quarta-feira, abril 4

política


a política que se faz por estas terras tem poucos argumentos, muita retórica, muito do diz que se disse, muita opinião, ou seja, muita parra, muito pouca uva;
todos elementos válidos na troca de ideias, mas pouco esclarecedores face a quem tem de decidir, a quem tem de formar uma opinião, de construir uma ideia;
já não são apenas os fazedores de opinião, de âmbito nacional, apoiados pelas máquinas de logística de grandes grupos; agora são também os outros, aqueles que (talvez mesmo como eu) gostariam de trocar opiniões, ser fazedores de opinião;
nota-se é a falta de estrutura, de argumentos, de ideias, de elementos factuais que permitam apoiar e estimular uma conversa com princípio, meio e fim;
funcionam qual boomerang, tanto podem ir num sentido como, quase que de repente, inverter a sua marcha, alterar o seu sentido e voltar a quem o lançou;
os tempos que correm, por questões de uma dada gestão da informação, disponibilizam-se para isso, faltam argumentos onde há muita opinião, faltam dados onde há muuita informação, falta silêncio onde há muito ruído;
mas é com isto que teremos de saber viver, ou será conviver?

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