domingo, outubro 28

do acordo

para destacar que não podia estar em maior acordo com
JMA
destaco um ideia de Boltanski e Chiapello (em livro de 1999) ainda que sobre a realidade francesa, fácil de transcrever e adoptar no nosso país:
(...) o pôr em questão das formas até aqui dominantes do controlo hierárquico, bem como a concessão duma maior margem de liberdade são apresentadas (...) como uma resposta às exigências de autonomia oriundas de assalariados mais qualificados, que frequentaram mais tempo a escola e, particularmente, de jovens quadros que, formados num ambiente familiar e escolar mais permissivo, suportam com dificuldade a disciplina da empresa e o controlo apertado dos chefes e não só se revoltam contra o autoritarismo quando são submetidos a ele, como também lhes repugna exercê-lo sobre os seus subordinados
mais do que nunca, com possibilidade substancialmente diferentes daquelas a que até agora a escola e os professores se depararam, o futuro será aquilo que quisermos e dele fizermos (por construir e por merecer);
que há tentativas de contrariar essa oportunidade? sem dúvida, mas por claro receio de o poder central perder o protagonismo que sempre assumiu na liderança do sistema e que sente escorrer por entre os dedos da mão, qual areia de praia que queremos agarrar e que nos escapa; quanto maior a força, menor o número de grãos de areia que prendemos;
a autonomia passa por isso mesmo, pela assunção das responsabilidades e, muito especialmente, do querer de quantos constroem a escola no seu quotidiano - na diferença, na divergência, nos contrários;

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