segunda-feira, julho 23

choque educativo


Apesar da falta de vontade, não consigo deixar de escrever sobre um pequeno (mas que se pode tornar grande) evento hoje lançado, o choque tecnológico educativo;
não tenho dúvidas, face às notícias, que duas situações, entre o oposto e o contraditório, irão surgir;
por um lado, a inevitabilidade do existente, entre o reconhecimento do que já (muito) se faz nas escolas, em matéria tecnológica, e a clarissima necessidade de dotar as escolas (particularmente ao nível de conteúdos e de relação com a sua comunidade) de outros instrumentos que permitam uma maior inter-relação e uma maior partilha de informação; tenho dúvidas que existam muitas vozes críticas neste sector, para além do mais, uma boa parte das medidas anunciadas já se encontram contempladas em muitas escolas (escolas digitais, cartão do aluno, video-vigilância, etc);
agora há um outro lado que, com menos dúvidas, perspectivo comentários e críticas; nomeadamente ao nível dos professores, qual o envolvimento, as contrapartidas, os trabalhos necessários para a produção de conteúdos, a a sua gestão, actualização e manutenção, a articulação com as funções pedagógicas e docentes, os contributos para o acesso a professor titular, entre outras irão marcar um conjunto de ideias;
entre umas e outras apenas uma pequena (que considero grande) referência, na apresentação desta iniciativa e do pacote financeiro que o acompanha, poucas foram as referências aos professores, ao papel de charneira que estes profissionais terão (e deverão) de assumir neste processo;
isto é, olha-se a escola do lado pacífico (eventualmente mais populista, mas também mais asséptico) e não se aproveita a oportunidade para se lançar a escada aos profissionais que constroem a escola e promovem os seus conteúdos;
corre-se o sério risco de, daqui a uns tempos, termos escolas a navegar a 28kbps enquanto outras aproveitam os 24Mb; termos umas escolas com páginas passivas e estáticas, enquanto outras disponibilizam e-learning;
alguém anda esquecido que as escolas são feitas também com e pelos professores;
são estas pequenas (ou grandes) oportunidades que se esvanecem para corrigir tiros e danos colaterais;

1 comentário:

Miguel Pinto disse...

Estive tentado a comentar o teu oportuno comentário... mas decidi não acrescentar nada porque este ME e a equipa que o (des)governa não valem a pena... é que há cada vez menos paciência para aturar o desaforo…
Uffaa… nunca mais chega o Verão