uma das coisas que estranhei nesta escola foi o quadro, entre outras que darei conta, à medida que decorrem os dias e surgem os pretextos para escrever sobre isto ou sobre aquilo.
Há muito que não encontro um quadro negro, daquela ardósia onde o giz, quando recente, emitia um ruído capaz de criar pele de galinha em muitas pessoas.
Tal como a Madalena, é um dos elementos que marcam o meu imaginário de aluno e de docente estagiário. Há muito que eles são verdes, uniformes e uniformizados, standarts.
Estes que agora encontro nesta minha escola, são também verdes, mas baços, não consigo perceber se gastos, isto é, se é defeito ou se é mesmo feitio.
O giz não desliza como noutros espaços, deita, aparentemente, mais pó, o que me irrita.
A primeira vez que utilizei os quadros, por ter estranhado, escrevi em diversos sítios o que levou à risota dos miúdos.
Enfim, particularidades.
quinta-feira, setembro 30
cruzeiro
passados os primeiros momentos de surpresa, ultrapassada alguma da ângustia que rodeou todo o processo de colocação, confrontados com os olhares da miudagem, a situação tende, com algum custo, reconheço, a entrar em velocidade de cruzeiro.
a blogosfera ressente-se deste início de ano lectivo. Há menos escrita, mais fluída, mais escorreita, mais prática e menos programática.
Um novo ano. Vamos a ele.
a blogosfera ressente-se deste início de ano lectivo. Há menos escrita, mais fluída, mais escorreita, mais prática e menos programática.
Um novo ano. Vamos a ele.
quarta-feira, setembro 29
do pensar
é um período para aproveitar e repensar, ou equacionar, práticas lectivas, oportunidades de trabalho. Com pouco mais de duzentos alunos, 20 horas lectivas pouco mais há que pensar e estruturar o que fazer.
Organizar a autonomia do aluno e do professor, procurar desenvolver um trabalho autónomo, sensibilizar para a disciplina são objectivos prioritários neste primeiro período.
São os primeiros passos de um conhecimento que se pretende mais estável e coerente.
Organizar a autonomia do aluno e do professor, procurar desenvolver um trabalho autónomo, sensibilizar para a disciplina são objectivos prioritários neste primeiro período.
São os primeiros passos de um conhecimento que se pretende mais estável e coerente.
resignação
As conversas na sala de professores oscilam entre a resignação e o reconforto. Procuramos ficar certos daquilo que temos.
A única coisa a fazer é procurar desenvolver o trabalho que temos pela frente. Como quase sempre é uma vez mais um reinício, de conhecimentos, de práticas, de metodologias, de pessoas, de sítios e de conversas.
O que tem de mau esta instabilidade pode também ser aproveitado com de bom, uma vez que pouco mais há a fazer.
A única coisa a fazer é procurar desenvolver o trabalho que temos pela frente. Como quase sempre é uma vez mais um reinício, de conhecimentos, de práticas, de metodologias, de pessoas, de sítios e de conversas.
O que tem de mau esta instabilidade pode também ser aproveitado com de bom, uma vez que pouco mais há a fazer.
terça-feira, setembro 28
listas
fico no mesmo sitio, isto é, mais longe decasa, mais perto do coração.
ao contrário do que ambicionei fico naquela que designo como a minha escola.
Resta-me procurar fazer dos contratempos alguma sorte, aretirar daí algum proveito.
Boa sorte a todos aqueles e aquelas que iniciam agora um novo ano.
ao contrário do que ambicionei fico naquela que designo como a minha escola.
Resta-me procurar fazer dos contratempos alguma sorte, aretirar daí algum proveito.
Boa sorte a todos aqueles e aquelas que iniciam agora um novo ano.
desculpas
será que com as desculpas do ministro da presidência nos esquecemos que, daqui a pouco (Janeiro?), estaremos novamente em concursos?
quem nos garante que, para o ano, o concurso não será novamente à mão? quem nos assegura que não serão levantadas novas e talvez diferentes arbitrariedades, que não será à descrição?
quem nos garante que, para o ano, o concurso não será novamente à mão? quem nos assegura que não serão levantadas novas e talvez diferentes arbitrariedades, que não será à descrição?
sossego
perante a comunicação social, perante os media, sossegam os rumores relativos à colocação de professores, apagam-se alguns dos holofotes, qual fim de festa.
nas escolas mantém-se as conversas sobre um futuro, permanece um faz de conta entre apresentações e preparação do ano. Faz de conta que está tudo normal, faz de conta que é assim... se não for logo se verá.
Saí há pouco de uma apresentação, 90 minutos com os alunosa definir regras e princípios, a aferir conceitos e organizar acções. Na despedida o adeus, talvez até de hoje a 8 dias. Ou talvez não. Logo se verá.
nas escolas mantém-se as conversas sobre um futuro, permanece um faz de conta entre apresentações e preparação do ano. Faz de conta que está tudo normal, faz de conta que é assim... se não for logo se verá.
Saí há pouco de uma apresentação, 90 minutos com os alunosa definir regras e princípios, a aferir conceitos e organizar acções. Na despedida o adeus, talvez até de hoje a 8 dias. Ou talvez não. Logo se verá.
segunda-feira, setembro 27
dos projectos
O Miguel deixou um comentário a uma das minhas postas que deu origem a uma entrada dele. Comento essa ideia deixando outro apontamento.
a grande crítica que faço é que nem para isso que escreves (inspecção ou pais) servem os projectos das escolas.
Muitas das vezes, um projecto apenas se procura dar uma resposta administrativa a uma obrigação formal e legal. De um lado são as DRE's a chatear, do outro a inépcia dos órgãos de gestão que julgam necessitar deste instrumento para validar/legitimar o seu trabalho. No final fica apenas o vazio das ideias, a ausência de propostas, a incapacidade de alternativas, a frustração de muito se ter trabalhado para que nada se alterasse. É este o reino que designas e bem, no meu entender, de faz de conta. É este o reino que teimanos em afirmar nas escolas como se tudo estivesse e fosse perfeito. Como de espanto em se querer modificar algo.
a grande crítica que faço é que nem para isso que escreves (inspecção ou pais) servem os projectos das escolas.
Muitas das vezes, um projecto apenas se procura dar uma resposta administrativa a uma obrigação formal e legal. De um lado são as DRE's a chatear, do outro a inépcia dos órgãos de gestão que julgam necessitar deste instrumento para validar/legitimar o seu trabalho. No final fica apenas o vazio das ideias, a ausência de propostas, a incapacidade de alternativas, a frustração de muito se ter trabalhado para que nada se alterasse. É este o reino que designas e bem, no meu entender, de faz de conta. É este o reino que teimanos em afirmar nas escolas como se tudo estivesse e fosse perfeito. Como de espanto em se querer modificar algo.
de fora
numa escola de mulheres, isto é, onde as mulheres predominam, menino não entra, esta é a minha sina, neste incío de ano lectivo.
Na passada 6ª feira pude perceber que, ao longo de todo o dia, apenas eu e um outro colega durante a manhã - à tarde fui o único da espécie. Hoje pouco mais e pouco melhor, muito obrigado.
Menino fica de fora, pois claro.
Na passada 6ª feira pude perceber que, ao longo de todo o dia, apenas eu e um outro colega durante a manhã - à tarde fui o único da espécie. Hoje pouco mais e pouco melhor, muito obrigado.
Menino fica de fora, pois claro.
as diferenças
entre cada escola há um vasto conjunto de diferenças que decorre do conjunto das pessoas, e das relações que constituem, que definem e marcam a especificidade de cada uma delas.
Por isso não há duas escolas iguais, apesar das semelhanças ao nível da arquitectura, da organização, dos modos e dos ritmos aparentemente semelhantes, quando não mesmo iguais, de cada uma delas.
Mas há marcas, há lógicas que apesar das diferenças das pessoas, dos ritmos e das dinâmicas de cada escola, das características que separam ou aproximam cada uma, imprimem uma impressão quase que digital e que afirmam este sistema educativo.
Aqui, nesta escola, como certamente noutras, preza-se o aluno mas os horários são organizados em função dos professores, valoriza-se a autonomia mas exige-se a uniformização, procuram-se interesses mas os objectivos são comuns, destacam-se as tecnologias mas os recursos são escassos.
Lógicas que teimam em permanecer, uma estabilidade de longa duração.
Por isso não há duas escolas iguais, apesar das semelhanças ao nível da arquitectura, da organização, dos modos e dos ritmos aparentemente semelhantes, quando não mesmo iguais, de cada uma delas.
Mas há marcas, há lógicas que apesar das diferenças das pessoas, dos ritmos e das dinâmicas de cada escola, das características que separam ou aproximam cada uma, imprimem uma impressão quase que digital e que afirmam este sistema educativo.
Aqui, nesta escola, como certamente noutras, preza-se o aluno mas os horários são organizados em função dos professores, valoriza-se a autonomia mas exige-se a uniformização, procuram-se interesses mas os objectivos são comuns, destacam-se as tecnologias mas os recursos são escassos.
Lógicas que teimam em permanecer, uma estabilidade de longa duração.
impreciso
a semana começa com dúvidas, com alguma (muita, apetece-me reforçar) incerteza, muitas imprecisões.
preparo, ou não, o trabalho específico a desenvolver com as turmas, os levantamentos para compreender quem são, os gostos e os interesses, a relação com a disciplina e com a escola.
Estruturo ou não um calendário de actividades que me permita organizar o meu tempo e as minhas actividades em função deste horário, da sua ocupação.
Demasiadas perguntas para que a semana possa ser normal.
preparo, ou não, o trabalho específico a desenvolver com as turmas, os levantamentos para compreender quem são, os gostos e os interesses, a relação com a disciplina e com a escola.
Estruturo ou não um calendário de actividades que me permita organizar o meu tempo e as minhas actividades em função deste horário, da sua ocupação.
Demasiadas perguntas para que a semana possa ser normal.
sexta-feira, setembro 24
comentário
porque considero fundamentais estes comentários, para a compreensão de um dado estado de sentir e estar, faço a chamada de atenção para o blogue de um murtoseiro, com duas postas que chamam os nomes pela coisa, ou a coisa pelo nomes.
São estes receios, as depedências seculares que Salazar nos legou, que marcam uma dinâmica social e fazem com que, apesar das críticas, da clara constação de incapacidades, queiramos permanecer sob a tutela centralizadora de um polvo que já pouco coordena e menos manda. É perante este legado, que promove o amorfismo, a uniformização, o sentimento acrítico, a submissão e o conformismo, e que marca ainda excessivamente uma dada postura social e cívica da sociedade portuguesa, que teimo em resistir, em combater, em contrariar, em apelar ao envolvimento político, porque cívico, à participação e não apenas à representação, à construção e não apenas à aceitação de um facto ainda que divino.
Postas brilhantes, como clarificadores são os seus comentários.
São estes receios, as depedências seculares que Salazar nos legou, que marcam uma dinâmica social e fazem com que, apesar das críticas, da clara constação de incapacidades, queiramos permanecer sob a tutela centralizadora de um polvo que já pouco coordena e menos manda. É perante este legado, que promove o amorfismo, a uniformização, o sentimento acrítico, a submissão e o conformismo, e que marca ainda excessivamente uma dada postura social e cívica da sociedade portuguesa, que teimo em resistir, em combater, em contrariar, em apelar ao envolvimento político, porque cívico, à participação e não apenas à representação, à construção e não apenas à aceitação de um facto ainda que divino.
Postas brilhantes, como clarificadores são os seus comentários.
do contente
o certo é que a generalidade dos professores se contenta com pouco, com pouco fica feliz. Por vezes apenas com um sorriso de um qualquer aluno.
No início da manhã, na sala de professores, as conversas arrastavam-se, marcadas pelo tom sério, eloquentes na crítica, mordazes na sensura, acutilantes na angustia.
No final da manhã já são os sorrisos, entre o nervoso e o inesperado, que marcam o ritmo desta sala de professores, a paródia crítica à situação, o encolher de ombros perante a nossa manifesta incapacidade de fazer mais ou de maneira diferente, o sorrir perante a adversidade.
Depois das primeiras apresentações, dos primeiros momentos passados numa sala de aula, do confronto de múltiplos olhares, estamos prontos para mais e para o nosso melhor.
Como disse, e muito bem, o Miguel, estamos no reino do faz de conta... faz de conta que está tudo bem, faz de conta que nada se passa.
No início da manhã, na sala de professores, as conversas arrastavam-se, marcadas pelo tom sério, eloquentes na crítica, mordazes na sensura, acutilantes na angustia.
No final da manhã já são os sorrisos, entre o nervoso e o inesperado, que marcam o ritmo desta sala de professores, a paródia crítica à situação, o encolher de ombros perante a nossa manifesta incapacidade de fazer mais ou de maneira diferente, o sorrir perante a adversidade.
Depois das primeiras apresentações, dos primeiros momentos passados numa sala de aula, do confronto de múltiplos olhares, estamos prontos para mais e para o nosso melhor.
Como disse, e muito bem, o Miguel, estamos no reino do faz de conta... faz de conta que está tudo bem, faz de conta que nada se passa.
1º dia
... talvez do resto da minha vida.
é o meu primeiro dia naquela que designo como a minha escola, aquela à qual pertenço. Enquanto aguardo pelos destacamentos cumpro funções e serviço neste lugar. Sem saber se aqui fico, o mais provável, se fico com este horário, o mais improvável.
Os comentários rodam em torno do facto de docentes em quadro de zona, com menos tempo de serviço, passar à frente de pessoas com mais do dobro do tempo de serviço. Mais conversa apenas em torno da "vaquinha" de transporte.
é o meu primeiro dia naquela que designo como a minha escola, aquela à qual pertenço. Enquanto aguardo pelos destacamentos cumpro funções e serviço neste lugar. Sem saber se aqui fico, o mais provável, se fico com este horário, o mais improvável.
Os comentários rodam em torno do facto de docentes em quadro de zona, com menos tempo de serviço, passar à frente de pessoas com mais do dobro do tempo de serviço. Mais conversa apenas em torno da "vaquinha" de transporte.
quinta-feira, setembro 23
rigor
... e transparência, lembram-se, eram as palavras de ordem do então ministro D. Justino na defesa da revisão do processo de concurso e colocação de professores dos ensinos básico e secundário.
O ano passado foram as colocações dos amigos em sítios que até lhe davam jeito, este ano outros descobriram a mina de ouro.
E promete não ficar por aqui.
O ano passado foram as colocações dos amigos em sítios que até lhe davam jeito, este ano outros descobriram a mina de ouro.
E promete não ficar por aqui.
técnica
a partir do Retorta encontrei esta discussão, deveras interessante, apesar de algum tecnicismo e de uma linguagem muito informatiquês, mas suficiente para percebermos a desordem em que nos meteram e em que andamos metidos.
macacos
bem que deviam ser burros a olhar para palácio, como se diz nesta minha santa terrinha daqueles que nada percebem e admirados, boquiabertos ficam perante o seu próprio espanto.
A varinha mágica (da saltapocinhas) descobriu uma imagem das gentes do Polvo em pleno ritmo de trabalho, antes de ser decidido que o o dito era feito à mão.
Não comentem, não é necessário.
A varinha mágica (da saltapocinhas) descobriu uma imagem das gentes do Polvo em pleno ritmo de trabalho, antes de ser decidido que o o dito era feito à mão.
Não comentem, não é necessário.
observações
... ontem, no decorrer dos telejornais, o meu filho (10 anos) fez a sua primeira observação política.
Quando passavam imagens da senhora ministra a dizer de sua justiça pergunta-me: Pai, esta senhora é que é a ministra da educação? Exactamente, filhote.
Não queiram arranjar outra que não é preciso, com esta não vamos a lado nenhum.
e por aqui nos ficamos.
Quando passavam imagens da senhora ministra a dizer de sua justiça pergunta-me: Pai, esta senhora é que é a ministra da educação? Exactamente, filhote.
Não queiram arranjar outra que não é preciso, com esta não vamos a lado nenhum.
e por aqui nos ficamos.
quarta-feira, setembro 22
à mão
... um colega fez-me chegar a imagem e não podia ficar por aqui. A pertinência da web e a rapidez de circulação de ideias, aliadas à grande capacidade crítica que os portugueses sempre revelaram (do anedotário à caricatura) fazem deste meio algo deveras interessante, pertinente e impertinente que todos devem ter em séria consideração.
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