terça-feira, novembro 27

dos modelos

uma das ideias que sobressai neste título é que quando emitimos uma opinião sobre a escola (seja sobre o seu funcionamento, organização ou simplesmente sobre as suas rotinas) não emitimos apenas uma opinião mas associamos-lhe um conjunto de ideias e de valores que podem pressupor um dado modelo quer pedagógico, quer social;
na defesa de pontos de vista sobre a escola (as avaliações, as práticas, os processos, os comportamentos, os modos...) temos, quase sempre, subjacente uma dada ideia de como as coisas deviam ser; e, na generalidade dos casos, em vez de ser uma ideia de interpelação, de questionamento orientado, de perspectiva crítica, são modelos que remetem para passados (públicos ou pessoais), para modos (de conformidade) com que nos formamos e com que nos fomos formando;
nos tempos que correm em que as políticas apelam à conformidade social e profissional, onde ambicionamos uma estabilidade inexistente e que garantidamente não regressará atrás, é determinante agir-se em face de um perspectiva crítica, isto é, questionar o que temos e avançar para modos, práticas e modelos alternativos - de escola, de organização, de práticas lectivas e pedagógicas, de relação com alunos e pais/encarregados de educação, com a comunidade em que a escola se situa;
neste contexto os professores têm mais possibilidades do que aquelas que imaginam e perante as quais se cerceiam na sua capacidade interventiva (e social);
pensar e implementar práticas colaborativas, abrir espaços de diálogo, conversa e entendimento com os outros, procurar diversificar processos e práticas, envolver o aluno mediante os seus interesses e opções, dar a conhecer outras realidades, outras perspectivas a partir da sua disciplina são coisas que, na generalidade, os professores já fazem; mas não o fazem habitualmente nem de modo sistemático e coerente, nem reflectido, em face de resultados ou de produtos;
e isto é determinante que aconteça;

Sem comentários: