terça-feira, fevereiro 1

autonomia. O Miguel cria desafios, lança propostas, incentiva e proporciona a discussão, a troca de ideias. Logo sobre a autonomia, ele que sabe que é um tema que me é caro, excessivamente caro.
Pouco acrescento ao debate que ele procura suscitar, quer pela pertinência com que o faz, quer pelo descrédito em que a autonomia se enleou.
Não acredito na autonomia política, isto é, administrativa, jurídica (ainda que seja fundamental definir as suas fronteiras, a fronteiras de possibilidades).
Acredito na autonomia das pessoas, de cada pessoa, de cada professor, em face de um contexto, de situações, de momentos, de acontecimentos.
Não pode haver autonomia para além das pessoas, para além das ideias. Para além das vontades e das possibilidades.
Como o comentário que já lá está induz, ficamos sempre à espera que alguém decida sobre algo que é nosso, de um profissional. Enredamo-nos em eternas discussões sobre condições, capacidades, possibilidades, recursos, normas e regras quando as coisas são muito mais simples, mais directas, mais próximas de nós. Basta querer, basta agir, como todos os dias o fazemos, como o pensamos, como o ambicionamos. Basta partilhar com o outro, com um colega uma ideia, uma opinião, uma prática, uma vontade.
Basta de desejar que as coisas desçam do alto de um qualquer espírito iluminado. É tempo de as fazer crescer em cada escola, com as suas particularidades, com as suas formas, todos diferentes, todos iguais.

1 comentário:

Miguel Pinto disse...

A assumpção da autonomia implica o envolvimento total do órgão de gestão. Imaginam um cenário onde é o próprio órgão de gestão a coarctar a inovação de um conjunto de professores só porque lhe interessa [eu que sou um defensor da gestão democrática a reconhecer a perversidade do sistema] nivelar por baixo a iniciativa do corpo docente?