sexta-feira, outubro 5

do professor

hoje é dia do professor;
as cerimónias da República tiveram a particularidade de associar duas comemorações que, cada qual a seu modo e a seu tempo, marcam gerações, provocam revoluções, conduzem a alterações;
a República mudou o país para que o país pudesse continuar (quase) na mesma; a educação, a acção dos professores forma gentes e mudam ideias, constróem pessoas e definem rumos de um país para que, progressiva e muito lentamente tudo mude, tudo se transfigure;
a escola e consequentemente os professores, sofrem dos males do crescimento, da massificação, da democratização; todos julgam e consideram oportuno um qualquer juízo de valor, uma qualquer opinião, um qualquer comentário sobre esta acção, sobre esta profissão; ou por que se simpatiza com o professor, ou por que a sua acção foi assim ou cozido, há sempre uma qualquer razão; além do mais (quase) todos por lá passámos e nos julgamos e consideramos conhecedores do mundo, da coisa educativa;
é uma profissão que se assume em diferentes vertentes, desde as de vocação (qual carreira eclesiástica), às mais instrumentais (é para ensinar a aprender a ler, escrever e contar), ou mais tecnocráticas (preparar para o mundo do trabalho) há de tudo um pouco;
mas o maior encanto desta profissão é ver, é sentir as pessoas a crescerem, a afirmarem-se na sua autonomia, na defesa das suas ideias e do seu pensamento;
por que é um confronto diário, sempre inesperado e surpreendente, quem gosta gosta mesmo daquilo que faz, das correrias nos corredores, dos gritos dos jovens, dos argumentos impertinentes, da troca de ideias afirmativas de todas as certezas, da permanente negociação, do permanente confronto;
por um lado, é pena a coincidência do dia do professor com a República, permitira um outro destaque a uma profissão tão vilipendiada; por outro, é uma sorte esta associação, por que de revoluções se trata;

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