segunda-feira, novembro 27

das referências

enquanto docente desde quase sempre que tive duas referências para mim incontornáveis da profissão de professor, Rómulo de Carvalho e Sebastião da Gama;
um e outro pelos escritos, pela memória, pelo legado, pela postura e pela ideia de educação que deixaram nos escritos e na forma de ser;
comprei hoje uma colectânea de textos de Rómulo de Carvalho, organizada por N. Crato e designada "ser professor" (Gradiva, 2006);
duas notas soltas;
por um lado, ao publicar-se o texto referencia-se um aniversário (teria feito 100 anos este mês) e simultaneamente uma ideia de professor;
por outro, será esta ideia que o organizador pretenderá realçar, a de uma dada ideia de professor, uma forma de estar e ser profissional da educação;
a questão que se me coloca é que a memória de Rómulo de Carvalho, de acordo com aqueles que foram seus alunos e como é expressa na nota introdutória, destaca um professor distante, funcional e normativo, cumpridor e exigente do cumprimento, será hoje possível? será hoje viável? será adequada à nossa escola pública? terá lugar na nossa escola?
mantenho-me indefectível nos escritos pedagógicos (e poéticos) de Rómulo de Carvalho, como continuo a procurar aproximar-me do Diário de Sebastião da Gama, mas reconheço as distâncias, os contextos e as conjunturas que nos separam;
recuperar a memória deverá servir, como muitos autores identificaram, para apontar futuros e não para venerar passados;

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