terça-feira, dezembro 14

avaliação

é um papel complexo, complicado e delicado este de avaliar.
A tradição portuguesa faz com que a avaliação seja olhada como um mau presságio, uma ave de mau agoiro, algo acessório e muito, muito pessoal.
Não tenho este entendimento da avaliação, nem, em particular, do processo que a ela conduz.
É um momento crucial no equacionar do nosso trabalho, do meu trabalho, do seu impacto e dos níveis de aceitação.
Tenho consciência que não chego a todos, que não agrado a todos, que sou imperfeito e incorrecto, mas não quero nem posso ser injusto, o que seria um dos meus pecados mortais.
Ao contrário do hábito não me fecho na minha redoma inacessível de avaliador inquestionável. Discuto, debato, troco ideias com os alunos, hesito, avanço e recuo de acordo com os argumentos, com a sua validade e pertinência, levo em conta aqueles que são o alvo e o centro de todas as atenções.
Apesar de procurar evitar arbitrariedades, ultrapassar algum do carácter discricionário e aleatório do processo de avaliação, no final fico sempre com a certeza que podia (e devia) ter feito mais e muito melhor.
Há que preparar o próximo período e rectificar o que correu menos bem, procurar chegar a quem não cheguei e alcançar onde agora não consegui.

1 comentário:

Laura Von Stein disse...

Uma avaliação deve ser, do meu ponto de vista, entendida como um instrumento de trabalho e não como uma palavra final. É imperfeita e, para quem se dá ao trabalho, morosa. Não gosto de fazer avaliações destas tão formais, dão-me cabo da quadra natalícia... he, he.
Um beijinho