quinta-feira, fevereiro 3

das experiências. Trabalho com uma turma que está, praticamente desde o início do ano lectivo, rotulada de problemática. Desinteresse, alheamento, desmotivação, baixas ou inexistentes expectativas sociais, ausência de expectativas escolares ou educativas, disfuncionalidades e desestruturação familar são algumas das características de alguns alunos que se reflectem na escola e na sala de aula.
Repetências sucessivas, absentismo, agressividade e conflitualidade são algumas das imagens que marcam este conjunto de alunos.
Na sucessiva procura de minimizar as situações de conflito na sala de aula, optei por duas estratégias.
Por um lado, pela utilização de metodologias diferenciadas, diferenciação essencialmente ao nível de processos, que procurem ir ao encontro dos escassos interesses e da pouca motivação existente, mas também que permitam apoiar o aluno na construção de um sentido ao trabalho escolar desenvolvido. Desenvolvemos trabalhos de pesquisa e de organização da informação, procuram-se resolver problema com recurso aos instrumentos da disciplina.
Por outro lado, recorri a um constante e sempre presente estímulo positivo, de apoio, em vez de destruir, de incentivo, em vez de repreender, de diferenciar, em vez de uniformizar, de apoiar, em vez de recriminar.
100% de sucesso? obviamente que não. Ultrapassada a conflitualidade, a disputa na sala de aula? Totalmente não.
Mas fiquei seriamente surpreendido quando soube que alguns dos alunos foram alvo de repreensão disciplinar. É uma experiência, assumo. Mas vale a pena ver um sorriso onde está, quase todos os dias, amargura, desanimo, frustação. É esta a escola que temos.

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