terça-feira, outubro 30

dos cuidados

até pensava em não escrever, não sentia grande entusiasmo nem predisposição;
mas o hálito tem destas coisas;
uma metáfora;
a esposa tem gostos estranhos (basta estar comigo) por uma área designada de cuidados paliativos, isto é, cuidados em fim de vida;
utilizando esta área como metáfora face ao aluno absentista, ao aluno que não se reconhece na escola nem reconhece à escola qualquer validade, falo do aluno que terá entre os 12/13 anos e os 15/16 (fase crítica da relação escolar) pergunto, deixa-mo-lo morrer, deixa-mo-lo ir? porque não quer, por que não gosta, porque não vale a pena contrariar?
afinal quem são os filhos de Rousseau? aqueles que simplesmente desistem do aluno, porque não o querem contrariar, nem contradizer mas pugnam por uma escola para alguns, os interessados, os limpinhos, os assertivos e cordatos, ou aqueles que procuram mostrar que há alternativas, que essas alternativas passam pela escola?
o que está em causa no regime disciplinar do aluno, neste ou nos que o antecederam, referem-se a modelos de escola e de educação, do aluno perante a escola e do professor perante a sociedade que integra;
estou certo que aqueles docentes que trabalham na Cova da Moura ou noutros guetos terão outro tipo de argumento, outros factores a considerar, agora dizer que o director de turma tem de escrever diariamente ou simplesmente organizar mais uns papeis ou que o conselho pedagógico se deva debruçar sobre as suas responsabilidades peço desculpa, mas não são argumentos, são desculpas...

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