sexta-feira, março 18

ir mais além

Perante o comentário colocado na posta anterior é difícil não se concordar, não afirmar que não pode haver conhecimento sem consistência, sem conteúdo, sem trabalho.
O que destaco na frase de A. Einstein reside na capacidade de ir mais além, de romper ideias e quebrar com os instantes relativos do conhecimento.
De que serve o profundo conhecimento de algo que não seja para se progredir, para se avançar, para se recusar. E um dos modos de se proceder a esse avanço, aos saltos do conhecimento é mediante a imaginação. A imaginação de perguntar, de inquirir a realidade, de refutarmos a banalidade do quotidiano, de imaginarmos outros possíveis.
É esta imaginação que não caracteriza a nossa escola, é a passividade de se aceitar o que temos e de não irmos mais além, de procurarmos outros possíveis que refiro e caracterizo como falta de imaginação.
Estranhamos o que é diferente, rejeitamos a novidade mais pelo desconhecimento do que poderá implicar na nossa estabilidade (pessoal, emocional, afectiva, profissional) do que por discordância, mais do que por desconhecimento do que é novo.
É esta imaginação que não tem marcado a nossa escola. Quando aparece, escola da ponte, por exemplo, é olhada de soslaio, com desconfiança.
Acrescento à frase de A. Einstein uma outra de M. L. King, "tenho um sonho", o de ver a imaginação no poder da escola, o de ver o gosto e o prazer da descoberta, de se enfrentarem novos desafios com novas respostas e não as mesmas respostas para problemas que são diferentes. Mantenho, falta imaginação na nossa escola para levantar dúvidas, colocar questões, inquirir o quotidiano, olhar sob outras perspectivas este mundo e este espaço. Falta imaginação.

2 comentários:

Fernando Reis disse...

Caro Manuel, concordo com o que escreve sobre a importância da imaginação.
O meu comentário anterior pode ser visto, não como uma crítica à valorização da imaginação, mas apenas como uma crítica à sua valorização sem uma base indispensável.
Concordo com o Miguel que imaginação e saber/conhecimento devem andar de mãos dadas.
O que me arrepia é a facilidade com que nas nossa escolas se confunde esta questão, a tendência para uma hipervalorização da imaginação, quando esta só se exerce verdadeiramente com conhecimento.
É como desenvolver competências no vazio...até fico arrepiado quando penso nisto.

arte disse...

Concordo com o caro colega Manuel, que falta imaginação às nossas escolas para questionar, para avançar, para ir à descoberta, no fundo ser mais atrevida nos passos que dá em relação à sua função. Mas imaginação sem ter como base o conhecimento onde é que vai dar! Como se pode questionar se não sabe o quê? Como se pode ir à descoberta se não sabe para onde? Como pode avançar se não sabe que caminhos? Na minha opinião, o ter um rumo definido é um caminho para a inovação. Saber aproveitar os projectos educativos e a autonomia já é um passo. Gostava que passasses pelo Jornal Escolar on-line, com o titulo “As Nossas Vozes” o endereço: http://asnossasvozes.blogs.sapo.pt/index.html . Arte por um canudo2. Cumprimentos