sexta-feira, outubro 12

da avaliação

a avaliação profissional, de uma qualquer profissão, deverá ter, em meu entender, dois grandes objectivos;
por um lado, identificar situações, circunstâncias que favorecem ou dificultam o desempenho profissional, a assunção das responsabilidades, o assumir das atitudes que se relacionam com uma dada profissão; neste campo podem-se incluir objectivos (tanto qualitativos como quantitativos), as estratégias e as metodologias adoptadas, a organização funcional, entre outros;
por outro, permitir pensar, racionalizar práticas, modos e atitudes associadas a essa prática profissional; por vezes fazemos coisas sem saber que as fazemos, por vezes mesmo sem perceber como é que as adoptámos, as implementamos;
o cruzamento entre um e outro dos objectivos permite relacionar conhecimentos, saberes feitos e produzidos, tanto pelo próprio, como por outros (parceiros ou terceiros) com práticas numa mistura entre teoria e prática que permita a correcção de situações, o reforço de posições ou o colmatar de lacunas identificadas entre essa prática e a teoria;
ora o que o nosso Ministério da Educação propõe vai ao arrepio dessa concepção, limitando-se a insistir na funcionalização da profissão docente, no cumprimento administrativo de procedimentos, a elencar situações quantitativas que pouco contribuem para um desempenho profissional;
corre-se o sério risco de a avaliação de desempenho docente não agradar a ninguém nem a nada, a se alterar assim que a equipa ministerial se mudar, a ser um rosário de comentários que ninguém leva em consideração, a ser inócuo do ponto de vista profissional e de qualificação da escola como uma organização aprendente;
esta proposta, na sequência das anteriores, é mais do mesmo e da pior maneira de pensar o trabalho do professor;
e é pena...

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