sexta-feira, agosto 31

Alentejo


não resisto a colocar um apontamento que sairá oportunamente e com mais desenvolvimento; estou certo que irá alimentar muitas coisas; fica um excerto:

Hoje o Alentejo está confinado à actuação de actores menores, secundários na capacidade de afirmarem a região e os seus interesses. Mesmo aqueles que por razões várias adquiriram um estatuto nacional mais não fazem que lutar para a sustentabilidade da sua posição, descurando ou minimizando muitas vezes os interesses colectivos regionais, até podem ter boas razões e melhores intenções, mas a região precisa de vozes presentes, actores insistentes, referências individuais para projectos colectivos. E isso não existe neste momento. E não é exclusivo do PS.
Há lideranças locais incontestáveis e incontornáveis, mas que não conseguem adquirir uma dimensão regional, ao contrário de outras regiões.
Sem estas referência será muito difícil afirmar uma região, as suas necessidades e a apresentação de argumentos que permitam criar uma rede de desenvolvimento sustentado e sustentável que não fique atomizada a uma ou a outra localidade mas olhe a região como um todo, apesar das suas particularidades e especificidades. Não é necessário unanimismo, são necessários elementos capazes de criar pontos de consenso, nós de uma rede regional de interesses, apesar das diferenças regionais, apesar das diferenças políticas e partidárias, pois é nestas diferenças e no seu respeito que somos o que somos, alentejanos.

festarolas


este fim de semana é tempo de festas pela aldeia, em honra de Nª. Shª. da Consolação, o último fim de semana de Agosto ou os primeiros dia de Setembro, são de festa - um sítio para conhecer o programa das festas, e outras coisas da terra;
uma festa aparentemente igual a muitas outras que acontecem, neste período, um pouco por todo o país; tempo de quem regressa à terra poder desfrutar de conhecidos e amigos, de desafogo e retempero, de copos e bebes; mas também com particularidades que a distinguem de todas as outras;
a festa começou à pouco com os foguetes a assinalarem o momento, prolongar-se-á até à noite de segunda;
(imagem retirada daqui)

life itself


este livro (que me custou os olhos da cara e é o mais fiel protótipo da globalização, uma vez que efectuei o pedido na Amazon inglesa, veio de uma livraria das Américas, com selo postal de Zurique) é um maravilhoso apontamento sobre a política da vida como ela é - numa tradução livre - the politics of life itself;
através dele é possível perceber as evoluções (ou involuções) dos sentidos do poder e da subjectividade influenciados que estão pelas artes médicas;
a medicina sempre foi um dos elementos que mais influenciou a nossa percepção da vida, dos sentidos e dos sentimentos; não apenas a medicina, mas todo um conjunto de áreas que com ela se relacionam, caso da biologia (e as metáforas biológicas ainda estão muito presentes) até à área da psicanálise e psiquiatria, tendo em consideração que o entendimento da doença é uma outra forma de entender a saúde e, por seu intermédio, explicar os comportamentos e os mecanismos da sua regulação;
duro de ler, mas um prazer imenso de descobrirmos outros apontamentos de nós mesmos;

em frente

e o passado foi lá atrás...
agora é tempo de ir em frente - mas parece que está (ligeiramente) difícil arranjar quem queira ir para aquele lugar;

quinta-feira, agosto 30

glorioso

no meio dos afazeres e de outras escritas, quase que me ia esquecendo;
à ganda glorioso;

saltos


e depois dos acontecimentos as notícias; e depois de uns e de outros o salto que o contador deu;
tenho andado sempre por entre amigos, uns mais que outros, numa média que raramente ultrapssa os trinta visitantes de média por dia; de repente apercebo-me que ando perto da centena;
grande salto;

e pronto

uns poderão dizer que o tipo está ressabiado;
outros dirão que está magoado, ferido;
outros dirão que até terá alguma parte de razão;
neste momento não procuro racionalizar uma situação individual e menos ainda pessoal;
gostaria de compreender uma situação regional, de actores e interesses regionais que não se conseguem afirmar;
sejam quais forem as razões que me possam ser apontadas - de feitio, de crítica, de ser mais conceptual que operacional - há uma que não conseguirão referenciar, assenta ela nos resultados do trabalho desenvolvido; essa é intocável, na afirmação do movimento associativo, das políticas de juventude, das dinâmicas jovens, na afirmação de uma dinâmica distrital, nos resultados de cada um dos sectores do ipj/évora;
e pronto...

um esclarecimento

todos os delegados do ipj cessaram funções, fruto da entrada em vigor da nova lei orgânica;
mas apenas os alentejanos se apresentam nos seus locais de origem; todos os restantes, das restantes regiões, têm conhecimento de qual o seu futuro e que passa, na mesma pela tutela;
ainda pensei ser o único, mas o envolvimento dos delegados alentejanos deixa espaço de manobra para se poder pensar que as estruturas regionais do PS não souberam (não quiseram? não puderam?) segurar os seus elementos;
porquê? faltará uma liderança que não sendo directiva seja consensual, passível de definir ligações, nós de uma rede, capaz de construir as pontes necessárias para ligar os interesses?
faltará uma liderança que passando pela afirmação do local, seja capaz de afirmar o regional?
faltará uma linha de orientação que seja capaz de ir além do seu umbigo, dos interesses mais imediatos e seja capaz de perspectivar e, mais ainda, antecipar o futuro?
o que falta ao Alentejo para que possa defender aqueles que são são seus interesses perante o Estado Central?

reconhecimento

tenho de me sentir agradecido pelas atenções de que tenho sido alvo; uma espontâneas, outras mais consistentes, uma esperadas outras nem por isso;
os telefonemas foram tais que me conseguiram deitar a bateria abaixo;
apesar de tudo e por tudo, restam-me as amizades e essas são incontornáveis nestes momentos

quarta-feira, agosto 29

por um lado

até me fazem sentir importantes, isto de me dispensarem, numa altura em que os resultados do instituto falam por si, certamente porque alguém me valoriza e atribui intenções e acções que nem eu mesmo perspectivo;
já aqui o escrevi por diversas vezes, não temos a importância nem o valor que julgamos ter, mas o valor e a importância que os outros nos atribuem;
para ser dispensado numa fase em que se apela ao equilíbrio e estabilidade, só me podem estar a atribuir um valor que poderá ser útil no futuro;
saiba eu utilizá-lo...

e por outro

por outro saio com a consciência que procurei fazer o que pude e o que a minha consciência manda, certo da afirmação de políticas e de uma região;
região (partidária entenda-se) que, mais do que a minha pessoa, não fica lá muito bem vista, seja pela incapacidade de prender os seus próprios quadros, seja pela incapacidade de justificar as suas opções; por isso, Lisboa sobrepõe-se e afirma-se superior;
até quando;

e pronto

a vida é como as marés, vão e vêm, umas mais intensas que outras, outras mais frouxas, mas sucedem-se ininterruptamente, umas a seguir às outras;
esta minha maré já passou, chego ao fim de mais um ciclo da minha vida;
a minha (curta) vida política está terminada;
Setembro é tempo de reiniciar na escola, com a mesma determinação, empenho e vontade que sempre coloquei em tudo o que fiz;
só tenho pena do que não fiz, de tudo o resto, consciência tranquilo...
e pronto, chegou ao fim a minha passagem pelo IPJ;

terça-feira, agosto 28

frases

quase perfeitas;
que subscrevo na plena totalidade do prazer de ler um bom... blogue;
e sentir cumplicidades, conivências...

...

costumo dizer, entre o justificativo e o argumentativo, que cada um tem o que merece e o que faz por mercer;
tenho merecido muito, tenho feito para merecer muito, pelo menos de amigos e amizades, porque no resto enfim, enfim...

segunda-feira, agosto 27

gestão da informação

regresso à temática da gestão da informação (ou da sua quantidade e da sua diversidade) em virtude de uma questão que me foi colocada;
se é certo que, nesta fase do projecto, já não me deparo com uma tão grande dispersão de informação, uma vez que estou muito mais centrado e orientado quer em face da temática, quer em face da problemática, já tenho identificadas as principais referências bibliográficas, não deixo de ter algumas dificuldades na sua organização;
nomeadamente, em recolher, guardar, arquivar, catalogar partes que podem ser importantes na lógica argumentativa de uma tese; tenho utilizado o EndNote para sistematizar as referências, mas perco-me no seu seio (mas já ultrapassei a confusão de ter construído a minha própria base de dados; uma estabilizada e própria é mais fácil, mais útil e de maior rentabilidade);
mas continuo a carecer de uma base que me permita identificar as citações, as lógicas argumentativas; aí as dificuldades ainda persistem;
estou certo que há medida que vou desenvolvendo o projecto e concretizando as ideias, algumas das dificuldades serão superadas, mas, até lá...

sábado, agosto 25

e do outro


apontamentos, fotocópias, notas soltas, ideias dispersas;
como o poiso dos óculos, a impressão do que não consigo ler fora do seu manuseamento, do contacto directo e mais íntimo;
dum lado ao outro estou rodeado de coisas que me acompanham e que, neste momento, me definem, condicionam e estruturam;
e o caminho é ainda muito, muito longo... mas há-de chegar ao fim;

dum lado


livros, que percorro, que leio e que sinto pena de não conseguir ler mais;
acompanham-me quotidianamente, entre lugares, uns para puro passeio, outros para que me possa entreter, outros ainda por mera curiosidade

o impossível

de quando em quando pensamos no impossível, num daqueles gostos que mais não são que uma ponta de sonho, desejos expressos objectivamente contrariados pelo quotidiano, pelas possibilidades do possível;
há medida que me embrenho no meu trabalho de projecto, em redor da regulação dos comportamentos educativos no período da democracia portuguesa, mais tenho vontade de não fazer mais nada, dedicar-me por inteiro a cruzar elementos, a procurar informações, a ler textos, a escrever ideias;
como é que se cruzam os comportamentos educativos com o evoluir das ciências - sejam elas da educação, mas também as médicas e sociais, que, à medida que evoluem, concebem um dado ser humano;
quais serão as interferências das políticas educativas na definição de modelos de comportamento educativo;
serão assim tão divergentes os tempos da educação com os tempos sociais;
como se organizam os docentes e se estruturam as escolas em face da escolarização de inúmeras situações sociais?
que recursos são mobilizados pelas escolas para a integração da diferença;
quem foram as primeiras a manifestarem a sua determinação, as práticas sociais ou as orientações normativas;
tanta coisa que gostava de ter tempo para fazer;

sexta-feira, agosto 24

estrangeirices

encontrei um colega que há muito não via, tem andado pelo Oriente e apenas pontualmente regressa à terra para férias ou pequenas pausas pedagógicas;
na conversa que tivemos, entre o social e o coloquial, fiquei surpreendido por dois factores;
por um lado pelo significativo conhecimento que evidencia da realidade nacional, seja ela de política geral, seja a da educação, da qual também faz parte;
inclusivamente tive oportunidade de lhe perguntar como possui tão bons conhecimento quando está tão afastado; resposta simples, internet; por ela tem acesso diário a jornais, blogues, comentários e trocas de informação que lhe permitem estar lá como aqui;
por outro lado, algo surpreendido pela ideia que tem da educação nacional, não apenas a política (que contesta fortemente) mas a própria prática, tendo em conta que lá, diz ele, um docente não falta e quando falta são solicitadas explicações ao docente, ao médico que passa o atestado, ao órgão executivo que justifica...
é, diz, uma forma do justo não pagar pelo pegador, mas por cá somos cumplices da trama que tecemos;

apetites

tenho andado sem grande apetite para a escrita;
entre dizer banalidades e estar ausente, opto pela ausência;
fico consciente que não comprometo nada nem ninguém, nem me estendo por onde não devo;
apetites;