terça-feira, dezembro 12

da tradição

tradicionalmente a política tem sido gerida e organizada em função de dois grandes referenciais, o poder, por um lado, os interesses particulares, por outro;
uma das razões pelas quais se manifestam as críticas à acção político-governativa consistem na afirmação do primeiro em detrimento do segundo - ou seja, um conjunto de interesses que, pontual e circunstancialmente, se sobrepoem a outros interesses e afirmam o que consideram ser o seu espaço de poder;
contudo, subsistem pequenos interesses, ilhas de afirmação individual ou sectorial (custa-me referenciar como corporativos ou pseudo aristocráticos ainda que assim pareçam) que, a seu modo e com características particulares, se degladiam nos corredores do poder recôndido e subliminar da acção política;
isto porque cada vez mais considero que não existem, pelo menos ao nível regional a que me situo, elites políticas capazes de afirmarem sentidos e opções; elites na sua acepção mais tradicional, naquilo que uns quantos pensam e defendem como interesse colectivo;
o que perspectivo nesta região Alentejo, mais não é que um pequeno conjunto de interesses e de interessados que persistem em construir a acção política em redor de pequenos interesses individuais ou meramente sectoriais (sejam corporativos ou partidários) em detrimento de uma acção colectiva de âmbito público;
o que sinto é que os próximos anos irão doer ao nível dos quadros regionais, que não sabem, não podem ou simplesmente revelam as suas incompetências, na afirmação das elites regionais; preferem seguir arcos de pretenso poder, em detrimento de construirem o seu próprio caminho, afirmarem as suas opções, definirem o seu sentido;
quando assim acontece, poucos ganhos existem, porque se perpectuam modus de fazer política, de fazer política como, considero eu, não se devia fazer;

Sem comentários: