terça-feira, setembro 4

a volta à coisa

Luís Maneta pergunta, na sequência de uma entrevista minha, como é possível dar a volta à inexistência de lideres na região Alentejo;
em primeiro lugar é excepcionalmente difícil eles aparecerem fora das estruturas político-partidárias;
segundo é fundamental que estas estruturas estejam interessadas na sua assunção, e não no derrube dos nomes que, por uma ou outra razão, sobressaem no panorama regional;
terceiro é essencial que esse elemento não seja gelatinoso, que goste de estar bem com Deus e com o Diabo, que diga sim porque é para agradar, que saiba defender a sua opinião e as posições regionais, que saiba construir pontes e use o bom senso (saber de experiência feito, como diria Camões) para definir consensos;
quarto, que saiba afirmar a região a partir de um pólo regional e não de atomismos locais, que saiba ultrapassar a sua dimensão local e afirmar-se, pela capacidade de argumentação e diálogo, no contexto regional; que não seja um sim senhor ministro só porque perspectiva o curto prazo, mas saiba agir de acordo com interesses de longo (ou pelo menos médio) prazo;
quinto, todos os restantes que sejamos capazes de inventariar e que possam ir ao encontro dos interesses colectivos regionais e não na afirmação de interesses particulares ou individuais;
fácil não é?

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu caro, tens que te esforçar um pouco mais. Esse é o "discurso do dejá vu" que se tornou banal perante as "orelhas moucas" daqueles a quem se dirige. O problema é muito mais fundo e, para começar, que tal repensar o que são (ou pensar sobre o que deixaram de ser...) e para que servem os partidos? Não esqueçamos que eles monopolizam a intervenção política, esvaziando deliberadamente a intervenção cívica fora da sua influência tutelar. Muito convenientemente, diga-se, face a certos interesses particulares.
Bom regresso à escola!
Candeias