quarta-feira, abril 6

dos exames

Em face dos rumores sobre a possibilidade de se acabar com os exames de 9º ano, nem sequer ainda realizados, volto à conversa embalado que fui pelo diálogo entre o Ademar, em dois posts, 1 e 2 e Vital Moreira (em Causa Nossa).
Tendencialmente aproximo-me mais da opinião do Ademar perante o qual subscrevo a questão quanto ao facto de se procurar prolongar a escolaridade (facto com o qual concordo) e se colocarem barreiras, obstáculos no meio desse percurso (afinal, o que se pretende).
Estou do lado daqueles que consideram que os exames não são, necessária nem obrigatoriamente, marcos de exigência, rigor e qualidade do sistema.
Mas sinto, na escola, que a grande preocupação recai, por um lado, no receio de um prolongamento do deixa andar (os professores não sabem, em muitas situações ou contextos, como lidar com o crescente desinteresse, alheamento, indiferença do aluno, a falta de objectivos ou com o aparente facilitismo em que recai o trabalho escolar) e, por outro lado, num inquirir sobre o que fazer perante aqueles que não conseguirão ultrapassar o obstáculo exame.
São contradições, dúvidas a mais para um sistema que quotidianamente enfrenta múltiplas situações e momentos entre o angustiante e o decisivo.
Considero que os exames, pelo menos ao nível de 9º ano, não serão uma resposta cabal a esta dúvidas, nem o remédio que muitos professores e pais julgarão adequada em face da necessidade de exigência, rigor e qualidade que o sistema, aparentemente, carece.

2 comentários:

Miguel Pinto disse...

De tanto ouvir falar em exames começo a sentir necessidade de um exame de consciência. O folclore em torno dos exames já fede [vestígios do cinismo]! Falemos de coisas sérias: aguardo pelo fim-de-semana para confirmar se a luz do túnel é ou não a de um comboio! ;o)

«« disse...

sou absolutamente contra os exames de nono ano. Mas deixe-me que lhe diga que não vejo necessidade de alargar a escolaridade obrigatória até ao 12º...acho que com 15/16 anos, é preferivel não obrigar jovens a estar na escola contra a sua vontade, quando estes até podem ter um percurso alternativo (sem que na maioria das vezes não t~em, contudo ficar na escola, não me parece a solução...)