sábado, outubro 20

do ruído

em vésperas de mudança de escalão alguns apontamentos;
o primeiro sobre o ruído que nos rodeia; tal como noutras situações, o que para mim é ruído pode-lo-á não ser para outra pessoa, por exemplo, o som do heavy metal pode ser encarado como ruído, depende de gerações e de estados de espírito; Steve Reich criou uma sinfonia com sons da 5ª avenida de Nova York;
mas há ruído a mais na nossa sociedade, circunstância que nos limita e condiciona o ouvir outras coisas, não têm de ser nem melhores nem piores, apenas outras, apenas diferentes;
dentro deste ruído ontem um colega comentava que a situação local e regional da política partidária sempre assim foi, está como sempre esteve, estão os que sempre estiveram; o porquê de só agora existirem manifestações? o porquê de só agora ficarmos espantados? o porque de só agora haver todo este ruído? ele que sempre se insurgiu contra a coisas, que sempre foi apontado por falar (e escrever) estas coisas; não respondi, mas penso agora, até para o 25 de Abril de 1974 foram precisos 48 anos de repetição dos mesmos ruídos, dos mesmos sons, a presença dos mesmos para que uns se insurgissem após todo esse tempo;
estamos sempre a tempo de cortar com os ruídos incomodativos, de destacar outros ruídos, de criar alternativas sonoras; pode não acontecer nada, mas incomoda;

1 comentário:

Anónimo disse...

... mas seria de esperar que em democracia tais ruídos não fossem ensurdecedores! Esperemos que não seja preciso esperar 48 democráticos anos pelas mudanças que se impõem na actividade partidária, tal como ela agora se vislumbra. Incluindo (ou sobretudo no)o nosso PS.