quarta-feira, maio 4

do antigamente (2)

O Paulo respondeu a uma pequena (ou grande, o adjectivo é mais do outro que nosso) provocação, sobre eu ser do antigamente.
Disse na posta anterior que não o sou, nem em ideologia, nem em princípios, nem em orientações ou práticas, nem em saudosismos. Descobri que se referia a este último, à saudade que muitos nutrem por aquela que habitualmente designam como sua escola, ao modelo de que foram alvo e objecto, e não às anteriores referências - se bem que uma dificilmente se despegue das outras.
E tenho de destacar duas ideias que retiro do seu comentário. Por um lado, a profunda delicadeza e sensatez com que o faz. Procura no texto não ferir susceptibilidades como procura ultrapassar ou colmatar aquelas que deduz que tenha despertado com a minha resposta. É bonito de se ver e melhor de se ler. Obrigado.
Como segunda ideia aquela que a idade é incontornável e sou, ou tenho sido, movido por ela. Tenho que reconhecer que não estarei propriamente numa crise etária, num qualquer estadio existencial ou coisa que se pareça, mas tenho sentido (e gostado de sentir) o peso do passar dos anos. Estou a caminho dos 42 (em Outubro) com 16 de docência, dois filhos, vários cães, preste a mudar de casa (aquela que, em princípio, me levará até ao fim), sinto os meus pais a apagarem-se, a envelhecerem, sinto aqueles que sempre vi velhos, e olho para trás e vejo o caminho que percorri, com quem tive o privilégio, a sorte e a fortuna de o ter feito. Olho em frente e apetece-me fazer mais e mais, aprender outras coisas, conhecer outras pessoas e outras ideias. O confronto entre um e outro, numa pessoa de meia idade, não mata, mas faz mossa.
Lá isso faz.

1 comentário:

Miguel Pinto disse...

Das várias opções que se ofereceram no texto anterior escolheste esta: o lado sério dispensa comentários. Um abraço.