terça-feira, janeiro 16

colaborativo


na escola reclamo da falta de trabalho colaborativo;
na administração pública reclamo da ausência de colaboração - institucional e interinstitucional;
sou filho único mas aprendi a trabalhar em grupo, a colaborar na resolução de problemas, na procura de respostas, na definição de metodologias, na implementação de estratégias;
a herança organizacional portuguesa é forte demais para se quebrar de um momento para o outro; assenta na individualização do poder, na hierarquização das chefias, no mando vertical, unidireccional e passivo, em lógicas que cruzam fordismo e taylorismo, fabricação rotineira, procedimental, operária;
implementar lógicas colaborativas é tão difícil na escola como na demais administração pública; mais (acrescento eu) é tão difícil num e noutro por que um (a escola) faz questão de acentuar essas lógicas de trabalho, de reproduzir modelos de organização do trabalho; estamos ainda longe de perceber as práticas partilhadas, colaborativas, de em conjunto procurarmos, por diferentes métodos, a prossecução do mesmo objectivo, de comunicarmos modos e procedimentos, sentimentos e ideias; assumir a diluição dos poderes, a proliferação de diferentes formas e funções do poder é coisa que da qual muita da administração pública está afastada;
não depende nem de reformas, nem de políticas (ainda que uma e outra possam criar facilitações), depende das pessoas, das lideranças, da assunção do que se faz e para que se faz;

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