quarta-feira, dezembro 22

alternativas

em face de um eventual balanço das reuniões de avaliação uma ideia marcou presença constante na minha cabecinha.
O que pode e deve fazer a escola, entendam-se docentes, elementos da gestão, pais/encarregados de educação eventualmente autarquia, para além, obviamente das estruturas do ME, para ultrapassar o desinteresse dos alunos, o seu manifesto alheamento em face de realidades tão divergentes quanto dispares, a ausência de objectivos que passem pela escola?
Isto porque e em resultado das reuniões de 1º período, decorrido pouco mais de dois meses de aulas (em virtude do caricato que foi o arranque deste ano lectivo) um aluno excluído por faltas (fora da escolaridade obrigatória), 4 ou 5 com excesso de faltas à generalidade das disciplinas (mas dentro da escolaridade) e 5 ou 6 alunos com mais de 8 níveis inferiores a três, tudo isto num universo pessoal de pouco mais de 170 alunos. Talvez números irrisórios, percentagens desprezáveis, apenas danos colaterais. Não o considero assim. E por não o considerar permitam-me perguntar que andamos nós a fazer por estas paragens, que circunstâncias definimos nós para não vermos que é um futuro que se hipoteca, quem somos nós para fingir que está tudo bem, que o problema não é nosso?
Que não temos as melhores condições? é verdade. Que estamos saturados? mais ainda. Que o modelo organizacional de escola está desajustado? concordo. Que não podemos fazer mais? não concordo. Há espaço, oportunidade, condição e legitimidade para lutarmos por um outro sucesso. Temos de criar alternativas e deve ser a escola a criar essas alternativas.

2 comentários:

Chris Kimsey disse...

O seu tom fatalista neste post é-me tão familiar...
;-(.
Mas louvo-lhe a mensagem de esperança final. Como diz Phillippe Perrenoud "temos que fazer o luto dos fatalismos". E você parece-me ser uma pessoa com força para isso...

Miguel Pinto disse...

Eu não depreendo das palavras do Manuel nenhuma espécie de fatalismo. Será mais um “Toca para reunir as tropas” [expressão infeliz, mas… tá bem]. Que a solução passa por nós!