quarta-feira, setembro 6

Território

Regressaram aos serviços noticiosos da noite os contornos de uma polémica sobre o encerramento de mais uma maternidade, desta feita de Mirandela.
É deste confronto que ontem opinava; é deste confronto da exaustão do espaço territorial, entendido como local das práticas e das políticas, que se confronta com a sua própria desmaterialização.
No final dos anos 90 foi a informação que se desmaterializou em face da que circulação nesta rede, da proliferação de fontes e pela diversidade de mundos que faz transparecer.
Foi o local que se tornou global, foi o global que se localizou numa assumida ausência de espaços e, acima de tudo, de um qualquer território.
Neste início de século, nós por cá, confrontamo-nos com o fim de um espaço físico material e palpável que nos define, nos molda.
Cada vez mais somos de todos os lados, as raízes tanto estão aqui como ali, numa desmaterialização do território enquanto centro operacional de políticas e de práticas sociais.
A construção das pertenças já não é definida pelo território, por um dado e concreto território, definido pelas suas fronteiras físicas, caracterizado por uma dada morfologia. A pertença hoje é social, como é afectiva, moldável e dinâmica em função dos interesses de cada um, das capacidades que um dado território, num dado momento nos oferece.
Para uns é importante nascer aqui, neste lugar. Para outros tanto faz ser aqui como ali, apenas interessa saber que aconteceu e porque é que aconteceu.

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