quinta-feira, março 1

repetição


a repetição, como quase tudo na vida, tem um lado mau (desgasta, moi, leva ao cansaço, provoca monotonia, previsibilidade) e um lado bom (a previsibilidade pode ser interessante, sabe-se com o que se conta, há um aparente sentimento de segurança);
dosear esta repetição, para que ela que ela não ganhe um sentimento negativo de monotonia, mas saibamos com o que contar, é uma arte difícil de conseguir; é um equilíbrio excepcionalmente instável;
na vida, no trabalho, nas relações, no casamento, há sempre um certo gosto pela previsibilidade, mas um desejo de arrojo, um apetite de sossego, mas um desejo de irreverência juvenil, uma vontade de estabilidade, mas a recordação da ousadia;
a idade (desculpo-me com a idade) provoca-me este jogo de contradições, de opostos, de dicotomias;
ajudam-me a perceber e a entender algumas coisas, simplificam excessivamente outras;
quero ousar, mas apetece-me sopas e descanço; quero fugir à monotonia, mas estou cansado de correr;
em fico, por onde páro? vá-se lá saber...

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