segunda-feira, abril 18

dos sentidos

...da escola, pois claro.
Uma outra realidade com que me confrontei este fim-de-semana.
Uma miuda a quem em tempos aconselhei sobre possibilidades, alternativas e futuros, no final do 9º ano, encontra-me e dirige-se-me. Obrigado professor, hoje reconheço que tinha razão. Pergunto do porque e diz-me que há três anos pensava abandonar a escola, optar por um qualquer trabalho que lhe aparecesse. Por indicação minha e decisão familiar ingressou numa escola profissional cá do sítio, em área que menos predicados lhe ofereceu. Hoje, a terminar o 3º ano, o equivalente ao 12º, disse-me que se preparara para os exames de acesso ao ensino superior com um média bastante razoável, e que tem um sentido de vida.
Fiquei contente e satisfeito, obviamente.
Assume-se, para além dos afectos, um outro aspecto que em demasiadas ocasiões a escola (e os professores) se esquecem de assumir, que entre os 11/12 anos e os 15/16 é necessário criar um sentido ao trabalho escolar e à vida destas pessoas que saiem da fase do armário e caminham para a dolescência mas que não são um nem outro.
Procuram sentidos, objectivos, propósitos. Têm demasiadas perguntas e não menos respostas nas cabecinhas que são ainda muito gelatinosas. Sem ajuda, sem apoio, sem orientação, que muita das vezes não têm em casa, acabam por se perder nas franjas do insucesso, da indiferença, do alheamento.

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