quarta-feira, outubro 13

incoerência

No meio dos discursos pude ouvir um conjunto de lugares comuns, das normais banalidades sobre a escola, o papel dos professores e o ensino.
Uma das ideias feitas mais debatidas nas escolas é a de que quem sabe e quem conhece a realidade são os professores que estão no batente, que todos os dias lidam com os alunos, que conhecem o meio, etc, etc. Este argumentário é habitualmente utilizado para justificar que a reformas são feitas à revelia dos professores, que estes não são ouvidos, que quem dá as ordens está no bem bom dos corredores da 5 de Outubro (situação que não deixa em muitas das vezes de ser verdade).
Mas logo de seguida e da mesma boca que ditou todo este argumentário foram vociveradas a falta de orientações claras e rigorosas sobre o que é que os professores têm de fazer, foi dito com a mesma força e convicção que os professores são abandonados à sua sorte sem que existam normas ou processos sobre como fazer.
Pergunto sempre a mim mesmo sobre o nível de coerência deste argumentário. Não deixam de ser resquícios conflituosos entre o hábito de sermos mandados e a procura de uma autonomia profissional que não se decreta nem se delega, apenas se exerce, existe em pessoas autónomas. Ou não.

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