terça-feira, julho 31

nada disso

a última que devia ter sido a primeira;
não, não fui de férias, apenas uma pausa pedagógica para disfrutar do calor alentejano;
é doidice, eu sei, mas nem todos os fins-de-semana podem ser apreciados acima dos 40 (de)graus;
é obra que se precisa de apreciar e não me apeteceu escrever, estava quente demais, os miolos ferviam e as ideias esturricavam;
para continuar, até ao próximo momento;

aos deuses


ou quem as suas vezes fizer...
o mês de Agosto será uma mês de definições, arranjos e algumas conclusões, pelo menos cá por casa;
uma das alineas está ultrapassada, referente ao professor titular;
agora e até final de Agosto aguardam-se decisões quanto ao facto de continuar, ou não, onde tenho estado, no IPJ;
sem expectativas nem falsas modéstias, mas com curiosidade para que possa organizar o espaço e o tempo da minha cabecinha, em primeiro lugar, mas também da família;
para quem anda nestas coisas da política sempre defendi (com grande pena minha) que a lógica subjacente é a lógica da batata, isto é, roda por onde calha e não por onde pensamos que é mais lógico, correcto ou adequado;
não me queixo das regras de um jogo onde, por razões várias, corro há muito; mas é certo que procuro, na medida das minhas incapacidades, mostrar que deve haver alguma lógica nestas coisas e distantes da batata;
tenho, atrás de mim, resultados, objectivos, números que falam pelo trabalho desenvolvido; mas também tenho a fama (que sempre me antecedeu) de um mau feitio complicativo (por que gosto de discutir as ideias), de uma arrogância aborrecida (por dizer e mostrar que tenho opinião), de um pretensiosismo a toda a prova (por considerar que se há desconcentração que não seja apenas funcional, aceito também responsabilidades);
há já algum tempo que aprendi a lidar com estas ideias; mas, resta-me a consciência e dessa eu não abdico, e que assenta no facto de onde regresso ser bem recebido e tratado;
pode ser que aconteça o mesmo desta vez;
depende do que Deus quiser, ou de quem as suas vezes fizer...

não sou...

professor titular;
entre esperanças (mais pela formação pós-graduada) e a consciência do meu afastamento da escola e das exigências administrativas que eram colocadas em concurso, os resultados determinaram que fico a aguardar por próximas oportunidades;
a ver vamos sobre aquilo que o futuro nos poderá reservar e o papel que nessa construção eu possa ter;

sexta-feira, julho 27

calor


hoje esteve um dia de Verão quase que alentejano;
para o comum dos alentejanos, aqueles que sempre usufruiram e sentiram o calor, o Verão é quente, mesmo muito quente;
aquilo que temos sentido mais não é que um pequeno bafo de um pronunciado Verão;
o mês de Julho costuma ser o mais quente no Alentejo, com temperaturas que rondarão, pelos menos durante o período de uma semana, sempre acima dos 40;
este ano tem sido claramente diferente, raros foram os dias em que estivemos acima dos 30;
hoje (e parece que amanhã) finalmente o Verão diz de sua justiça, e perspectivam-se temperaturas na casa dos 38/39 graus;
faltam as noites, que têm estado demasiadamente frescas e ventosas, para sentirmos que estamos no Verão;
resultado, não há cerveja que se aguente, não há vontade que se contenha;
vamos a isso que se faz tarde;

emersão


hoje foi dia de submergir num rio de águas profundas;
isto é, foi dia de visita ao fluviário de Mora; um espaço que recria as condições de vida dos rios, nomeadamente as relativas à sua fauna;
um espaço agradável que dá para aprender coisas e conhecer um mundo que, pelo menos para a minha pessoa, é desconhecido;
desde a achigã, ao barbo, passando pelos peixes mais habitualmente alvo de pescadores lá os podemos ver em habitat natural, para além daqueles outros que, por serem de rios mais exóticos (América do Sul, África ou Ásia) nos são mais desconhecidos;
uma visita rápida mas enriquecedora;
merece uma visita daqueles que estão mais longe do Alentejo mas que gostam dos rios;

quinta-feira, julho 26

sem nome


finalmente tive oportunidade de conhecer o projecto ainda sem nome, proposto pela Sofia e pela Sónia;
tenho de lhe reconhecer a pertinência e a particularidade urbana de se olhar para a mesma coisa sob diferentes perspectivas - até podem não ser ângulos diferentes;
provavelmente uma estória urbana de sentimentos arreigados na cultura e na memória de quem vive a cidade e a gosta de captar;
com a particularidade de serem duas mulheres - e, entre géneros, há sempre um olhar diferente, há sempre valorizações diferentes, há sempre outros sentimentos que se sobrepoem, e estas narrativas, a própria história, tem tido demasiados homens a contá-la;
um espaço por onde passarei com assiduidade para conseguir perceber olhares e estórias que podem fazer a história;

turismo ao pé de casa

por se ter optado por férias em casa, ontem fomos turistas ao pé de casa;
saímos ao final da tarde, demos um passeio pela cidade, vimos montras e turistas estrangeiros, jantámos numa esplanada, fomos comer a sobremessa de Verão a um outro lado e regressámos era já noite dentro; cansados, mas resfastelados por termos desfrutado do prazer de olhar a nossa terra como se de turistas nos tratassemos;

coisas...


ele há coisas em que se não são contradições serão, pelo menos, persistências recalcadas a vir ao de cima;
em função dos tempos que correm na escola foi publicada uma portaria (nº. 15847 de 2007), com a chancela da senhora ministra, que condiciona a recolha de informação nas escolas, por diferentes meios ou em face de diferentes objectivos;
com o pretexto de credibilizar as metodologias de recolha da informação, de se não saturar docentes, alunos e serviços na duplicação da recolha da informação a partir de agora qualquer pedido de informação às escolas tem de ser previamente autorizado pela DGIDC;
daqui a pouco regressa-se aos tempos em que para se passar pelo wc é necessária autorização superior;
não percebo onde, nos discuros políticos e nas orientações ministeriais, se posicionará a propalada autonomia das escolas e dos professores; não terão estes capacidade de análise (crítica e metodológica) para aferir das respostas e de se organizarem para facultarem estes elementos?
onde se posicionarão aqueles que, desenvolvendo um trabalho de investigação nas escolas, necessitem de recolher informações, elementos quantitativos sobre o seu próprio cenário de investigação;
será que, neste último caso, depois de um questionário ser validado por um orientador (pretensamente doutorado e habilitado no seu ofício e reconhecido pelo ministério) essa comissão virá dizer que o questionário não está adequado, não é metodologicamente correcto?
se isto não é uma contradição, entre discursos e práticas legislativas, não sei o que seja;

segunda-feira, julho 23

choque educativo


Apesar da falta de vontade, não consigo deixar de escrever sobre um pequeno (mas que se pode tornar grande) evento hoje lançado, o choque tecnológico educativo;
não tenho dúvidas, face às notícias, que duas situações, entre o oposto e o contraditório, irão surgir;
por um lado, a inevitabilidade do existente, entre o reconhecimento do que já (muito) se faz nas escolas, em matéria tecnológica, e a clarissima necessidade de dotar as escolas (particularmente ao nível de conteúdos e de relação com a sua comunidade) de outros instrumentos que permitam uma maior inter-relação e uma maior partilha de informação; tenho dúvidas que existam muitas vozes críticas neste sector, para além do mais, uma boa parte das medidas anunciadas já se encontram contempladas em muitas escolas (escolas digitais, cartão do aluno, video-vigilância, etc);
agora há um outro lado que, com menos dúvidas, perspectivo comentários e críticas; nomeadamente ao nível dos professores, qual o envolvimento, as contrapartidas, os trabalhos necessários para a produção de conteúdos, a a sua gestão, actualização e manutenção, a articulação com as funções pedagógicas e docentes, os contributos para o acesso a professor titular, entre outras irão marcar um conjunto de ideias;
entre umas e outras apenas uma pequena (que considero grande) referência, na apresentação desta iniciativa e do pacote financeiro que o acompanha, poucas foram as referências aos professores, ao papel de charneira que estes profissionais terão (e deverão) de assumir neste processo;
isto é, olha-se a escola do lado pacífico (eventualmente mais populista, mas também mais asséptico) e não se aproveita a oportunidade para se lançar a escada aos profissionais que constroem a escola e promovem os seus conteúdos;
corre-se o sério risco de, daqui a uns tempos, termos escolas a navegar a 28kbps enquanto outras aproveitam os 24Mb; termos umas escolas com páginas passivas e estáticas, enquanto outras disponibilizam e-learning;
alguém anda esquecido que as escolas são feitas também com e pelos professores;
são estas pequenas (ou grandes) oportunidades que se esvanecem para corrigir tiros e danos colaterais;

na me apetece


hoje estou em dia em que não me apetece escrever;
não é por falta de ideias, é mais por manifesta ausência de vontade;
há dias assim...

domingo, julho 22

sossego II


mas não é apenas por aí, pelas ruas e vielas, que se fazem sentir as férias;
também aqui por casa se nota o período estival, de descanso e de troca de ritmos;
ao contrário do que me era habitual há uns anitos atrás, agora dá-me para acordar (relativamente) cedo; ao contrário os filhotes habituam-se a disfrutar das manhãs de sono;
por mim, aproveito o momento de silêncio, de quase que total ausência de ruídos para pensar o que ando a fazer, ler um pouco e tentar rabiscar algumas ideias;
mas é uma sensação estranha, esta de estar em casa com a família toda e se fazer sentir o silêncio de quem dorme e descança;

sossego


o sossego até na net, nas mensagens de correio electrónico se faz sentir;
as férias, a ligeireza dos horários, faz com que, quem tenha optado por ficar, se aperceba da pouca gente nas ruas, da quantidade de caras diferentes que encontramos, do acalmar de ritmos e hábitos;
por quase todo o lado somos confrontados com as imagens de férias, práia, sol e sombreros;
não sei se é para que sintamos o espírito das férias se apenas para implicarmos com quem opta por ficar;
mas que é um sossego, lá isso é...

sábado, julho 21

a vida no campo


viver no campo e na aldeia, como é o meu caso, pode ser encarado como um privilégio e sinónimo da qualidade de vida;
o sossego, a paz e a tranquilidade bucólica dos campos, a paisagem que se estende pelo horizonte, apenas entrecortadas pelas árvores, é assumidamente, um privilégio;
mas, tecnologicamente é um autêntico desatino; quer no acesso à net, que é quase sempre complicado, deficitário e lento, quer mesmo em coisas ainda mais básicas como seja a estabilidade eléctrica, sempre soluçante por estes lados;
tenho consciência que é difícil conciliar o melhor dos dois mundos, mas não é de admitir que no início de um novo século, quase duzentos anos depois da invenção da electricidade, os pequenos aglomerados estejam dependentes de sobrecargas ou de redes desajustadas que fazem com que, num normal dia de semana, a luz caia pelo menos duas vezes, provocando todo o transtorno da sua excessiva dependência.
é a vida no campo...

sexta-feira, julho 20

devagar

em férias, entre uns registos e outros, entre observações de quem passa e o disfrute do que (não) se faz, procuro regressar ao meu projecto de investigação, ainda por cima quando se aproximam prazos para cumprir;
é uma escrita vagarosa, entrecurtada entre dúvidas e a necessidade de regresso ao campo de investigação;
no campo de investigação dou com um período quase que branco de ausência de instrumentos de políticas educativas, nomeadamente entre a implantação da democracia e o período que coincide com a aprovação da Lei de Bases da educação;
apesar de, ao longo de todo este período, terem vigorado duas grandes preocupações, primeiro a consolidação do regime democrático, posteriormente a integração na então europa comunitária, os primeiros instrumentos de intervenção do Estado no sistema educativo que vão para além da legislação ocorrem apenas já em finais dos anos 80 (com Roberto Carneiro e todo um conjunto de recomendações oriundas da então Comissão de Reforma do Sistema Educativo) e, muito particularmente, com a governação de Marçal Grilo;
esta situação leva-me a considerar outras questões, nomeadamente, que instrumentos eram concebidos localmente pelos professores, pelas escolas na e para a regulação dos comportamentos educativos e escolares? que procedimentos eram adoptados ou adaptados pelos intervenientes visando a conformidade social e pedagógica ou, apenas e simplesmente, o exercício da docência?
apesar de lentamente, há que regressar a um pensamento crítico sobre a escola.

tardia


uma das coisas que gosto de fazer é observar as pessoas, quem por mim passa;
se fosse mais descarado gostava de as captar em imagens, mas tenho sempre algum prurido e máquinas que não permitem grandes alcances;
uma das coisas que, face a essa observação, tenho reparado é no disfrute de algumas adolescências tardias; isto é, pais e mães com jovens filhos na adolescência em que uns rivalizam com os outros, seja no modo de vestir e estar, seja na utilização de adereços, seja inclusivamente em alguns trejeitos da fala ou modismos, direi eu, desajustados;
não é necessário ir aos grandes centros, mesmo pelo interior, notam-se mães que, na casa dos 30 ou mesmo nos quarenta e poucos, fazem pircings umbilicais, tatuagens ou utilizam adereços próprios da juventude;
pergunto-me muita das vezes se é uma adolescência tardia por que não vivida na altura certa se é apenas uma tentativa de acompanhar os filhos e não se acentuar o fosso etário ou que razões existirão para esta vivência que, digo eu, peca por tardia e desajustada;
serão, como diz a minha filha, apenas modernices?

história do futuro


como curioso pela História, esta entrada de um conterrâneo, amigo e companheiro, levou-me a considerar algumas ideias sobre o papel desta disciplina em termos futuros;
em face da panóplia de fontes de registo como se traduzirá a História no futuro?
em face da existência de tantas fontes de registo, como a tv, máquinas digitais, blogues, qual será a ideia que iremos deixar aos nossos bisnetos ou trisnetos ou qual a ideia que eles criarão de nós mesmos?
hoje, para uma pessoa como eu, oriundo da classe média urbana em que os pais migraram para a cidade e eram filhos de poucas posses, não tenho grandes registos dos meus antepassados; possuo alguns apontamentos meus, particularmente imagens da minha infância e adolescência, mas dos meus pais menos ainda e os que existem eram eles já bem granditos; dos meus avós ainda menos, apenas uma imagem pretensamente do meu avô materno fardado nem se sabe por que ou para quê e mais nada, rigorosamente mais nada;
agora para o futuro já se pode contar com um acervo significativo, que se afirma com os avós dos meus filhos, se alarga pelos seus pais e que inclui toda uma gama de registos dos filhos; será parte deste acervo que transitará para aqueles que serão (em princípio) os meus netos e que, a partir deles, construirão imagens, ideias que vão para além do dito, da construção oral;
como será a história do futuro?

quinta-feira, julho 19

evolução


na tecnologia há uma evolução "quase" que natural;
já fiz o up grade do pc de secretária e, agora, resolvi começar a comprar material periférico sem fios;
uma coisa de cada vez, de modo a não se estranhar muito;

metediço


só para "chatear" quem não conheço mas muito admiro, entretenho-me a ouvir, em alto e bom som, the smashing pumpkins, uma colectânea de sons admiráveis;
é verdade que de quando em quando entrecortados com pedidos de ajuda, pois estar a família em casa causa sempre alguns soluços, mesmo às coisas boas;

terça-feira, julho 17

confusão


inevitavelmente depois das eleições intercalares da capital está instalada a confusão;
a única coisa que gostaria era a de reconhecer a capacidade do PS de se pensar e mobilizar para um outro ciclo;
a de, face à situação geral, o PS conseguir apresentar outras propostas mobilizadoras da sociedade e das pessoas, seja ele capaz de contrariar os ditos da oposição, qual frases feitas para matraquear ouvido duro e afirmar-se como coerência e consistência de governo e de governação;
saiba este PS encontrar o fio à meada que une diálogo, participação e cidadania, com rigor e sentido de governação e juntar as pontas, isto é, governo e bases, estado central e poder local;
era uma óptima oportunidade, a ver vamos no que dá... ou no que as (algumas) pessoas querem que dê;

estupido


fumei durante quase 20 anos; há quase cinco anos atrás, faria em Agosto, deixei de fumar, de um momento para o outro;
desde o início deste ano que tenho andado com uma recaída monumental e o fatídico regresso ao tabaco, um cigarrito aqui, outro ali e pimba foi num ápice em que retornei à compra regular;
dou a desculpa que as confusões são muitas, os apertos exigentes e o espírito fraco, circunstâncias que, conjugadas, conduzem ao regresso ao vício;
todos se manifestam contra, e bem;
agora opto por regressar à ansiedade, à irritabilidade e tentar, outra vez, quebrar o hábito;
desde Domingo que não lhe toco; ainda sem comentários, nem adizeres a quem quer que seja; a ver vamos se me aguento ou se efectivamente se confirma a idiotice e a estupidez humana (pelo menos a minha);

perdas


se há coisas que me irritam solenemente é perder canetas ou esferográficas;
desde pequeno, eventualmente decorrente do meu pai desde sempre ter trabalhado em papelarias e eu ter um acesso privilegiado às canetas, que gosto de canetas e de esferográficas;
gosto do cheiro da tinta, gosto de as diferenciar pela sensibilidade com que deslizam na folha de papel, pela rugosidade da textura da escrita;
desde pequeno possuo boas canetas e gosto de as usar; raramente perdi uma - talvez uma vez;
agora há já vários dias que dou pela falta da minha rotring, esta mesma que ilustra o post; uma três em um, duas cores e lapiseira, pesada, para se fazer sentir na mão, ligeira na escrita; irrita-me a sensação de a ter perdido, mas o certo é que há já vários dias que não dou com ela;

domingo, julho 15

festa

ontem foi noite de festas populares numa aldeia aqui próximo;
fomos ver como era e aproveitar para conhecer outras dinâmicas (festivas) locais;
nunca fui um rapaz de festas populares, eventualmente por ter nascido na R. de Aviz e ali não existirem festas;
só já crescidito comecei a gostar das festas, de ver as gentes, os sorrisos, as alegrias, os copos em excesso, os reencontros, o matar saudades de quem não se vê há muito, as vestimentas festivas, os olhares cumplices de quem se passeia pelo indiferente;
uma festa comunitária onde metade da aldeia pertence à comissão de festas (os festeiros) e a outra metade se diverte entre copos e grelhados, tudo animado por um bailarico onde a música desafinava mais do que acertava e a banda teimava em pedir as palmas que não apareciam;
mas são estas pequenas coisas que me fazem sentir gente...

magna


a reunião magna correu melhor do que o perspectivado; as ausências foram marcantes e com elas algum do silêncio;
intervenções interessantes, que procuram equilíbrios entre visões mais péssimistas e outras mais optimistas, como umas mais centradas no umbigo dos interesses nacionais e outras que não se conseguem (e alguns não querem) desmarcar do seu posicionamento mais local, mais localizado;
disse de minha justiça, numa defesa da intervenção social dos actores regionais, da descentralização e da construção da social-democracia;
mas os silêncios, os não ditos foram tanto ou mais importantes do que tudo o que foi dito;
é uma arrumação de ideias e de interesses; para que lado irão pender e onde se irão sustentar isso é o que veremos no futuro... e não falta muito para o futuro

devagar


em férias, uma das coisas das quais me desligo é do tempo;
não tenho tempo, não olho ao tempo, não me preocupo com quanto tempo posso ou devo fazer isto ou aquilo;
o tempo flui, desliza como grãos de areias por entre os meus dedos, sem qualquer preocupação nem constrangimento;
é um dos privilégios das férias não me preocupar com o tempo;

sexta-feira, julho 13

reunião

hoje há reunião magna cá pela terra, desconcentrada como se gosta, para se debater o quê?
curioso quanto aos silêncios que se irão fazer sentir, às omissões que não serão ditas;
curioso quanto aos assentos e arranjos;
curioso, apenas...

fim do princípio


termina hoje a campanha para as intercalares de Lisboa, para aquilo que há muito defendo como sendo uma verdadeira sondagem ao governo e aos partidos da oposição;
duas notas sobre uma coisa que, goste-se ou não queira-se ou não, a todos diz respeito;
1. fica marcada pelas coligações de cidadãos, pelo retorno à rua e às conversas da política de todos os dias; esta poderá ser uma marca que perdurará para próximos actos eleitorais (pelo menos autárquicos) e que, face ao peso que possam vir a adquirir poderão ser (ou tornar-se) num fiel da balança democrática; saibam ou possam os independentes ultrapassar os maniqueismos partidários e criar novas formas de relacionamento com o cidadão, exigir e saber salvaguardar outras regras da governação democrática; para já é ponto de vantagem neste processo;
2. os resultados eleitorais irão dizer como se processarão os próximos tempos e perspectivar qual será a arrumação de forças, vontades e oportunidades; como sondagem que não deixa de ser é um teste ao governo e aos partidos da oposição, nomeadamente em como eles descortinam argumentos e soluções e se perspectivam alterações;
um à parte, urge alterar determinadas estratégias, muito egocentradas, muito delimitadas a um ou a outro protagonista e criarem-se oportunidades de diálogo, não de adiamento, mas de esclarecimento, de explicação;
curioso quanto aos próximos tempos, sabendo que marcados pela sealy season irão dar azo a que as sombras sejam de reunião e de confrontos;

preocupação


apesar de parado e em férias, há uma preocupação que me ocorre, a do meu projecto de investigação;
tenho de reconhecer a fraca, baixa, pouca produtividade que, nos últimos tempos, me tem caracterizado;
sou de rompantes, de momentos e de sorvos; ora lhe dou de vento em poupa ora estagno, qual expectante de rasgo de iluminura brilhante que me indique um caminho e uma possibilidade;
mas hoje acordei com esta na cabeça;

quinta-feira, julho 12

finalmente


finalmente o tão aguardado e esperado dia chegou;
risquei os dias que passavam no calendário, contei os que faltava,, fiz de tudo um pouco para chegar aqui e, simplesmente, parar;
finalmente a pausa pedagógica das férias;
estou de férias;

quarta-feira, julho 11

rotas


um pouco por todo o Alentejo há duas rotas, percursos e caminhos, que foram um quase sucesso;
as rotas do vinho e dos sabores, permitem descobrir adegas e degostar os sabores com quem conhece, como permitem descobrir recantos algo inesperados da gastronomia tradicional;
se estas foram um sucesso, por que não criar uma rota dos saberes alentejanos, que cruzem o cante com o artesanato, a música com o foclore, as tradições com a cultura, o passado com o futuro?

sagrado


uma das características da religiosidade na região Alentejo é a de cruzar o sagrado com o profano, num claro aproveitamento das manifestações da fé;
esta imagem é disso reflexo, um adro de igreja que convive (e bem) com o coreto;
sítios do Alentejo, Montoito, concelho de Redondo;

sombra


no Alentejo, as sombras adquirem uma dimensão quase que hierárquica, na disputa pelos melhores lugares;
são espaços reservados a apenas alguns, pela intensidade do calor e pelas vistas que consegue alcançar;
este é um espaço novo e diferente do tradicional, que faz com que permaneça entre o desocupado e o centralizado;

segunda-feira, julho 9

Luz



imagens de uma aldeia historicamente recente, Aldeia da Luz, concelho de Mourão;
célebre porque a antiga ficou submersa pela barragem de Alqueva;
apesar de respeitar a traça apresenta linhas acentuadamente divergentes, criando uma outra tradição;

domingo, julho 8

diário


quando era novo (mais novo) tive um diário onde escrevia sobre aquilo que pensava e sentia; era uma forma de exorcizar sentimentos e pensamentos;
mais tarde, quando comecei a trabalhar, optei por cadernos de apontamentos; os primeiros eram grandes, andavam na pasta que gostava de passear; serviam para registar os pequenos acontecimentos, reuniões, afazeres, etc;
rapidamente evoluiram para aquilo que sempre designaram como livro de merceeiro, um pequeno bloco de apontamentos, capa dura, a emitar o livro de actas ou do merceeiro de antigamente;
logo no início de 2000 descobri os Moleskines e nunca mais os abandonei;
gosto de registar pequenos apontamentos, pequenas ideias, entre sentimentos e ideias soltas há de quase tudo, uns mais introspectivos, outros mais sentimentalóides, outros apenas pequenas referências para mais tarde me situar, face aos dias e aos acontecimentos, como face a mim mesmo;
há precisamente 4 anos atrás, neste mesmo dia, 8 de Julho, liguei-me à blogosfera;
terá sido, eventualmente, uma extensão de mim mesmo, da minha escrita, dos meus pensamentos;
agora cresço não apenas em mim, mas com os outros, nos outros; deixei uma escrita isolada e estritamente individual, para partilhar ideias e descobrir outras formas de nos pensarmos;
descobri amigos, fiz amizades, criaram-se cumplicidades, umas na blogosfera (o Miguel, a Sofia) outras que vão para além disso mesmo (o António, o DD, o Joanete Esquerdo, o Mário e a Patrícia, alguns anónimos), que sei que por aqui passam, ideias diferentes, ideias divergentes mas que, entre todos e com todos há pequenos sentimentos comuns, partilhados, feitos de cumplicidades e de algumas amizades;
é uma auto-satisfação, reconheço, chegar a este dia e comemorá-lo como se de aniversário próprio se tratasse, mas é, acima de tudo, o reconhecimento que por aqui continuo e me sinto, como é o agradecimento àqueles que, como costumo dizer, têm pachorra de me ler;
a escrita cresceu como eu e comigo; muita das vezes desconheço se a minha escrita sou eu ou se sou apenas a minha escrita; sei é que não consigo passar sem este espaço, nem esta forma de me pensar, mesmo quando não penso em nada...
é um diário, de ideias seleccionadas, de pensamentos partilhados, de opiniões divididas, mas é um diário...

sábado, julho 7

das maravilhas


ganharam, como se perspectivava (?), aqueles que têm mais gente e consequentemente mais votos;
todas as que ganharam são merecedoras desse destaque; contudo, por que é meu e a ele estou habituado o templo romano, dito de Diana, é para mim uma das maravilhas deste país;

dia global


hoje é um dia global;
entre as maravilhas do mundo e o sos terra, os instrumentos são os da globalização para combater a globalização ou, apenas e simplesmente, para alertar globalmente para os problemas da globalização;
há muito que é perceptível que os recursos naturais são imensamente escassos para fazer face ao crescimento da população e da própria qualidade de vida da população;
até ao final do século XIX existiam dois factores "naturais" de repor este equilíbrio, as guerras (alargavam espaços territoriais, para além de reduzirem população) e as epidemias;
hoje as guerras são circunscritas a espaços e as epidemias controladas;
o único factor agora de equilíbrio somos nós mesmos, a nossa consciência face às limitações de um espaço que é finito;
e nunca é demais chamar a atenção para esse facto que, de tão evidente, nos esquecemos;

cartas


há muito que não escrevo uma carta, daquelas em papel, com caneta ou esferográfica e a coloque no correio destinada a alguém;
para além de, na generalidade, quando escrevo optar pelo pc há muito que não escrevo com destinatário próprio;
estas tecnologias substituiram, em muito, essa coisa bonita de escrever cartas à mão e ficar à espera de uma resposta, quando vinha;
agora, os e-mail, o sms ou mesmo o blogue substitui o abraço encarecido e algo ternurento da carta;
outros tempos, outros modos;

sexta-feira, julho 6

andanças

esta semana tenho andado a passear (é como quem diz) pelo Alentejo, particularmente pelo distrito de Évora;
aproveito o calor para cirandear e conhecer gentes, ideias, projectos, dinâmicas e vontades;
duas ideias se destacam;
por um lado, o claro avanço que se sente um pouco por todo o lado; há dez anos atrás ainda se faziam sentir muitas daquelas que são as questões da interioridade; hoje apenas permanece a cultura de interior;
por outro lado, a progressiva concorrência que uns concelhos fazem aos outros, seja em medidas de atractibilidade de gentes e oportunidades, seja nos arranjos das ruas ou dos jardins, dos espaços públicos;
entre uma e outra das ideias, a referência que apesar de ter levado máquina, optei por não roubar imagens;
eu sei, uma lástima, mas gosto de fotografar com menos luz;

calor

não sei se durará muito tempo, mas está calor, um daqueles dias que, ao sol, sentimos os miolos a derreter;
os mais velhos dizem que finalmente, os mais novos aproveitam para outras "novenas", entre uns e outros o desabafo que quente demais é demais;

terça-feira, julho 3

sealy season

entramos declaramente na sealy season, aquela em que o tempo custa a passar (para uns, para os que estão de férias, felizmente), onde as notícias escasseiam, pois os jornalistas também vão de férias, aquela onde os aconteciments são marcados por um quotidiano habitualmente afastado das primeiras páginas dos jornais ou da abertura de um qualquer telejornal;
o certo é que o tempo e a vida não pára; mas ficamos com uma maior sensação que dependemos de outros e de outras coisas para assegurar dinâmicas e ritmos; ficamos com a sensação da imprescindibilidade do fragor do quotidiano, das notícias e dos acontecimentos que preenchem o dia-a-dia;
até final do Verão, será um passear bronzes e o desfilar de estórias quentes;
até lá esperamos e contamos os dias, rimo-nos das estórias e surpreendemos com algumas pessoas;

matrículas

ele há coisas que, apesar de mais simples que há uns tempos atrás, ainda não foram plenamente abrangidas pelo SIMPLEX;
é o caso das matrículas, renovação, dos alunos;
hoje é dia de matrículas cá pela terra; lá fui receber o papel com as notas do filhote, assinar um ou dois papéis e deixar as coisas prontas para o 8º ano, novo ano;
pergunto, para quê? se não há alterações a registar, se permanece o que vem detrás por que razão continuar com um processo meramente administrativo e que podia ficar restringido ao respectivo sector?

segunda-feira, julho 2

coisas a brincar


há prazeres e prazeres;
juntar vários, pelo menos dois, é um prazer pelo menos redobrado;
ele há coisas que por cá temos algumas dificuldades em encontrar, mas gostava :)

coisas sérias


e em évora quem manda?
aqueles que foram eleitos?
aqueles que, não sendo eleitos, assumem o protagonismo da penumbra?
os outros que entre uns e outros, assumem lideranças oligárquicas ou aristocráticas?
são perguntas para as quais tenho dúvidas, muita dúvidas, nas respostas;
mas fica-me, quase sempre, uma pergunta, quem manda em Évora;

domingo, julho 1

curiosidade


há coisas que nos chegam por e-mail e que não merecem grande comentário ou que se perca muito tempo com elas;
outras existem que nos aguçam e espicaçam a curiosidade;
esta imagem é uma delas;
será que se pensa que existe alguma coisa do outro lado?
será que se perspectiva que apenas está de costa para nós por atitude mais ou menos púdica?
será que pensa encontrar algo antes não visto?
será por mera curiosidade?

do arquivo

se olhar para o arquivo deste meu espaço, dá para ver, pelo passar dos meses e da escrita, quais os meses em que tive mais (ou menor) disponibilidade para a escrita; como é possível perceber como evolui ao longo do ano;
esta coisa do blogue, para além de se transformar num diário que se nos atravessa na vida e no quotidiano, permite também perspectivar as ocupações e os desvios da atenção;

évora


sobre esta cidade muito se tem dito e comentado, muito fica por dizer e muito há a dizer;
sobre as eleições autárquicas, que ainda veem longe, lá para finais de 2009, a pouco mais de dois anos de distância, muito se diz, entre verdades e mentiras, inverdades e desejos incontidos, há quase de tudo um pouco;
esta entrevista do presidente da câmara vem dar azo a duas coisas;
por um lado, irá alimentar mais uns quantos desejos, de vitórias mas também de incontiências verbais, alinhando putativos candidatos a candidatos;
por outro, permitirá uma maior delimitação do campo eleitoral, tendo em conta que Zé Ernesto é figura de referência em todo este processo;
a partir de agora, e apesar da distância incontida do tempo que falta, será engraçado perceber como se alinham vontades, objectivos, projectos, ideias, disponibilidades e oportunidades; tudo isto considerando os cenários que se podem perspectivar, qual a relação entre Zé Ernesto e o PS eborense na definição de equilíbrios e sensibilidades, qual a reacção do PCP, não a pública, mas aquela outra que realçará estratégias de rua e procurará afirmar-se pelos rumores e, finalmente mas não menos importante, qual a estratégia dos jovens turcos do PSD local;
tudo conjugado estou certo que irá dar pano para mangas...

marretas


Portugal tem, desde o século XVI, os velhos do Restelo, aquilo que vendo partir as naus defendiam o imobilismo, a estagnação, a persistência dos dias assim como sempre;
mais recentemente e para além da defesa do imobilismo, apareceram os velhos Marretas, aqueles para os quais tudo o que aparecia era mau, estava mal, era para depriciar;
entre uns e outros, entre Camões e J. Hanson, venha o diabo e escolha;
isto a propóstido da feira de S. João, da Arena D'Évora e do incontido mal estar de algumas pretensas vedetas da cidade;
não suportam o avanço, sentem-se a ficar para trás, tudo criticam na expectativa de serem notadas ou ouvidas, já que ninguém lhes dá atenção;
o certo é que os tempos mudam e com eles as vontades;
felizmente...