segunda-feira, dezembro 4

do fim

nunca estamos preparados para a única coisa certa e simples da vida, a morte;
quando acontece até parece que ficamos espantados, surpreendidos, como se fosse evitável;
a rua onde cresci e onde brinquei durante quase trinta anos, vai vendo o seu fim; o largo d'Aviz vê aproximar-se o inevitável; à esquerda da minha casa (da de meus pais) já ninguém está, partiram para sítios incertos com destino certo; à direita iniciou-se a desertificação com a morte de mais um vizinho;
é natural, dir-se-á, mas é o fim e estranha-se;

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