quinta-feira, fevereiro 17

da paixão. O Miguel deixa um comentário a esta minha posta que me leva a tecer, a partir dela, outras ideias, outros comentários.
Uma das coisas que falta na nossa escola é, no meu entender, paixão, gosto, prazer, encanto naquilo que se faz, onde se faz, com quem se faz.
É fácil perceber o gosto que uns e outros têm (ou não têm) pelo prazer com que se fala daquilo que se gosta, daquilo que se ama.
Um exemplo.
Há tempos, em plena sala de professores, discutia-se a relação pedagógica, concretamente a relação professor/aluno enquanto elemento social e afectivo de produção de conhecimentos. Às páginas tantas estava eu e uma colega empenhamente a conversar sobre o imenso prazer que é ser professor, ouvir a gritaria das crianças, brincar com as imperfeições, despertar nelas o interesse e o gosto por aquilo que fazem, ter-se prazer em ser-se bom naquilo que se faz. No meio de um mesa onde estavam uns 6 ou 7 elementos, todos professores, houve alguém que se atreveu a dizer, bolas vocês gostam mesmo disto. E é a mais pura da verdade.
Ser professor não é fácil, por muito que se diga o contrário, a construção permanente de sentidos, a variadade de situações e casos, a multiplicidade de acontecimentos, a simultaneidade de pedidos, a reprodução incessante de ideias, esgota facilmente uma pessoa. Atender uma pessoa de cada vez é uma coisa, atender e negociar situações, afectos, conhecimentos e poderes com 20 ou 30 é outra complemente diferente.
Se não se gosta, se se está contrariado imagine-se o sacrifício que não é.

1 comentário:

Fernando Reis disse...

Muito bem dito!