sexta-feira, março 2

mudança


penso não ser a primeira vez que o escrevo, e não deixa de ter o ar e o aspecto de um lugar comum, mas a última entrada do Miguel, leva-me a perguntar:
o que muda do que fica, o que fica do que muda?
quando mudamos de casa levamos a tralha antiga atrás; quando se muda por decreto muitos dos procedimentos persistem;
não temos, por vezes, noção do caminho percorrido, mas quando olhamos para trás tomamos consciência do muito que percorremos, da distância a que estamos do nosso princípio;
provavelmente a questão colocada pelo Miguel decorre de não termos referências de onde partimos, de a nossa memória ser selectiva (de acordo com interesses e/ou objectivos), de a História muita das vezes servir para legitimar argumentos do presente, de andarmos tão preocupados com coisas urgentes e de nos esquecermos das coisas importantes;
mas, afinal, o que fica do que passa, o que passa do que fica?

Sem comentários: