quarta-feira, dezembro 27

do grupo

sou filho único, como costumo dizer um bom filho único, isto é, repleto de quase todos aqueles esteriótipos que caracterizam e demarcam um qualquer filho único;
contudo, pela idade, pelas experiências vividas, já costumo colocar em primeiro lugar a razão (o que designo de razão) em detrimento da emoção, das vontades, dos impulsos;
mas aprendi a trabalhar em equipa, a colaborar com o grupo, a saber que a força do colectivo reside na fraqueza do seu elo mais fraco; aprendi, primeiro no desporto depois na tropa (é verdade), o sentimento de equipa, de pertença, de grupo; depois, na universidade, fruto mais de amizades do que de vontades, acentuou-se essa dimensão; profissionalmente tenho tido o privilégio de trabalhar com pessoas que me ensinam mais do que eu consigo fazer aos outros e a implementar uma dimensão colaborativa que me orientou para práticas mais colectivas e de grupo do que a dimensão individual e solitária que a profissão docente deixa transparecer;
hoje, sempre que sinto a manifestação de interesses individuais em face da acção do grupo fico piurço, bruto, danado; sou capaz de perder pretensas amizades, apenas porque me apercebi que o interesse colectivo foi manietado, manipulado em face de interesses e posições meramente individuais;
mais me chateio quando me apercebo que há quem, por interesses meramente pessoais, se deixam manipular e manietar;
a história não conta para esses, nem esses contam para a história;
preservo-me de perseguir na senda daquilo que considero ser um valor fundamental, (mas não intransigivel) o interesse do colectivo em detrimento de interesses particulares;

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