sexta-feira, outubro 1

questionar

inevitavelmente quando uma qualquer organização recebe gente nova, para ficar ou simplesmente de passagem, há um levantar de diversas e diferentes questões. Assentam genericamente num olhar rápido, mas diferenciado do usual, em juízos de valor sem conhecimento de um contexto ou das circunstâncias que determinaram uma certa organização, como perspectivam outros modelos, comparações ou interesses.
O que me acontece, no momento que contacto com mais uma escola, é exactamente isto, olhar, de forma diferente e por enquanto distanciada, para as características organizacionais da escola - horários, espaços, tempos, modos, modelos, funções, objectivos, características, meios, recursos - e questionar sobre a sua adequação ao múltiplos, variados e diferenciados interesses, interessados e objectivos que quotidianamente circulam por estes corredores.
O que considero mais engraçado é perceber quais os interesses que prevalecem, quais as motivações que dominam, quais as lógicas relacionais de poder que sustentam um dado equilíbrio organizacional.
Depois, ao se levantarem algumas questões, ao se questionar uma dada lógica de funcionamento, ou seja, ao se perguntar o porquê de isto ser assim, funcionar desta ou daquela maneira, fazemos figura de espertos, cuscas, impertinentes ou outros adjectivos.
É o eterno retorno. Um permanente recomeçar, um permanente questionar. Dúvido que isto me leve a algum lado, mas caminho com o claro gosto da descoberta.

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