terça-feira, abril 5

dos buracos

De repente repescam-se velhas ideias com um novo (?) figurino, o de garantir que os alunos não têm buracos no horário.
Perpassam por esta ideia que tenho ouvido nos noticiários, duas sensações. Uma de absorção, isto é, sou eu, professor, o culpado inveterado de os meninos terem buracos, pois sou eu, professor, que falto muito, que prevarico, que não cumpro, que não sou cumpridor das minhas obrigações. (Há algo de verdadeiro nesta ideia, não procuro desculpar os professores, procuro perceber justificações de um discurso).
Uma outra sensação é a de negócio. As afirmações da senhora ministra confrontadas com posições do sindicato, fazem-me pensar que entramos num medir de forças, num nivelar de argumentos, numa procura de conceitos e de ideias, vamos vver se para discutir, partir, outra vez, tudo de princípio, se apenas para aferir posições.
Para terminar o meu ponto de vista: deixem as escolas fazer o seu papel. Formem as pessoas, disponibilzem a formação aos órgãos de gestão para que, na sua maioria, consigam ir para além da gestãozinha do seu quotidiano, do umbilicalismo das suas preocupações, saber o que se quer fazer das escolas, se centros ocupacionais se centros de formação de pessoas.
Não estou contra a proposta. Estou contra a forma como são apresentadas as coisas e o modo como são expostas na praça pública. Não valorizam as políticas (opções, ideias, programa), nem valorizam os profissionais.

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