quarta-feira, novembro 28

do silêncio

há muito que há uma sociologia dos silêncios, das ausências, do não dito;
por vezes, estes silêncios, as ausências ou as omissões dizem tanto (ou mais) do que aquilo que é dito;
esta características adquire uma dimensão importante no contexto político; procuram-se as entrelinhas, os subterfúgios do discurso, as insinuações, as quebras ou variações da voz, o que ficou por dizer daquilo que foi dito, a interpretação de um sobre a interpretação do outro;
neste momento, a política eborense faz-se neste campo; não é nem bom nem é mau, é um estadio em que a cidade (a pólis política) e a sua vivência se encontra fruto de interesses e objectivos que se jogam mais nos bastidores do que na boca de cena;
de repente somos confrontados com os factos, com as circunstâncias; como há aqueles que se dizem desconhecedores e conhecem mais do que afirmam, apenas pela insinuação, apenas pelo jogo das omissões, apenas para procurar perceber o que o outro sabe e afirma conhecer;
os fóruns de discussão, muito escassos nos tempos que correm e mais legitimatórios que participativos, são disso exemplo;
valem pelos silêncios, de opção ou vocação, de presença ou de ausência;
é o silêncio que faz o ruído;

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