domingo, setembro 5

da escquerda e da escola

Ao contrário do artigo e da opinião de António Barreto, não considero que a esquerda se tenha enganado. A esquerda teve e terá o seu papel na definição de um modelo de escola e de sociedade.
Se se acusa a esquerda de copiar, mediante as terceiras vias ou outras, o modelo económico liberal, não podemos agora acusar essa mesma esquerda de exportar um modelo de escola para a direita.
A apropriação do(s) discurso(s) educativos quer pela direita quer pelas massas não deve se considerado um engano, antes uma acção determinante no envolvimento e na participação de um devir histórico.
Agora também concordo quando se deduz que o modelo escola, as características organizacionais da escola, nomeadamente da portuguesa, estão desfazadas de um contexto, de um tempo.
Preparada e definida para dar as respostas à massificação e à democratização da escola este modelo deve ser repensado e deve de existir a capacidade suficiente para uma criação, a definição de um modelo de escola para o século XXI.

1 comentário:

Miguel Pinto disse...

Deixei este comentário num blogue que referenciava o artigo do António Barreto. É sobre a velha dicotomia que me interessa reflectir. Para o autor: A esquerda enganou-se porque “acreditou nas virtudes da educação do povo, que a educação era o instrumento essencial para mudar as sociedades, criar o «homem novo» ou, com menos pompa, libertar os oprimidos do capitalismo. Alfabetização obrigatória e universal, democratização do ensino, escola para todos, formação profissional para toda a gente, acesso aos estudos superiores, democratização da universidade e direito à universidade”.
A direita enganou-se [resquícios do Estado Novo?]. “São poucos os que hoje se atrevem a defender os grandes temas da direita para a educação: Deus, pátria e família, à cabeça; hierarquia e obediência; formação moral e religiosa dos jovens; a escola como extensão da família; escola empenhada nos valores "nacionais", morais e religiosos; primado dos estudos clássicos; e educação cultural e científica para as elites sociais, em contraste com a formação profissional para as classes populares. Nas suas versões mais modernas, a direita simpatiza com uma estratégia de formação de técnicos e de quadros em função e de acordo com as necessidades concretas da economia; defende uma concepção de permanente e feroz competição; e desenvolve políticas tendentes a mercantilizar a ciência e o estudo.”
Enganaram-se os que olham para a educação através destes velhos prismas?
Não existirão temáticas aglutinadoras dos interesses da velha esquerda e da velha direita? Miguel Pinto