segunda-feira, novembro 27

do cansaço (ou do descanço)

em conversa corrente com um amigo, trocavamos ideias que hoje já não aguentamos metade do que hás uns tempos atrás;
normal, diriamos ambos, a idade já não é a mesma, os afazeres são outros, as solicitações inúmeras e bem diferentes;
mas o ritmo social, os intervalos entre trabalho e descanço permanecem rigorosamente os mesmos;
das duas três, ou somos nós que não nos adaptamos, ou é o ritmo social que está desconfigurado do ritmo laboral, ou, simplesmente, ambas;
tenho vontade de uma pausa pedagógica, de um destemperar de forças e ânimos, de um arrojar pela vida qual dia de cão, entre o deitar aqui e o descansar ali;
na semana que passou reparei que fiz mais de mil e quinhentos quilómetros de carro, que participei em mais de 20 reuniões (algumas marcadamente apenas de corpo presente), não imagino quanto e-mails escrevi, ofícios, relatórios, apontamentos ou, post (estes bem poucos, pois obviamente que alguma coisa fica de lado), na generalidade o dia começa impreterivelmente pelas 8h e pouco, quando deixo os filhotes na escola e, desde meados de Outubro, que não sei quando acaba;
se não aponto as coisas esqueço-me, pura e simplesmente, como me aconteceu na semana passada; se não faço imediatamente o que devo sei que dificilmente me lembrarei de o repetir;
não é da idade; eu sei; é do cansaço e as férias ainda estão muito, muito longe;

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