quinta-feira, novembro 29

da participação

um outro assunto a que alguns sectores eborenses gostam de recorrer refere-se à falta de participação e intervenção de órgãos, organismos ou cidadãos na vida da cidade;
também me queixo do mesmo, de os espaços de participação serem limitados, confinados a uma vida institucional da qual o comum cidadão ou não se reconhece, ou se sente emedrontado pelo peso institucional ou, simplesmente, se desliga de coisas que até considera terem pouco relevo;
mas esta discussão parte de um pressuposto errado, no meu entendimento; é que a participação (que implica a vontade de intervenção e de condicionar a decisão), não deve ser confundida com a alteração dos sentidos e dos objectivos que presidem a uma opção de política; isto é, querer participar não pode significar querer alterar radicalmente (como alguns fazem transparecer) os planos do outro no meu plano, querer substituir uma maioria legitimada por uma minoria que é mais irreverente que fundamentada;
e esta participação é tanto válida aquando da discussão do PDM cá da terra como do orçamento municipal, como se quem governa o fosse fazer com os instrumentos e os objectivos dos outros e não os seus próprios;
mas é a "moenga" que se procura, mais do que a participação, ainda que por vezes envolta nos interesses dos cidadãos e de Évora; só falta perceber de que cidadão falam, de que Évora se quer;

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