terça-feira, agosto 7

juventude


as políticas de juventude têm sido na democracia, no nosso país, o parente pobre da administração pública - por razões várias que aqui não me interessa dissecar;
o certo é que assento num triunvirato difícil de desfazer e mais difícil de gerir;
por um lado, todas as dinâmicas de jovens ou são rotuladas com a copofonia, libertinagem, vadiagem ou, em alternativa, como instrumentos partidários, fantoches manietados por algo ou por alguém;
por outro lado, se não for esta a questão é apenas gaiatagem, garotada, miudagem (para ir ao encontro de algumas das expresões nacionais), de pouco relevo e sem destaque, mais de folclore do que de conteúdo, mais de opiniões do que de coerências;
finalmente, assenta numa clarissima necessidade de tempo, que em juventude é difícil de gerir; tempo para que se possam afirmar, tempo para que se possam acreditar, tempo para que se possam desmarcar de pré-conceitos, ideias feitas ou opiniões fáceis;
estar a gerir políticas de juventude, enforma de tudo isto; com uma grande vantagem, a de poder perceber que há muitas juventudes, que há muitas dinâmicas, que há muitas diferenças entre jovens e juventudes e que colocar tudo dentro do mesmo saco pode ser, no mínimo, extemporâneo, precipitado, errado;
tenho andado de um lado para o outro, a aproveitar o calor e a bonomia do Agosto, para (re)conhecer pessoas, gentes, dinâmicas, projectos e ideias; e é sempre um privilégio poder sentir que, apesar de jovens, há ideias e opiniões, argumentos e coerências que vão muito além das ideias feitas, dos juizo pré-concebidos, das precipitações políticas;
pena é que as políticas de juventude não ganhem um outro destaque, seja nas políticas centrais, seja nas autárquicas, que se mimetizam como se de clones se tratassem;
e é pena que assim seja;
[é por estas e por outras que sou chato, inconveniente...]

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