uma outra baseada no senso comum, "O único modo de evitar os erros é adquirindo experiência; mas a única maneira de adquirir experiência é cometendo erros", retirada daqui;

domingo, setembro 16

normalidade

amanhã é dia de regresso à normalidade, digo, o regresso da escola para toda a família, impondo regras, definindo horários, ditando dinâmicas e ritmos;
já se sente a falta da escola, ainda que à pergunta se estão preparados respondam "que remédio", sente-se que se anseia pelo regresso;
para ela por ser, para além de um novo ano, um espaço novo, para ele por ser um ano novo;
as apresentações foram q.b., entre as regras de conduta e de orientação pelos comportamentos, aos apelos ao trabalho e ao empenho dos pais para que acompanhem os filhos e os educandos nas suas tarefas domésticas;
para mim é um regresso sempre esperado, para os desafios que se impõe a um espaço e a um modo de se e estar;
vamos a eles que se faz tarde...

fim-de-semana

ao fim-de-semana refugiu-me até de mim mesmo; fujo para o meu cantinho e desligo-me do mundo; apenas pontualmente percebo o que acontece, ou por um zapping intempestivo ou por um click fortuito me permitir aceder a um ou outro jornal;
de resto gosto de fugir daquilo que me rodeia e sentir apenas o silêncio prazenteiro da vida na aldeia;

quinta-feira, setembro 13

actualizações


procedi a algumas alterações (e re-configurações) neste meu cantinho;
dividi os interesses e alguns argumentos;
não vai tudo, ao desbarato, ali para o lado, seja sobre a escola/educação, seja sobre esta minha cidade/região;
ficam apenas aquelas com as quais, por uma ou outra razão, me identifico, me construo e percebo; não significa isto que concorde com todas elas, com as escritas ou as opiniões, mas são formas de entender o que sou, o que faço e o que pretendo nos espaços que percorro;
para qualquer comentário fico à disposição, pois continua aberto ao spam livre :))

normatividade


uma das situações que desde sempre me complicou os nervos é o excesso de normatividade, de directividade da acção pública, particularmente na área da educação; esta situação cerceia oportunidades, constrange soluções, nega alternativas, impõe decisões; resumidamente, empobrece os contextos, sempre ricos em diversidade de situações e alternativas;
é típico de dois contextos, por um lado da centralização, de quem tem a pretensão de tudo poder e mandar; por outro, da dúvida, do receio, da angustia perante a acção do outro;
sempre combati esta situação, sempre me insurgi contra ela; volto a senti-la, na escola, com a força do arrogante de quem tudo pode e quer, e a pretensão de quem tudo sabe e conhece;

"quem nos faz como somos"


«Por um lado são os genes que nos obrigam a fazer certas coisas para eles sobreviverem e se aperfeiçoarem no futuro. Por outro são as culturas, incluindo a linguagem, as religiões, os media e todos esses instrumentos de manipulação que também nos usam para assegurar a sua sobrevivência. E, em terceiro lugar, são as relações entre pessoas, às vezes complexas e paradoxais, mas que nos dão alguma margem de liberdade. Felizmente que as imposições biológicas entram muitas vezes em contradição com a formação cultural, se não seríamos autênticos robots! É neste conflito que não ganhamos a liberdade. A possibilidade de sermos como somos.»
uma muito boa surpresa, encontrada quase por acaso nas estantes de uma livraria da terra;

terça-feira, setembro 11

do arquivo


o trabalho em arquivo tem sido riquíssimo;
apesar da minha primeira baliza cronológica assentar em 1977, fruto da primeira publicação do regime disciplinar do aluno, recuei a 1970, para me poder aperceber das principais alterações pós implantação da democracia;
e aí tenho dado com relatos claramente interessantes, que vão desde greves de alunos, ainda antes de 74, a manifestações culturais de professores, logo após 74, a manifestos sindicais, ou a reivindicações de alunos contra determinados programas disciplinares;
entre uns e outros, a percepção que os problemas disciplinares, relacionados com comportamentos, simplesmente não existem, e não existem porque estes alunos eram, pura e simplesmente, excluídos do sistema, por excesso de faltas, do absentismo; restava aquela franja de normalidade que permitia o desenrolar das aulas de forma "normal";

texturas


gosto da política, gosto da discussão, gosto de trocar ideais, gosto de conversar;
seja com quem for, seja pelo que for;
o DD nada tem a ver comigo mas é um privilégio poder trocar ideias com ele, beber a sua experiência e os seus argumentos; outros, a que pouco me liga, idem aspas;
gosto da conversa, da sua textura, de perceber como as coisas funcionam, como as coisas se ligam e interligam;
gosto de perceber o que está por baixo da primeira capa, das primeiras impressões; sei que somos, muitas vezes, avaliados pelas primeiras impressões, não gosto de me ficar por aí; talvez um problema da minha deformação inicial em História;
reconheço-me, por vezes, lento a perceber as coisas; defeitos pessoais com implicações individuais, é certo, mas não me arrependo, gosto de as sentir, de as ver passar, de as sentir - fruto, talvez, da idade;

caminhos


e trajectos de uma qualquer vida;
entretenho-me a comentar os comentários que tenho merecido, seja por uma boa ou por uma má razão, por gosto ou por simples desgosto;
até hoje nunca me arrependi do que fiz nem de quem tive o privilégio de conhecer; arrependo-me, apenas, daquilo que não fiz, das pessoas que não tive possibilidades de conhecer;
sempre (está aí a primeirissima posta para o comprovar) me assumi e assumo como socialista; desde o final dos anos 80 que tenho dado a cara e o corpo ao manifesto pelo PS, e desde o final dos anos 90 como militante, na qual me reconheço e identifico, como tive o privilégio de assumir determinadas posições por via socialista que, de outro modo, seria manifestamente difícil senão mesmo impossível;
por via disto, não me furto a discutir, com quer que seja e em que circunstâncias forem, o trabalho que desenvolvi, as relações que mantive e que construi; que não agradei a todos? é natural, direi eu, nem JC o conseguiu;
não comento dissabores, invejas ou outros tipos de angústia; a minha consciência está tranquila, durmo descansado, sei do que sou capaz e conheço alguns dos muitos defeitos que possuo, como sou reconhecedor das amizades com que tenho o privilégio de me brindarem;
assumo causas, princípios, ideias e valores; é natural que não agrade a todos, nunca estive preocupado com isso; tenho é pena que não sejam capazes de discutir e trocar ideias, argumentos ou meras opiniões de forma aberta como o faço, está aqui a minha escrita para isso mesmo, com erros, omissões ou dislexias por vezes imperdoáveis, mas presente, de perfil e de frente; não é como os outros que se escudam na indiferença, no toca e foge;
o resto são caminhos, percursos de cada um, talvez sem intersecções, a não ser no infinito;
(imagem da rua 5 de Outubro, Évora);

sábado, setembro 8

arquivo


comcei à séria a trabalhar no arquivo que serve de acervo à minha tese de doutoramento;
entre o pó e o calor que ali se faz sentir, a clara diferença entre escolas; aquelas que não guardam a memória e aquelas outras que preservam o passado como se de futuro se tratasse;
isto é, por exemplo, as actas de conselhos de turma apenas são necessárias durante 5 anos; a maior parte das escolas (pelo menos aquelas que conheço, por esta zona) não guardam o acervo, por falta de espaço, por não ser necessário, por etc;
esta tem a memória guardada; consegui, por enquanto, organizar as actas de conselhos de turmas desde o ano lectivo de 1950/51 a 1984/85;
um repositório excecional para perceber a dimensão diacrónica das políticas educativas;

cantos


este centro histórico da minha cidade tem cantos e recantos de um perfeito encanto;
percorrer as suas artérias, entre ruas e travessas, é descobrir, no olhar, pequenos (grandes) pormenores; daqueles que fazem efectivamente a diferença;
persiste o cuidar das malvas, como se de flores (ou arbustos) próprios se tratasse;
é um cuidar que, aos poucos, desaparece;
um outro apontamento também da rua do Muro;

texturas


não é só no Alentejo que se equilibram diferentes texturas, mas é por estas bandas que ganham uma dimensão cromática e de equilíbrio perfeitamente fora de série, de fazer inveja a muitos entendidos;
no passado, mais do que no presente, as necessidades de conjugar texturas e tons em equilíbrio estáveis;
(imagem: Évora, rua do Muro)

sexta-feira, setembro 7

fim-de-semana

ao longo dos dias que se seguem (fim-de-semana) já tenho um índice de trabalho;
organizar e estruturar o relatório do ano, que terei de entregar até final do mês;
estruturar e arrumar os apontamentos em redor do conceito de instrumentos de acção pública, que gostaria de redigir até final do ano;
entre um e outro, tenho uma transcrição para fazer, que me deverá levar qualquer coisa como entre 4 a 5 horas (foi quase uma hora e meia de conversa);
e depois se verá o que sobra...

quinta-feira, setembro 6

e de frente


mas não é apenas de perfil que me podem julgar;
ao contrário de outros, também de frente, frente às coisas, aos argumentos, às opiniões, às ideias;
estou cá também para isso;

na mesma


a filhota, depois de olhar as fotografias da escola, diz que está na mesma, depois de dois anos (só passaram dois anos, por muito incrível que possa parecer) a escola continua na mesma;
tenho de lhe reconhecer a razão;
há coisas que dificilmente mudam; para quem está no meio do turbilhão até poderá pensar que tudo muda e à velocidade da luz; para quem (re)chega as coisas até não mudaram assim tanto;
será uma questão de perspectiva ou de valorização?

eu mesmo


há quem diga cobras e lagartos da minha pessoa;
como há quem diga outras coisas menos más;
terei perfil para quê?
há quem fale sem saber do que fala; como há quem fale do que não sabe, nem fala do que sabe;
a maravilha da blogosfera é isto mesmo, a possibilidade, quase sem limites de irmos muito para além de nós mesmos;
fica o perfil, para ver se alguém descortina qual será o meu perfil;

quarta-feira, setembro 5

abandono

os números do abandono escolar hoje revelados e os seus diferentes comentários (1, 2, 3) são reveladores de muitas coisas, destaco três, para não ser nem exaustivo, nem extensivo;
1. a escola falha no seu alcance da proficiência educativa e escolar - razões várias podem ser apontadas, mas não se desculpabilize, nem se desresponsabilize a escola num objecto que é (ou devia ser) seu por direito, o direito (de todos) à educação;
2. as políticas educativas andam centradas em questões que, entre o essencial e o determinante, esquecem pequenos pormenores que fazem toda a diferença; desde os anos 90, com Roberto Carneiro, que se criou um gabinete denominado Educação para Todos (PEPT2000) que nem de perto nem de longe alcançou os seus objectivos, tudo o que lhe tem seguido, tem ficado pelas boas intenções, das quais os inferno está cheio;
3. a leitura mais preocupante destes números é o destaque das fragilidades da nossa democracia, em tempos de crise, as famílias não se coíbem de recorrer aos mais novos para que possam apoiar o sustento da casa; esta é mais preocupante e reveladora das profundas assimetrias que ainda persistem no nosso país;

interesses

afinal não é apenas na juventude que os Alentejanos (alguns alentejanos) se deixam ultrapassar por outros;
também na novel comissão executiva do CREN regional, os interesses alentejanos irão ser representados pelo autarca de rio Maior;
o Alentejo alarga-se; os alentejanos estreitam as suas visões;
interesses? quais? de quem? por quê? para quê?

da amizade

em apoios póstumos, valem-me as amizades;
apesar dos feitios e dos modos, as companhias substituem, e bem, os comentários;
as reuniões de trabalho são trocadas por almoços onde se esmiúçam sentidos e sentimentos;
apesar de tudo, resta-nos o que fica, a amizade e a camaradagem de uns quantos que não estão preocupados com modos ou feitios, apesar das significativas diferenças;
é a amizade que nos vale;
de resto, o QUE É TEMOS DE FAZER?

terça-feira, setembro 4

centralidade

uma das coisas em que reparei neste regresso foi uma questão de centralidade numa das salas de aula em que reuni;
o antigo centro ocupado por J. Cristo, a encimar o quadro negro (que esta escola nunca teve, mas que marcou presença assídua em muitas salas) é agora ocupado por um relógio;
é agora o tempo o omnisciente e omnipresente ser que tudo controla e comanda, que orienta e condiciona os seres humanos;
o tempo, essa coisa nefasta de que todos se queixam, particularmente pela ausência e perenidade;
será que também está nas restantes salas? será apenas naquela? se sim, porquê?

de regresso

e foi hoje o primeiro dia do resto da minha vida;
o eterno retorno (gostei desta, que saiu quase sem querer) a um lugar onde me sinto bem acolhido e recebido, onde, apesar do meu feitio, sou considerado pelo menos como um entre iguais;
como era de esperar fico em apoio administrativo, sem horário lectivo;
vamos lá a ver se a escola consegue lidar com uma situação destas e não está apenas preparada para professores regentes;
é o regresso...

a volta à coisa

Luís Maneta pergunta, na sequência de uma entrevista minha, como é possível dar a volta à inexistência de lideres na região Alentejo;
em primeiro lugar é excepcionalmente difícil eles aparecerem fora das estruturas político-partidárias;
segundo é fundamental que estas estruturas estejam interessadas na sua assunção, e não no derrube dos nomes que, por uma ou outra razão, sobressaem no panorama regional;
terceiro é essencial que esse elemento não seja gelatinoso, que goste de estar bem com Deus e com o Diabo, que diga sim porque é para agradar, que saiba defender a sua opinião e as posições regionais, que saiba construir pontes e use o bom senso (saber de experiência feito, como diria Camões) para definir consensos;
quarto, que saiba afirmar a região a partir de um pólo regional e não de atomismos locais, que saiba ultrapassar a sua dimensão local e afirmar-se, pela capacidade de argumentação e diálogo, no contexto regional; que não seja um sim senhor ministro só porque perspectiva o curto prazo, mas saiba agir de acordo com interesses de longo (ou pelo menos médio) prazo;
quinto, todos os restantes que sejamos capazes de inventariar e que possam ir ao encontro dos interesses colectivos regionais e não na afirmação de interesses particulares ou individuais;
fácil não é?

palavras de ordem


ontem tive oportunidade de ir apreciar e desfrutar P. Abrunhosa, na Feira da Luz, Montemor-o-Novo;
simplesmente um espectáculo, pela viagem que faz pela música desde os anos 60 ao presente, ecléctico, flexível, versátil, melómano;
é, no meu entender, um dos maiores cantores de intervenção pós a corrente dos anos 70 (composta por Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Fausto, Zé Mário Branco, Fanha, etc, etc); constróe a canção não como uma arma, mas como um modo de intervenção;
achei belíssimo o concerto, quer pela dinâmica, pela história, pela organização e pelo profissionalismo;
como gostei das novas palavras de ordem, a fazer lembrar Sex Pistols:
o que é preciso fazer?
TALVEZ FODER, TALVEZ FODER.

segunda-feira, setembro 3

reprogramação

entretenho-me a reprogramar o trabalho em redor a minha tese;
agora, enquanto não conheço ainda as novas dinâmicas e solicitações, procuro recuperar algum do tempo que não tive para um projecto que gostaria de concluir em 2009;
há muita coisa que ficou em stand by, como houve outra que correu mais lentamente que o expectável e que o desejável; é tempo de recuperar algum do tempo, dos afazeres que ficaram preteridos;
como é oportunidade de poder "comparar" situações e retirar, do meu regresso à minha escola, oportunidades de trabalho e de conhecimento; será que os contextos influenciam os instrumentos? que diferenças podem ser identificadas em face das recriações dadas aos instrumentos normativos em face dos contextos?
é tempo de ter tempo...

avaliação interna


estou entretido com um relatório final de avaliação interna na qual tive o privilégio de ter participado como amigo crítico, assim designado o elemento que se entretinha a comentar os procedimentos e as conversas havidas em redor do processo;
agora que chegou (quase) ao final, há diferentes ilações que se podem retirar, quer enquanto amigo crítico, quer enquanto profissional da educação;
enquanto elemento crítico, o envolvimento de todo um conjunto de actores foi preponderante para se ultrapassar a ideia escolocentrica que ainda predomina em muitos lados, mas não se consegue ultrapassar uma predominância professorocentrica, isto é, os docente dominam não apenas a técnica, mas o próprio envolvimento social do processo;
enquanto profissional da educação ressaltam os procedimentos soltos, o pouco e frágil rigor com que muitos dos processos se fazem, dando azo a que, por um lado, fiquemos sujeitos à crítica da inspecção e, por outro, se perca muito do rigor passível de um tratamento científico assente nos acervos documentais de uma qualquer escola;
entre uma e outra posição, uma questão, o que fazer com este relatório de avaliação interna? qual o resultado que daí pode advir em termos de organização da escola, dos procedimentos, do envolvimento de actores e parceiros?
o tempo o dirá...

da festa



a festa, provavelmente como qualquer outra festa, foi rija e vistosa;
ficam apenas dois apontamentos, dos muitos que se roubaram na noite de sábado para domingo, quando o fogo de artifício rasgou o céu e estalou lá em cima, iluminando a noite e alegrando (se tal era necessário) os espíritos;

sábado, setembro 1

festas



e a festa decorre, entre ruas enfeitadas, música tradicional, garraiadas entre o dia e a noite, muita febra e franganito na brasa e muita, muita, muita cerveja;
é tempo de passear pelas ruas com a melhor vestimenta, beber-se cerveja e falar-se alto, rever amigos e amizades, dar tiros na saudade e contar as novenas à Senhora da Consolação.
as ruas, por enquanto, ainda estão carentes de gente, logo mais à noite estarão, certamente, apinhadas, preenchidas;
é uma festa...

bitaites


referencio aqui ao lado, um colega de há muito, muito tempo;
coisas da escola nos uniram e nunca mais nos separaram, apesar do seu tom excessivamente verde, mas pronto, ninguém é perfeito;
acresce uma visão entre o pragmático e o circunstancial numa lógica que gosta de cruzar o desporto com a cidade e com a escola;
são bitaites interessantes com uma designação ainda mais interessante mais vale ter mau hálito que não ter hálito nenhum; exactamente...