quinta-feira, janeiro 4

discursos


hoje tive uma conversa deveras interessante sobre os discursos políticos de esquerda num contexto perfeitamente inesperado;
diziam-me que os discursos de esquerda (socialistas ou comunistas, nacionais ou estrangeiros) dos anos 70 e 80 foram/eram mais interessantes e mais acutilantes que qualquer discurso de esquerda presentemente (seja de sócrates, Zapatero, Blair ou quem quer que seja);
um dos argumentos que utilizei, e que puxo para este canto, cria uma associação entre o nosso espanto (surpresa) perante uma nossa fotografia desses tempos; ficamos admirados pelas roupas, pelas cores, pelos penteados, com os óculos, com os acessórios, apesar de sermos nós e de nos reconhecermos nessas imagens;
de igual modo os discursos da esquerda se tiverem e têm de adaptar a contextos, a tempos, a modos e a oportunidades;
tal como há um elemento de continuidade nas fotografia do antigamente, nós mesmos, também no discurso da esquerda há elementos de continuidade, os mesmos princípios, a defesa dos mesmos valores, o mesmo sentimento e a mesma consciência da dimensão social das políticas públicas;
este tem sido um dos elementos que temos tido (individualmente) dificuldades em nos apropriarmos e que faz toda a diferença com a direita, nomeadamente na prática governativa;
(imagem de Évora antiga, do arquivo municipal)

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