sábado, dezembro 27

mudança

há quem já saiba e me acompanhe; há quem eu pretenda que não saiba, mas não deixa de me acompanhar;
contudo e apesar de tudo, em virtude de comentários vários, tenho que fazer a referência que, depois de praticamente 1600 entradas neste sítio, mudei para um outro;

segunda-feira, junho 23

mudanças

por muito incrível que possa parecer a alguns, tudo muda na educação - não apenas os instrumentos da tecnologia (telemóveis, portáteis, quadros interactivos...), mas também os interesses, alguns valores, algumas ideias, públicos, perspectivas sociais e económicas;
contudo, permanece o mesmo modos organizacional de juntar, por níveis (etários, escolares) ou de interesse os grupos e dotar um grupo por um docente, separando processos de produção (no caso, de conhecimento compartimentado) e configurando estratégias para muitos como se de um só se tratasse; além do mais o que interessa para muitos é o conhecimento formal, aquele tipo pronto-a-vestir, já feito e validado e não aquele que o aluno possa trazer, o contexto possa exigir, ou os futuros implicar...
os instrumentos de regulação da acção pedagógica estão desajustados e desenquadrados dos meios, interesses e objectivos ao dispor de alunos e professores, de pais e da comunidade;
felizmente que ninguém nota...

profusão

este ano lectivo ficou marcado (entre muitos episódios) pelo acontecimento da disputa de um telemóvel numa sala de aula numa escola pública;
a crer nas notícias, o próximo ano certamente que virá a ficar marcado pela disputa do portátil, por aquilo que os meninos estão a ver ou a fazer no decurso de uma sala de aula;
qual química ou matemática, qual história qual carapuça, o youtube é que tá a dar, ou um simples bate papo, via msn ou google talk;

das escritas

os blogues da educação, pelo menos alguns, não deixaram escapar a ausência de medidas ou de propostas (ou apenas de ideias) face à escola, à educação ou ao mal estar educativo que durante todo o ano se fez sentir;
será de esperar para ver; mas, pessoalmente, não perspectivo melhorias nem uma alternativa na qual eu possa acreditar;

opções

pode apenas ser impressão minha, mas as opções que Manuela Ferreira Leite destacou no seu discurso de encerramento de entronamento, pouco ou nada se relacionam com aquilo que diz serem as suas preocupações;
a bota parece não bater com a perdigota, revela preocupações sociais e destaca a dimensão fiscal e judicial (sempre presas às obras públicas);
só me faltou ouvir que para Alcochete nem mais um cêntimo;

quarta-feira, junho 18

caminhos

um projecto de investigação, na área do doutoramento, é um percursos solitário, individual;
torna-se essencial, de quando em vez, perceber onde estamos, por onde vamos, se estamos próximos do princípio ou do fim, em nenhures ou algures;
estou neste processo; a orientação orienta-me, mas não diz se estou perto ou distante - isso é da minha responsabilidade;
as conversas, com colegas em idêntica situação, servem para aferir de mais dúvidas e de outras questões;
há que descobrir onde estou e como estou;
são caminhos a descobrir...

avaliações

foram hoje publicadas as avaliações das provas de aferição de 4º e 6º ano;
de acordo com os dados houve uma clara melhoria; ainda não fiz o tratamento da minha escola, mas, de acordo com comentários, também aqui se fizeram sentir melhores resultados;
pergunto, foi por melhoria na relação pedagógica ou por abaixamento dos níveis de exigência?
no Reino Unido, no princípio deste século, muito se discutiu sobre esta variável; por cá, não tenho dúvidas que os argumentos e as opiniões serão trocadas entre uma e outra das considerações;
será importante que, a nível de cada escola, se consiga perceber e analisar o que se passou - de bom e de menos bom;

local

oiço o presidente da minha câmara (José Ernesto) numa das rádios locais;
sempre gostei de o ouvir, particularmente de conversar com ele; é um excelente conversador, um compadre tipicamente alentejano, com estórias para quase tudo, com uma experiência de vida riquíssima; com argumentos e com uma ideia de cidade;
tens os seus quês, como qualquer um;
ao ouvi-lo tenho pena que vá atrás das perguntas e acabe por ter um discurso mais justificativo do que argumentativo; digo justificativo porque procura legitimar opções, argumentativo se estivesse mais voltado para o futuro;

terça-feira, junho 17

dúvidas

desculpem lá qualquer coisinha, mas a encenação tecnológica da André de Gouveia, não terá sido apenas uma afirmação dos amigos e das amizades, das relações e dos conhecimentos? Uma afirmação de poderes, proximidades e protagonismos mais locais/regionais do que propriamente existirem interesses na área da educação?
Dúvidas, apenas…

Não

a Irlanda disse não ao tratado de Lisboa;
uma das propostas para ultrapassar a situação é repetir o referendo;
nem mais, pode ser que pela exaustão sejam vencidos e digam que sim;

quinta-feira, junho 12

acreditar

não queremos acreditar;
porque nos falta formação, porque não temos organização;
mas a reportagem de ontem, sobre a mudança de comportamentos, atitudes, organização e relação numa escola problemática mostra que é possível;
e é possível;

final


afinal não sou só eu que me apresto para o final;
Luís Borges dizia que tudo o que era biológico tinha um princípio, meio e um fim; durasse uma hora, um dia, um mês, um ano ou uma vida;
chega ao fim o período Scolari, onde se provou (como nos anos 60 do século passado) que santos da casa não fazem milagres - foi Scolari no futebol, foi Melnychuk no basquete, entre outros);
e não é apenas no desporto que assim é - ou gostamos que seja;

sobre esteriótipos

gostamos de encaixotar ideias, pensamentos, pessoas, situações;
torna-se-nos mais fácil criar compartimentos onde arrumamos as coisas;
se é deste partido é assim; se é deste clube será assim; se tem esta profissão será cozido; se tem este aspecto será isto ou aquilo;
o engraçado é que cada vez mais nos surpreendemos com aquilo que engavetamos num dado compartimento e não encaixa, não cabe ou simplesmente nos surpreende;
isto a propósito de uma coisa tão simples quanto os casamentos de Stº. António; ele quase rasta, ela negra; aparentemente e como se diz por estes meus lados, "ajuntavam-se", mas não, vão casar e pela igreja;

quarta-feira, junho 11

identidade

na visão desta semana um surpreendente ensaio do Prof. José Gil sobre a identidade;
explicaria muita coisa;
mas, atrevo-me, o essencial da crise identitária reside na Europa, por um lado, e na reconfiguração do papel do Estado, por outro, considerando que não foi acautelado na sua missão de criação de uma identidade colectiva;

ausência

pela primeira vez desde que faço a estrada nacional 4/Europa 90 (Lisboa-Elvas) não encontrei um único (repito, um único) camião;
é obra...

entretanto


e entretanto, no meio de crises e constrangimentos, de agruras e dificuldades, distraímo-nos com o Europeu, com a bola;
a contestação será inversamente proporcional aos resultados, quanto melhor o desempenho da selecção, mais fraca será a contestação; andaremos ocupados nos festejos;
e não é apenas por cá...

nas teias


a crise dos combustíveis destaca não apenas a ausência de um Estado europeu, como revela a ineficácia de políticas transnacionais;
se, quando tudo corre bem, ninguém sente a falta de uma União Europeia, quando os tempos de crise apertam nota-se que não existe um Estado, mas interessados, não existe União mas revolta;
e para o ano há eleições europeias... como se reflectirá a coisa...

terça-feira, junho 10

xadrez

a política faz-se e desenvolve-se como um jogo de xadrez; pensa-se antecipadamente na futura jogada, nas oportunidades do adversário, nas possibilidades a criar;
existirem surpresas porque as campanhas já começaram é pensar que as coisas acontecem porque sim ou porque sopas;
nada disso; há muito que nas águas profundas se fazem sentir as movimentações daqueles que têm interesses a preservar;
por estas e por outras preparo-me para sair de cena; saia de cena quem não é da cena...

livros


inevitavelmente sempre que faço uma busca um pouco mais refinada, um pouco mais fina, encontro coisas que me interessam, das quais gosto e de que preciso para a minha escrita;
encontrar um livro já deste ano de N. Rose é uma oportunidade há qual não resisti;

sábado, junho 7

escrita

escrever apontamentos, mesmo que do nada, diariamente é obra;
de quando em vez procuro e não encontro um tema sobre o qual me apeteça escrever;
espero, sentado, a ver se aparece alguma coisa;

finalmente

enfim o Sol e o primeiro dia de jogos;
prevê-se casa cheia e, pelo menos de princípio, sorrisos rasgados, ânimo e vontade para o banho turco;
no final logo se verá se as expectativas são fundadas ou se, pelo contrário, puxamos da calculadora e começamos a fazer contas...

visitas

quase no fim, descubro novas visitas, passantes que partilham gostos e preocupações;

quinta-feira, junho 5

auto-avaliação

a Inspecção Geral de Educação comunicou às escolas que, a bem ou mal, irá efectuar avaliações;
a bem é por auto-proposta das escolas, a mal é se não se auto-propuserem ou não forem em número pretendido;
pronto, a minha disponibilizou-se a bem, para a avaliação;
o engraçado é que a IGE lhe chama auto-avaliação;

apesar

apesar das moções de censura ainda me atrevo a perguntar: e quais as alternativas?
à direita imagino que o código do trabalho fosse (ainda) mais liberal e facilitador da mobilidade; à esquerda imagino que o papel do Estado cresceria como alternativa ao neoliberalismo;
o meio termo, este meio termo, pode não significar bom senso, mas significa isso mesmo, meio termo; o problema é que os actores políticos estão ou cansados ou são escassos para poderem fazer política;
significa apenas que a excessiva concentração de poderes e funcionalidades na pessoa de José Sócrates e em Lisboa não resulta e não temos (alternativas de) banco para poderem compensar a unipessoalidade do nosso primeiro;

posição

moção de censura comum e conjunta, no Parlamento e nas ruas de Lisboa;
não acredito e não quero acreditar que os dirigentes do PS continuem a olhar para o lado como se nada fosse e nada se estivesse a passar;

rendição

rendo-me ao mundo do (ou da) google e tenho quase tudo no Igoogle;
interessante para perceber que cada vez mais este é um mundo ligado e de ligações, um mundo on-line;
e ainda me impressiona perceber que há colegas que estão afastados (não sei se é feliz ou se infelizmente);

quarta-feira, junho 4

listas

apesar de algumas orientações no sentido de não existirem listas para o conselho geral transitório, na minha escola acertam-se ideias, limam-se arestas e muito provavelmente será uma excepção;
muito provavelmente até eu integrarei uma lista;
para onde vamos, como vamos e de que modo iremos são questões pertinentes na véspera de um novo ano lectivo que se avizinha complicado e complexo;

dúvidas

porque é que o Alentejo não tem director regional no desporto há praticamente um ano?
não há elementos? não se arranja um perfil? não se entendem? não há necessidade? não é necessário?

terça-feira, junho 3

contrastes

infelizmente não é apenas por cá que se cavam fossos e acentuam distâncias entre ricos e pobres;
o mundo, fruto de muitas coisas, é cada vez mais um lugar de contrastes, de famintos e obesos, de pobres e ricos, dos que quase tudo têm e daqueles que quase nada têm;

perto


perto do final de mais um ano lectivo, há quase sempre balanços para fazer;
regressado que estive, apercebo-me do caos, próprio e alheio do sistema, sinto o descontentamento de não sabermos por onde andamos, para onde vamos, os sorrisos tristes de estarmos sozinhos numa sala de aula, de nos debatermos contra as incapacidades, nossas e dos outros; a agrura de começar sempre como se nada tivesse existido...

do tgv

parece que por estas bandas ninguém se importa de ficar a pouco mais de meia hora de Lisboa;
o comboio rápido não irá ser a salvação do interior, mas pode ser um prejuízo para o litoral;
por mim, já começo a sentir arrepios de me sentir tão próximo de Lisboa;

segunda-feira, junho 2

recta

muito provavelmente entro em recta final de escrita;
a escrita, esta escrita, já se prolonga há tempo demais;
há que chegar ao fim; há que saber construir o fim;

agudo

apesar do aparente silêncio sobre a avaliação de desempenho, tive hoje conhecimento sobre as fichas (grelhas e instrumentos) de avaliação do trabalho de uma biblioteca escolar;
é obra a sua dimensão; para além das implicações que pressupõe, quer sobre o ponto de vista organizacional quer das relações que sustenta;

sexta-feira, maio 30

respostas

como andas tu?
como os outros todos, diferente dos outros outros;

domingo, maio 25

avanços

e recuos...
é assim que é feito o meu trabalho de investigação;
praticamente ao fim de três anos de trabalho, de leituras e de alguma escrita, consigo criar um texto com "pernas para andar";
a porra é que me altera o campo de estudo e agora me sinto (novamente) não será emperrado, mas enleado;
falta de conversa com o orientador e falta de trabalho na área documental;

do tempo

o tempo está razoável para a horta; razoável porque me poupa trabalho, mas também porque não deixa os frutos (tomates, pimentão, melão, melancia, pepino) rebentar, tão encarquilhados que se sentem pela falta de calor;
em contrapartida, as árvores de fruto estão cheias, carregadinhas...
o tempo não agrada a todos, nem em todo o lado;
se fosse só o tempo...

das dúvidas


ouvir a discussão entre candidatos no PPD/PSD faz crer que a luta é feita ao centro esquerda;
será que os candidatos a líder do maior partido da oposição, apesar da sua posição (neo)liberal são defensores do Estado? descobriam agora, depois de terem passado pelo governo da nação, as preocupações sociais? as alternativas de política são feitas à esquerda?
há aqui qualquer coisa que não consigo perceber... ou talvez não...

sexta-feira, maio 23

escrita


em altura em que cada vez mais me apetece escrever cada vez menos, dou por uma promoção no campeonato da escrita;
passei - corrijo, passaram-me - para um jornal a sério, com cheiro a tinta e tudo, que se pode manusear, amachucar ou guardar;
para mais informações clicar e ler a edição impressa;

da distância

para quem observa a acção à distância, qual treinador de bancada que aprecia o espectáculo no conforto do sofá, fico com a sensação que alguém joga com jogadores a menos...
ou é pela dinâmica e empenho da equipa adversária ou simplesmente pela defesa do resultado - o que é sempre preocupante, senão mesmo desconcertante ...
custa-me perceber qual a opção da minha equipa, qual o papel dos jogadores que defendo em campo; ou simplesmente se existe treinador para comandar as hostes...
caramba nem as cheerleaders me conformam ou sequer entusiasmam ...

do pedido

peço um bocadinho de sol, uma nesga de calor e não é que aparece chuva e mais chuva...
a horta dá-me descanso, mas os produtos ressentem-se do frio, da ausência de calor...
em contrapartida as árvores de fruto estão carregadinhas...

quinta-feira, maio 22

preto e branco

cada vez mais, nos diferentes sítios e sectores da sociedade, as discussões são a preto e branco; ou sim ou sopas;
não há meio termos, não se sente bom senso;
as acusações são mutuas, repetitivas, monótonas e monocórdicas;
e o cidadão a vê-los;
será que não se apercebem da figura...

dos tempos

é engraçado ver que aqueles que antes faziam reuniões à porta fechada, decidiam longe dos interesses comuns hoje criticam as reuniões de tupperware;
pelo menos são abertas, públicas...

quarta-feira, maio 21

surpresa

pela primeira vez abri o correio e nem um spam;
surpresa, estupefacção, incrédulo;
até fui confirmar se era verdade, e era mesmo, não tinha spam;
aleluia...

no parado

pouco (ou nada) tenho feito sobre o meu projecto de trabalho;
entre desculpas e justificações possíveis (cansaço, impaciência, disponibilidade...) tudo serve para que me falte aquilo que deve, a cabeça para mergulhar nas ideias...

transitório

na minha escola foi aprovado um projecto educativo que irá ser transitório;
no meio das diferenças (algumas profundas) no modo de entender a escola e a relação pedagógica, apraz-me perceber que há caminhos que não são becos, mesmo que sejam transitórios...

do sol

neste mês de Maio, não ficaria mal uma pinguinha de sol;
tenho saudades do sol, do calor, da luz...
estou certo que os dias ficariam melhores e passariam mais serenamente...

segunda-feira, maio 19

página


finalmente...
já não era sem tempo...
até que enfim...
que dirão agora...
de que se lembrarão agora...
mas a página virtual da terra que me viu nascer (Évora, para os que não sabem) mudou;
já não é aquele lençol desdobrado e infindável onde tudo estava e nada se encontrava;
a ver vamos das funcionalidades e da navegabilidade;

das coisas

isto de passear de blogue em blogue será curiosidade? interesse? ou simples voyerismo virtual?

da escrita

cada vez mais me apetece escrever cada vez menos...

terça-feira, maio 13

californication

não consigo ver isto sem me lembrar do detective Mulder, de extraterrestres e afins;
ou de me lembrar dos poetas malditos dos anos 30 e 40 do século passado;
não deixa de ser uma revisitação que varia entre o erótico e o subliminar;
(interessante o de ontem, na referência aos novos suportes de escrita, blogues incluídos);

registo

apareceu um novo Registo nas bancas regionais;
um jornal semanal que dá conta do que por cá se passa;
terá pernas para andar? ou ficar-se-á pelo Registo...

trabalho autónomo

isto de realizar um projecto de investigação a residir na província e ter um orientador na capital do império (e viajado) não é fácil;
acentua o trabalho autónomo, é certo, mas é leeeennnnnttttooooo...

segunda-feira, maio 12

sobre o fim

terminou o campeonato da amargura (dos benfiquistas, pois claro);
um quarto lugar sem apelo nem agravo, fruto da qualidade e da desorientação;
resta-nos agora esperar pelos nervos do europeu para podermos gritar e sofrer;
e entretanto tudo o mais segue, serenamente, o seu caminho;
circula pela Net, à semelhança de outros exemplos tão ou mais caricatos do que este, um apontamento reflexo de tantas coisas do que não se passa na escola:

A obra dramática de Gil Vicente, vista por um a aluno do ensino secundário

«Eu não tenho dúvidas que o Gil Vicente é muito importante, apesar de nunca ter ganhado o campionato de futebol. É importante porque ás vezes ganha ao Benfica, otras ao Sporting e otras ao Porto, tirando a eles o primeiro logar. E também por isto é que a sua obra é dramática porque é um drama para os benfiquistas, os sportinguistas e os portistas quando ganha.»

Esta foi a a resposta de um aluno do secundário a uma pergunta sobre a obra dramática de Gil Vicente.

quinta-feira, maio 8

início do fim

o que me custa na escola é o princípio do fim ser o início de quase tudo;
as ditas cujas actividades de enriquecimento curricular (AEC), na minha escola, decorrem, consideração minha e pessoal, de modo impecável e pertinente; seja pela oferta que, por acasos, foi criada, pela cooperação e articulação que tem existido entre os responsáveis das AEC's, pelas lógicas que lhe estão instituídas de assegurar ligações futuras;
há coisas menos boas e algumas mesmos más, obviamente, mas globalmente considero positiva a experiência;
sem avaliação nem ponderação já se pensa alterar o figurino e mudar as ofertas; contingências, dizem, limitações, afirmam;
o certo é que o início do próximo ano lectivo será, uma vez mais, o princípio de tudo, como se não existisse história na escola, como se o feito fosse arrumado em arquivo morto; como se as situações fossem descartáveis;
é pena...

divisões

na parte final de um ano lectivo que foi declaradamente conturbado, o bom senso custa a prevalecer em algumas escolas;
na minha, de roda de um projecto educativo transitório, o conselho pedagógico divide-se a meio, aparentemente sem possibilidades de desempate;
as discussões tornam-se redondas e as saídas inoportunas;
convenço-me das dimensões que o director pode vir a assumir, definindo objectivos, indicando coordenadores, assumindo controlo, centralizando unipessoalmente a decisão;
não sei como irá ser na generalidade, mas na minha escola vai ser giro, áh vai, vai;

quarta-feira, maio 7

sobre chumbos

Quem lê estas linhas saberá, quase de certeza, o que é um chumbo. Se não chumbou terá alguém, nas suas relações de amizade escolar, que tenha passado pela situação.
Chumbo, retenção, raposa, reprovação são conceitos diferentes que procuram explicar uma mesma coisa, a não transição de ano de um aluno. Os conceitos, como é facilmente perceptível, modificaram-se com os tempos, respondendo a modas pedagógico-educativas ou a simples opções de política educativa ou tão só aos modos de olhar a situação de retenção, reprovação, chumbo ou que se diga a seu respeito.
Há quem defenda a retenção (reprovação) de um aluno em face de critérios de rigor, exigência e excelência académica. Como há quem defenda que chumbar (reprovar) um aluno é elucidativo das situações de facilitismo, de remeter para uma única responsabilização (do aluno) algo que é partilhável pela própria lógica de um processo educativo que é relacional (professor-aluno-família). Foi o caso de uma entrevista (análise) na passada semana feita pela própria ministra da educação.
Não há muito tempo atrás, penso que em 1998, caiu o Carmo e Trindade educativos quando se decidiu que nenhum aluno ficaria retido na transição do 1º para o 2º ano (da primeira para a segunda classe, a persistência desta terminologia é também ela elucidativa do modus de ver a escola). Hoje é dado adquirido, pacífico mas trabalhoso para quem enfrenta a situação e a considera até normal.
Entre defensores da retenção, mais assumidos e públicos, e os defensores da não retenção do aluno, mais resguardados e insinuantes que os primeiros, há todo um conjunto de elementos que se cruzam, seja por intermédio da análise educativa e pedagógica, seja na esfera política e partidária ou simplesmente na consideração social desta opção.
Para que não restem dúvidas quanto à minha posição, digo desde já que não sou apologista da retenção, chumbo, reprovação do aluno. Não é por ficar retido num mesmo ano, que o aluno melhora os seus níveis de desempenho escolar, aprofunda os seus interesses ou melhora o seu comportamento. A escola está cheia de provas disso mesmo, de elementos que retidos assentuam o seu desinteresse, desligam de todo o processo escolar, acentuam o seu absentismo quando não caiem em situações de abandono. Para já não falar nos reflexos familiares, nas diferentes considerações que são tecidas aos pais pela comunidade, seja por palavras, seja por olhares.
Sou assumido defensor que o aluno, mesmo não adquirindo os conhecimentos inerentes a um ano de escolaridade, os poderá obter posteriormente e, ainda que de modo desfasado, possa cumprir, como os outros, os objectivos de ciclo.
Agora justificar uma opção em face de critérios eminentemente financeiros, decorrente do custo de um aluno, é perverter não apenas uma discussão que deve ser pedagógica e de política educativa, como é questionar o próprio papel da escola pública. E esta situação é abrir frentes de batalha na qual ninguém, nem ministério, nem professores ou alunos ou comunidade, podem sair ganhadores.

terça-feira, maio 6

sobre as cartas na mesa (III)

para concluir a partida de cartas, apenas uma referência mais;
se o discurso (redondinho e politicamente correcto) da senhora ministra vai no sentido de se encontrarem e implementarem diferentes respostas e propostas de trabalho (de sucesso do aluno, de trabalho do professor, de organização da escola, de opção educativa) então porque é que toda a regulamentação vai no sentido de cingir o trabalho do professor à sala de aula?
quem assegura a organização de outros modos diferenciados do trabalho? quem é responsável pela organização dos trabalhos na escola? quem assume outras respostas educativas que não as tradicionais?
com muita pena minha (enquanto socialista) noto alguma incoerência entre uma retórica discursiva para eleitor ouvir e uma prática legislativa cerceadora das autonomias profissionais;
mas poderá ser problema meu;

sobre as cartas na mesa (II)

dos naipes que a senhora ministra mandou para a mesa, nada de novo no horizonte;
não sei se é trunfo, mas fico com espírito santo de orelha com os exames de 9º ano, uma vez que, como dito, se realizam em quase todos os países da Europa;
como insinuado pela parceira da bisca, afinal os exames não deixam de ser instrumentos de avaliação dos professores - opto pelo conceito de instrumentos de regulação, uma vez que permitem aferir não apenas das qualidades do processo de ensino-aprendizagem, como destacam as particularidades que lhe são inerentes (contextos sociais e familiares, organização educativa, entre outros);

sobre as cartas na mesa

na falta de um programa de entrevista directa a TVI pôs as cartas na mesa e vá de começar pelo lado mais óbvio das audiências, a educação;
como cartas na mesa que são, fizeram-me lembrar as partidas da bisca ali na taberna do lado, onde uns gritam com outros, onde se trocam comentários e piropos e onde há mais fumo que fogo;
os tablóides, sejam eles em papel ou em vídeo, mandam nos esquemas e impõem regras de funcionamento;
querer discutir os problemas da educação, com cartas na mesa, em pouco mais de 30' é querer meter o Rossio na Betesga;
fico com a sensação que faltaram os trunfos, de um e de outro lado;

segunda-feira, maio 5

sobre textos

na distância deste espaço consegui organizar e produzir um esboço de texto sobre aquilo que ando a fazer, em redor de comportamentos, da regulação social da escola ou dos instrumentos disciplinares;
a resposta do orientador, sempre pertinente e oportuna, vai no sentido que "uma tese ganha-se com contenção teórica e metodológica";
isto porque persisto em misturar conceitos, uns oriundos das políticas públicas (onde me devo centrar), outros oriundos da análise organizacional;
contenção, precisa-se; como preciso de organização do meu espaço mental para que possa ter contenção metodológica;
e já lá vão quase três anos de trabalho; sinceramente, sinceramente, apenas um ano e qualquer coisa...
é que há males que vêm por bem...

sobre os dias

o fim-de-semana foi passado entre o dia das mães e os anos do sogro;
entre uns e outros deu-me para afiar facas, de modo a que pudessem escorregar melhor pelos cortes finos dos pratos e tachos que se preparavam;
foram bem afiadas, o jeitinho deu-me para cortar a mão e um dedo;
felizmente sem consequências no assado;

no silêncio

apetece-me criar distâncias;
distância deste espaço onde careço de ideias e de uma vontade de escrita;
distância do borbulhar quotidiano, dos afazeres de todos os dias;
distância do mediatismo que me empurra para cenas diárias de troca de conversa e de opiniões;
apenas se impõe o silêncio;

quarta-feira, abril 30

nomeações


de quando em vez, na blogosfera, surgem indicações, nomeações, referências que são resquícios de ligações afectivas dos inícios deste processo;
uma ou outra vez lá sou referenciado, quase sempre pelo mesmo, pelo amigo Miguel que faz o favor de por aqui passar, de deixar amizades e trazer saudades, animar conversas e agruras (do glorioso e da escola);
foi o que aconteceu uma vez mais; nomeou-me, lá saberá explicar do porquê, e, não fosse eu passar por cima, alertou para a situação, quase que implicando a continuidade desta cadeia de afectos e disposições de escrita;
pois bem, cá ficam as minhas referências, apesar de ordenadas sem uma hierarquia formal ou oficial; são espaços por onde passo quotidianamente para me perceber e para procurar compreender o mundo em que me movimento - são quase todos os que constam do lado, mas para destaque incontornável:

- a Sofia, pois faz os dias assim;
- o Paulo, pois também temos de olhar ao nosso umbigo;
- o Matias Alves, porque navegar pelos mesmos mares é terrear desejos e ambições;
- As senhoras professoras que, com as suas inquietações, despertam curiosidades e revelam o bom senso que conhecimento e experiência permitem;
- o café Portugal cá da terra, porque gosto do convívio e da terra, dos comentários e da discussão;
- o Miguel, porque é, para mim e desde praticamente o princípio, uma referência incontornável do que pode ser um espaço virtual de aprendizagem e partilha;

e pronto venham mais uns quantos...

sábado, abril 26

sobre desenhos


na passada 5ª feira, passou pela minha escola um ilustrador de estórias, contador de desenhos, de nome André Letria;
no contexto de uma semana dedicada aos livros e à leitura, em iniciativa organizada pelos docentes responsáveis pela biblioteca e centro de recursos da escola, foi ver o pessoal a fazer perguntas ao senhor - como é que começou, se ganha muito, que técnicas utiliza, como foi a passagem pela escola, que livros mais gostou de desenhar, entre muitas e muitas outras;
gostei de o conhecer, pela simplicidade que colocava nas respostas, pelo espicaçar da curiosidade dos presentes face aos seus livros, pela disponibilidade que desde que chegou evidenciou para estar próximo dos alunos;
iniciativas que revelam o muito que não é sujeito a avaliação de desempenho;

sobre Abril


Andar a escrever apontamentos diários e deixar passar a comemoração de Abril, como algo de especial e de particular, seria quase como que uma aleivosia.
Mas tenho pensado sobre o que poderia escrever de modo a dizer, ou escrever, algo que passasse a acrescentar alguma coisa a esta efeméride. Aproveitar este virtual seria sempre uma oportunidade para tal situação. Mas não a considero pertinente o suficiente para fazer dela um apontamento particular. Dizer o que é habitual pouco ou nada acrescentaria à comemoração e nada valeria a um espaço que adopta características que há 34 anos atrás apenas podia residir na imaginação, muito avançada, de um qualquer extraterrestre.
Por outro lado, para aqueles que por aqui passam estou certo que será difícil de acrescentar alguma coisa nova, de diferente, de uma qualquer aparente mais valia a mais um aniversário de Abril, da reconquista da democracia, da conquista da liberdade e do pluralismo.
Reconhecidamente tenho andado a pensar no que escrever nesta altura, numa data que para mim o importante é a simples liberdade de escrita e de pensamento, coisa hoje tão simples e banal que não se valoriza como de especial ou particular. E pode não ser assim, assoberbados que estamos por um pensamento único, oriundo do liberalismo económico como do socialismo governativo, que se fundem numa aparente harmonia ideológica de conivências cúmplices.
Fazer ou procurar escrever uma qualquer estória do que para mim é Abril, seria não apenas uma arrogância, muito própria da minha pessoa, como seria, acima de tudo, uma pretensão desmedida de criar um espaço individual num campo que é marcadamente colectivo.
Pois bem, e então que escrever sobre este dia que, para mim e para a minha pessoa, é tão marcante quanto o dia em que nasci, como o dia em que senti os meus filhos respirar o ar que os circunda?
Muito provavelmente direi viva as banalidade, força as trivialidades, reforço das repetições inconfessáveis, pois é em tudo isso que se insinua a democracia e a liberdade, se institui um modo de ser muito típico de Abril. Deste Abril em que apenas houve um, aquele em que alguém resolveu dizer basta, que escreveu com cravos a palavra fim e sorveu, de um trago só, a palavra democracia.
Nem tudo foi, ou é, perfeito. Nem tudo está acabado. Muito falta por porvir, fruto de um sistema que é feito por pessoas, homens e mulheres imperfeitos mas que fazem as perfeições de uma democracia, de um sistema que permite tudo, o seu princípio e o seu fim, o in e o out de nós mesmos.
Hoje e sempre, cumpre-me comemorar Abril como se fosse único. Mas é todos os dias. É sempre que um Homem quiser.

quarta-feira, abril 23

no regime

no regime de autonomia, administração e coisa que tal;
para além dos comentários (alguns oportunos, outros pertinentes) acrescento uma ideia a este novo regime;
requer (ou vai requerer) uma coisa que aparentemente tem estado escondida na escola e que designo como gestão política;
a negociação dos interesses, a gestão das possibilidades vai ser uma das peças predominantes neste novo (?) normativo;
talvez caia a metáfora da escola enquanto democracia (com a sua divisão de poderes, a distribuição de equilíbrios) para se instalar a metáfora da escola enquanto arena política - onde (quase) tudo é negociável, onde os equilíbrios são precários, onde os interesses (e consequentes valores e ideias) se destacam e procuram prevalecer uns contra/sobre os outros;
(ao escrever lembro-me de um livro, de J. A. Costa, Imagens organizacionais da escola, ed. Asa, oportuno para uma leitura deste diploma)

às voltas

sento-me a pensar em trabalhar;
qual quê, não me apetece; não me apetece fazer nada, a não ser ser passar o tempo, ver os dias as desfilar diante dos meus olhos;
há tempo, digo eu; nem sei para quê;
talvez amanhã...

segunda-feira, abril 21

sobre um meteorito

Já alguém escreveu que o actual PPD/PSD é um devorador de líderes. Não sei se será bem assim, mas que me surpreendeu a demissão de Luís Filipe Menezes, tenho de reconhecer que sim.
Não pelas suas posições pouco consensuais ou pouco típicas de um partido da ala liberal. Nem sequer pela sua aparente bicefalia de uma gestão partidária dividida entre o coração na Assembleia da República e a cabeça algures entre o país e o partido. Como também não fiquei surpreendido por se render às críticas, contundentes e directas, de muitos dos seus correlegionários.
A minha surpresa decorreu mais do facto de se render a uma passagem meteórica e efémera pela política nacional de alguém que há muito, possivelmente desde a saída da referência nacional do PSD, se perspectivava e se posicionava para a liderança. Contra tudo e contra todos. Sucumbir às críticas, render-se às sondagens, padecer perante os números é revelador de alguma fragilidade não apenas ideológica mas, acima de tudo, partidária.
E esta situação, por muito incrível que possa parecer, não favorece o PS nem a democracia. Os vazios tendem sempre a ser ocupados. A política social, como a natureza, tem horror ao vazio e ele será rapidamente ocupado. O risco que se corre, quer em termos de governação quer em termos de democracia, será a tendência de se descair para algumas formas de radicalismo. Radicalismo com base nos discursos, de modo a arrumar posições e a esclarecer situações. Radicalismo de propostas, para se perceberem diferenças e oportunidades. E como já aqui escrevi (18 de Abril) o radicalismo não tem saída nem glória.
Mas os tempos prestam-se a isso. Tempos com dois modos. O tempo do PSD, curto na afirmação de novas lideranças, de outros modos de estar e fazer política. Tempos que serão marcados por uma conquista interna (em função das directas), e de convencimento externo (à procura de eleitores, do seu espaço partidário).
Mas também um tempo parlamentar, de modo a não incluir neste apontamento apenas o PS. Também o CDS olhará com atenção o desenrolar dos acontecimentos. Expectantes ante as eventuais propostas, bem como da tentativa de captar o interesse (e o voto) deste eleitorado que corre o risco, em termos de representação parlamentar, de voltar ao tempo do táxi.
Mas há também aqui um tempo governativo, onde seria importante perceber outras propostas, outros modos e não apenas aqueles que são exclusivos do governo e da governação. Sem este contraponto, sem a existência de alternativas visíveis (política e socialmente) o espaço democrático encolhe-se, enruga-se, seca.
Veremos como decorrerão os próximos tempos e quais as alternativas que surgirão e se não será mais do mesmo.

sobre mim mesmo

não me apetece escrever;
estou cansado desta escrita;
reconheço a monotonia de mim mesmo, da escrita que eu produzo;
por isso mesmo, durante alguns apontamentos, replico para este espaço os escritos diários do Notícias Alentejo;
afinal, questões de facilitismo e comodismo, muito típicas de um alentejano como eu;

sexta-feira, abril 18

sobre coisas

engraçadas;
certamente terá sido coincidência, mas Luís Filipe Menezes demitiu-se quando o país estava em alerta laranja;

quinta-feira, abril 17

sobre o presente

será que vale a pena escrever?
será que vale a pena pensar sobre o que se escreve?
ontem (para não esquecer) foi fácil perceber como se pode passar de bestial a besta num ápice, nuns quaisquer 45 minutos de ausência;
hoje, para além dessa ressaca, apercebe-mo-nos que sindicatos e ministério fazem contas de deve e haver para saber quem capitulou ou claudicou perante a moção de consenso;
desconfio que a aritmética dará conta errada, senão no curto prazo pelo menos no médio prazo, onde as situações educativas se agravam e se acentuam distâncias entre quem governa e quem executa;