sexta-feira, janeiro 19
entalados
somos filhos e somos pais; estamos entalados entre uns que nos exigem atenção (os filhos), e outros que nos exigem atenção (os pais);
penso que tenha sido J. M. Vaz que tenha definido esta situação como "a geração sanduiche";
quando tudo corre bem, nada se assinala, afinal tudo está bem e é um prazer saborear uma sanduiche, sempre é uma variação à tradicional culinária;
mas, e há sempre um mas, quando as coisas não estão bem (constipações, doenças, moengas da velhice ou traquinices da fase do armário) então ai Jesus - logo eu, agnóstico confesso;
é como eu hoje me sinto; entalado, ensanduichado, os avós aceleram na idade e desgastam-nos a paciência (logo eu), uma constipação na velhice dá pano para mangas e é um respirar fundo de suspiros (ainda se fossem doces); os manos esses andam que só à marretada se separam;
a esposa estica para um lado e para o outro, acode aqui e ali, apaga (procura apagar) fogos e fogachos, consciente que se o deixamos em banho maria então é que ninguém domina nada;
por mim nem sei o que faça; apesar de 6ª feira ainda há moengas pela noite, resultado, não posso ir degostar o fim-de-semana, o fim do mês, recarregar pipas de paciência;
cada um tem o que merece e eu estou entalado;
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