quarta-feira, junho 1

dúvidas

o processo de avaliação é um dos sectores quase que intocáveis, quasi sacrossanto território onde o docente exerce o seu poder, define a sua arbitrariedade.
Nada melhor que sermos alvos deste processo, termos gente nele envolvida para percebermos o quanto pode ser arbitrário, descricionário e aleatório mas que muitos consideram intocável.
O meu filho teve uma resposta incompleta numa ficha de avaliação e a professora diz-lhe que é um satisfaz bastante mas baixinho.
Olho para a ficha, questiono as perguntas, interrogo qual o processo de avaliação, o que se pretende avaliar com aquilo, com aquelas questões, como terá a professora organizado e distribuído cotações, em função de quê, esperando o quê?
Fico sem perceber. De certeza que por razões minhas, dificuldades minhas, incapacidades e desconhecimentos meus.
Dúvidas que uma criança também não consegue perceber, nem sequer entender qual o sentido, a utilidade ou a pertinência de um processo de avaliação onde apenas foi objecto e nunca, mas mesmo nunca, sujeito.

2 comentários:

crack disse...

Muito bem. Com uma extraordinária economia de palavras, vai ao cerne da questão. Quantas vezes, quem avalia não sabe sequer o que avalia e para quê?Como pode essa avaliação ter efeitos formativos para o avaliado? E servir para outra coisa, que não seja cumprir a obrigação de classificar?

Miguel Pinto disse...

Com que legitimidade o professor avalia quando recusa a auto-avaliação, quando não sente necessidade de se expor ao olhar de um par, de um aluno, de uma direcção ou de um pai?