segunda-feira, outubro 1

professores e desemprego

numa altura em que às escolas é solicitada a ocupação dos tempos livres dos alunos, em que aos professores crescem as solicitações e as exigências (de acompanhamento, de apoio, de organização, de extensão de funções) é caricato darmos com estas notícias;
as escolas continuam organizadas (por força das orientações de política educativa e por inércia docente) como há trinta ou mais anos; as escolas são espaços de aula e pouco mais;
quando se exige e determina que o aluno não seja retido, que os professores planifiquem, organizem, estruturem apoios e acções, quando se apela a uma maior relação escola-meio porque não criar condições para que outros quadros (mesmo que docentes) possam apoiar a escola? servir de elementos de ligação turma-família-meio? estruturar acções extra-curriculares? definir outros campos de acção educativa? o cruzamento entre educação formal e educação não formal? estruturar os apoios educativos, sociais e curriculares?
apelar a que sejam sempre os mesmos a fazer mais é não apenas não perceber o que é ser professor, como é ter uma ideia escassa, curta e restrita da escola e da educação;
a "educação contábil" tem de ir não apenas à eficácia da acção escolar mas à organização do sistema, conferindo às escolas a possibilidade de uma outra organização;
se assim fosse, provavelmente o sistema custaria mais ao erário público, mas os proveitos seriam substancialmente maiores e existiram menos professores desempregados;
são opções de política educativa; são opções nacionais;

2 comentários:

Anónimo disse...

muito bem.....

Anónimo disse...

Mas achas que alguém está preocupado com outra coisa que não seja poupar dinheiro na educação para gastar mais em anormalidades como estádios de futebol, TGVs, OTAs, etc.? Se estás, muito mal conheces este governo do teu partido.